Em estudo publicado na última quarta-feira (22) no periódico New England Journal of Medicine, pesquisadores relatam que as subvariantes da cepa Ômicron do SARS-CoV-2 BA.2.12.1, BA.4 e BA.5 escapam de anticorpos induzidos por uma infecção prévia e até mesmo pela vacinação.
Os autores do estudo, que atuam no Hospital Beth Israel Deaconess, em Boston, nos Estados Unidos, avaliaram as respostas de anticorpos a várias sublinhagens da Ômicron em dois grupos: um com 27 pessoas vacinadas com reforço e outro com 27 indivíduos que contraíram covid-19 anteriormente.
Nos participantes avaliados, a resposta de anticorpos neutralizantes para as subvariantes BA.4 e BA.5 foi aproximadamente 20 vezes menor do que para a cepa original do coronavírus, a WA1/2020. No caso de BA.2.12.1, a resposta era quase 10 vezes menor em comparação com a cepa original.
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No Brasil, em apenas duas semanas, a identificação das sublinhagens BA.4 e BA.5 passou de 44% para 79,3% das amostras positivas, de acordo com levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) divulgado nesta quinta-feira (23). Entre 1º de março e 16 de junho, foram analisados mais de 144,5 mil testes RT-PCR especial feitos pelos laboratórios Dasa e DB Molecular, a maior parte no Sudeste.
No período, o número de municípios com as subvariantes BA.4 e BA.5 foi de 118 para 172 — um crescimento de 47,5%. Já a positividade geral de testes para a covid-19 passou de 38,9% para 49,1%. Dos estados das regiões com mais amostras coletadas, todos apresentam percentual de positividade acima de 35%. O Distrito Federal lidera, com 52%, seguido por Rio de Janeiro, com 47%, e São Paulo, com 46%.
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