André Biernath / Londres
Em 2021, no segundo ano da pandemia de covid-19, o Ministério da Saúde comprou 27 máquinas de última geração capazes de fazer o sequenciamento do DNA.
Esses aparelhos, que custaram R$ 13,9 milhões, foram distribuídos para os laboratórios centrais dos 26 Estados e do Distrito Federal — e ajudaram a acompanhar a evolução do coronavírus e o comportamento das diversas variantes do patógeno nas várias ondas de casos, hospitalizações e mortes.
Passada a fase mais grave da crise sanitária, especialistas discutem agora como aproveitar esse potencial dos sequenciadores genéticos em prol da saúde pública e da ciência brasileiras.
“Com a diminuição da demanda relacionada à covid-19, o uso dessas tecnologias de sequenciamento genético precisa ser muito bem pensado”, contextualiza Lygia da Veiga Pereira, professora titular de Genética da Universidade de São Paulo (USP).
“Antes de 2021, não tínhamos capacidade, infraestrutura, pessoal e logística para realização de testes moleculares no Sistema Único de Saúde (SUS)”, observa o médico Rodrigo Guindalini, consultor científico do Instituto Oncoguia, uma ONG voltada a pacientes com câncer e familiares.
“Agora que temos tudo instalado, essa é uma oportunidade que não podemos desperdiçar”, complementa ele.
“O desafio agora é como manter todo esse fluxo de trabalho funcionando de forma rápida e custo-efetiva”, acrescenta o virologista Anderson F. Brito, pesquisador científico do Instituto Todos pela Saúde (ITpS).
O debate sobre como aproveitar essas ferramentas em diferentes áreas se abre em algumas possibilidades: os sequenciadores podem seguir monitorando o comportamento de diferentes vírus, mas há propostas para utilizá-los na análise de alguns tipos de câncer ou na detecção de doenças raras.
Nesses casos, o diagnóstico adequado pode fazer toda a diferença para orientar estratégias preventivas ou definir o melhor tratamento.
Entenda a seguir como essas máquinas estão sendo utilizadas e quais são os planos para o uso delas no futuro.
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Conteúdo disponível na BBC (clique aqui)
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