Por Fernanda Bassette, da Agência Einstein
Depois de atingir a Europa, além da China e dos Estados Unidos, a subvariante BQ.1 do coronavírus começa a despontar no Brasil e pode ser a responsável pelo crescente aumento de casos detectados nas últimas semanas.
Até sexta-feira (11), a subvariante já havia sido detectada em 49 países e era responsável por cerca de 15% das infecções pelo vírus no planeta, segundo informações do banco de dados Gisaid, que conta com a colaboração da Organização Mundial da Saúde (OMS).
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Não é possível afirmar quantos casos foram causados pela BQ.1. Porém, o aumento dos números reforça os dados do relatório do Instituto Todos pela Saúde divulgado no início do mês: a taxa de positividade para o SARS-CoV-2 saltou de 3% para 17% no decorrer de outubro.
"No Brasil, começamos a detectar casos dessa variante em diferentes estados. Ela já é responsável por cerca de 15% das infecções globais, um reflexo da alta capacidade de transmissão e de evasão ao sistema imune que essa variante tem", destaca Anderson Ferreira Brito, virologista e pesquisador do ITpS. Ele ressalta porém, que a onda de casos da BQ.1 na Europa e nos outros continentes por onde ela circulou já mostra sinais de queda.
Escape do sistema imune
Uma das preocupações com o surgimento de novas variantes é justamente o escape ao sistema imune, seja pela vacinação ou pela infecção pelo Sars-CoV-2 adquirida previamente.
"Essa variante tem mais possibilidade de se disseminar justamente pela maior capacidade de evadir o sistema imune. Ela consegue evitar parte das defesas que nós adquirimos. Mas, de maneira nenhuma, isso significa que nosso organismo perdeu totalmente a capacidade de reconhecê-la", afirmou o virologista.
Segundo ele, pode acontecer de o reconhecimento pelo sistema imune ser mais lento ou ocorrer um pouco mais tarde, o que deve permitir que a variante consiga infectar a pessoa.
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