A identificação das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron nos testes positivos para SARS-CoV-2 atingiu um platô nas duas últimas semanas, com percentual que variou de 98,8% para 97,8%. No mesmo período, a positividade caiu de 18% para 10%, confirmando a expectativa de queda após ampla disseminação das subvariantes no Brasil. Os dados constam em análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em 296.947 testes feitos pelos laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 1º de março e 13 de agosto, a maior parte na Região Sudeste.
Dentro da população amostral disponível, ou seja, que realiza os testes em laboratórios privados, em breve a Ômicron BA.2 não será mais detectável. Nas próximas semanas, as subvariantes BA.4 e BA.5 provavelmente continuarão sendo responsáveis pela quase totalidade dos casos de covid-19 no Brasil.
Na última semana foi observada uma leve queda da positividade para SARS-CoV-2 em três estados analisados: em São Paulo, de 13% para 10%; no Rio de Janeiro, de 14% para 11%; e em Goiás, de 15% para 13%. Em outros dois houve estabilidade, Minas Gerais e Mato Grosso, ambos em 13%.
Em relação às faixas etárias, os percentuais variam de 3%, em crianças de 0 a 4 anos, a 21%, em idosos com mais de 80 anos. Quanto mais novos são os grupos etários observados, menores são os percentuais de positividade. Veja todas as faixas etárias no gráfico abaixo.
O Instituto Todos pela Saúde está monitorando a chegada e a disseminação da Ômicron no Brasil desde dezembro — este é o 19º relatório —, em parceria com os laboratórios privados. O objetivo é fornecer para o poder público, a imprensa e a sociedade informações com agilidade para ajudar na tomada de decisões de saúde. Paralelamente, o ITpS também realiza o monitoramento da circulação de vírus respiratórios no país. Os dois relatórios são divulgados em semanas alternadas.
Na seção Pesquisas do site do Instituto Todos pela Saúde, o itps.org.br, estão todos os relatórios já divulgados.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias. O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).