Leon Ferrari
As taxas de testes positivos de covid-19 no Brasil já se aproximam nas últimas semanas dos níveis registrados no auge do surto da variante Ômicron, no começo do ano, conforme dados de farmácias e laboratórios. Especialistas apontam que a transmissão do coronavírus segue alta e alertam para a subnotificação, diante do uso de autotestes e casos assintomáticos que não são testados.
Tanto a alta de casos puxada principalmente pelas sublinhagens BA.4 e BA.5, quanto a positividade de testes devem cair nas próximas semanas, porém, com a alta circulação do vírus, possíveis mutações podem virar o jogo. O número de mortes, que não recrudesceu na mesma medida que as infecções, segue crescendo e deve demorar um pouco mais para declinar, frente à baixa cobertura de reforço.
Segundo a Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), o mês passado teve taxa de positividade de 32,26%, quando foi de 39,87% em janeiro, e 30,51% em fevereiro. Já os dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) indicam que junho teve a mesma porcentagem do segundo mês do ano, 41,08%. Em janeiro, a relação entre testes efetuados e positivos foi de 44,9%.
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Publicado no dia 7 de julho, o boletim mais recente do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) indica queda na taxa de positividade após pico em junho. O mês começou em 37%, depois superou os 45% e passou a cair nas últimas duas semanas. Atualmente, está em 40,5%. Um patamar elevado, na avaliação do virologista e pesquisador do ITpS Anderson Brito. “Ainda está pegando fogo.”
Brito destaca que o pico nacional foi atingido em meados de junho, com taxas de positividade semelhantes às das últimas semanas de janeiro. “A positividade ficou acima de 50% em em algumas faixas etárias e em alguns Estados.” A tendência, nacionalmente, é de persistência na queda, no entanto, alerta que a maior parte das amostras analisadas são do Sudeste. “Os surtos nos diferentes Estados não são sincronizados.”
A alta na positividade de testes e de casos, segundo o ITpS, foi causada pelas subvariantes BA.5 e BA.4 da Ômicron. Na semana anterior ao boletim, elas representavam quase a totalidade de amostras positivas analisadas (93,2%). As duas já foram detectadas em 214 municípios, localizados em 19 Estados e no Distrito Federal.
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