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Folha: Entenda por que alguns compostos presentes na pele podem atrair ou repelir mosquito Aedes aegypti
Na mídia

Folha: Entenda por que alguns compostos presentes na pele podem atrair ou repelir mosquito Aedes aegypti

29.02.2024

Acácio Moraes


Até o Aedes aegypti tem os seus preferidos. Segundo especialistas consultados pela reportagem, há algumas substâncias presentes no nosso corpo que podem nos tornar mais ou menos atrativos para o mosquito transmissor da dengue e de outras doenças.


Cada pessoa libera no ar uma composição única de substâncias voláteis. Embora já se soubesse que algumas são particularmente atrativas para o mosquito da dengue —em especial alguns ácidos carboxílicos, como o lático— novas evidências mostram que podem haver também compostos que afastam esse vetor, como terpenos.


Um estudo publicado este ano na revista científica Scientific Reports (do grupo Nature) revela que terpenos como o geraniol e até mesmo alguns ácidos carboxílicos, como os ácidos 2 e 3-metilbutírico, são menos atrativos para os mosquitos.


O Aedes é capaz de detectar essas substâncias através do seu sistema olfatório —ele possui receptores de odor nas suas antenas— e se sente repelido por elas. Colocados em uma caixa fechada e filmados, os pesquisadores contaram o número de pousos que cada animal fez sobre grades embebidas tanto nos compostos testados, quanto em ácido lático usado como controle. O geraniol reduziu em 74,9% o número de aterrissagens do animal, enquanto os ácidos 2 e 3-metilbutírico reduziram em até 99,6%.


Mais interessante ainda é que as substâncias testadas são produzidas pela nossa microbiota, o conjunto de microrganismos que habitam a nossa pele. Para chegar até elas, os pesquisadores caracterizaram as substâncias voláteis produzidas por 39 diferentes cepas de bactérias encontradas no corpo humano. Depois, testaram a preferência e a rejeição dos mosquitos, até chegarem ao geraniol e aos ácidos 2 e 3-metilbutírico. Segundo os pesquisadores, através de estudos como esse é possível fazer a prospecção de candidatos a futuros repelentes naturais.


A microbiota contém uma combinação de bactérias e outros microrganismos diferentes em cada um de nós. Dependendo do conjunto de organismos que vivem em associação, é possível que seja produzida uma quantidade maior ou menor dessas substâncias atrativas para o inseto.


Os pesquisadores suspeitam que esse fator é fundamental para definir o nível de atratividade de cada pessoa para o Aedes. Pesquisas conduzidas com outras espécies de mosquitos apontam para uma forte relação entre ambos os fatores. Para Bárbara Chaves, bióloga e pesquisadora do ITpS (Instituto Todos pela Saúde), é plausível pensar que a mesma relação exista no caso do vetor da dengue.


Segundo ela, estudos como esses são importantes porque podem trazer resultados práticos para o nosso cotidiano. "Conhecendo os fatores que atraem o mosquito, podemos pensar em repelentes capazes de disfarçar a produção dessas moléculas", afirma. "Há muita pesquisa para ser feita até lá."


(...)


Conteúdo disponível na Folha (clique aqui)



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