Testes feitos em 15 estados brasileiros apontam que entre 190 amostras positivas para o SARS-CoV-2 coletadas entre 1 e 18 de dezembro 17 (9%) podem conter a variante Ômicron. O levantamento é do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) em parceria com os laboratórios DB Molecular e HLAGyn.
As amostras suspeitas de Ômicron são de seis municípios de quatro estados: Cambuí e Pouso Alegre (MG); São Paulo e Bragança Paulista (SP); Sinop (MT); e Aparecida de Goiás (GO). Os dados do ITpS são preliminares e foram obtidos por meio do teste RT-PCR Especial, disponível em sua maioria na rede privada. A Ômicron tem diversas mutações e deleções (remoções de fragmentos de genes), e uma delas em particular afeta os códons 69 e 70 do gene S (linhagem Ômicron BA.1). Alguns testes RT-PCR Especial falham na detecção da região deletada, e por isso é possível inferir que há Ômicron na amostra.
"Os dados servem de alerta para o poder público e também para a população. Apesar da queda do número de casos e de mortes que observamos nos últimos meses no país, a pandemia não acabou e a circulação da variante Ômicron e do vírus da gripe H3N2 já pressiona o sistema de saúde em muitos municípios. É urgente que os brasileiros completem o ciclo de vacinação contra a covid-19, incluindo a dose de reforço, e não abandonem a máscara, a higiene das mãos e o distanciamento social, com atenção especial agora nas festas de fim de ano", diz Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias. O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).