O acesso à inovação, os desafios e as oportunidades para a produção regional de insumos de saúde e para a distribuição de tecnologias foram os temas discutidos nesta segunda-feira, 20, em Brasília, por representantes do Ministério da Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Conselho Executivo da Unitaid, da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
A discussão ocorreu no âmbito da Reunião do Conselho Executivo da Unitaid, que foi aberta na terça-feira, 21, para debater as relações entre inovação, acesso e produção regional na perspectiva dos países em desenvolvimento.
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, e a presidente do Conselho Executivo da Unitaid e ex-ministra da Saúde da França, Marisol Touraine, participaram da mesa de abertura, que teve a mediação do ex-ministro da Saúde José Gomes Temporão. Nísia afirmou que a pandemia de covid-19 trouxe muitos aprendizados sobre a importância da integração entre os países em prol de uma política de desenvolvimento de pesquisas e que é tarefa da atual gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) "pensar o Brasil como partícipe de uma produção regional".
Mariângela Simão, diretora-presidente do ITpS, e Philippe Duneton, diretor-executivo da Unitaid. Crédito: Rafael Nascimento / Ministério da Saúde / Divulgação
No evento também foram discutidas formas de superar as lacunas de acesso às novas tecnologias de saúde. Com moderação de Mario Moreira, presidente da Fiocruz, o painel reuniu Mariângela Simão, diretora-presidente do ITpS; Philippe Duneton, diretor-executivo da Unitaid; Tomás Pippo, representante da Opas; e Debora Melecchi, representante do CNS. "A pandemia de covid-19 mostrou que não basta termos pesquisa, desenvolvimento e produção de novas tecnologias: é preciso garantir que haja acesso equitativo e em tempo oportuno", disse Mariângela.
A abertura foi feita pela diretora da Fiocruz Brasília, Fabiana Damásio, e pelo secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde, Carlos Gadelha.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
Foto: Discussão ocorreu no âmbito da Reunião do Conselho Executivo da Unitaid. Crédito: Rafael Nascimento / Ministério da Saúde / Divulgação