O estande do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) foi um dos destaques do 60º Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, o MedTrop 2025, que aconteceu em João Pessoa (PB). Entre os dias 2 e 5 de novembro, profissionais de saúde, pesquisadores, estudantes e gestores passaram pelo espaço do Instituto, que reuniu ciência, tecnologia e educação.
Para Gerson Penna, diretor-presidente do ITpS, a presença do Instituto reforça o compromisso que a organização tem com a saúde pública brasileira. "Estar presente em eventos científicos como este, que reúne a maior comunidade de doenças tropicais do Brasil e do mundo, fortalece o nosso trabalho. Aqui estão gestores, o Ministério da Saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde, a Organização Mundial da Saúde, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná e a Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas. É essencial nos unir a esses parceiros na ideia de que juntos somos mais fortes", disse.















Palestras destacam o uso de tecnologia e ciência no enfrentamento de emergências sanitárias e a resposta do Brasil a pandemias
Além da intensa movimentação no estande, o ITpS também esteve presente na programação científica do congresso com palestras e moderação em diferentes painéis temáticos.
O Instituto promoveu um simpósio exclusivo no MedTrop 2025, com o tema "Fortalecimento da capacidade de preparação e resposta do Brasil frente a epidemias e pandemias". O encontro foi moderado por Gerson Penna e contou com palestras de Mariângela Simão, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, que abordou "A urgência de uma estrutura permanente para emergências em saúde pública no Brasil", e de José Gomes Temporão, médico sanitarista e ex-Ministro da Saúde, que tratou de "Por que o Brasil precisa de uma política de Estado para enfrentar emergências em saúde pública". O debate destacou a importância de integrar ciência, gestão e políticas públicas para garantir respostas rápidas e coordenadas em futuras crises sanitárias.












A equipe do ITpS também marcou presença em outras apresentações e painéis. Gerson Penna apresentou a palestra "Tecnologias aplicadas a emergências de saúde pública", destacando o papel dos projetos do Instituto na inovação diante de ferramentas digitais para o fortalecimento das respostas do sistema de saúde diante de crises sanitárias.
A professora Ester Sabino, titular do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP e consultora científica do ITpS, falou sobre "Doenças infecciosas emergentes e risco de novas pandemias", trazendo reflexões sobre a vigilância genômica e a importância da cooperação científica internacional.
Já o diretor de operações do Instituto, Vanderson Sampaio, moderou o painel "A inteligência artificial (IA) como aliada da vigilância epidemiológica", que contou com a palestra de Márcio Garcia, médico veterinário, epidemiologista e sanitarista, abordando o uso de IA como ferramenta estratégica para detecção precoce e análise de surtos.










Capacitação em vigilância e dados de saúde é destaque entre visitantes
Entre os temas mais procurados pelos visitantes estavam os cursos oferecidos pelo ITpS, que têm contribuído para qualificar profissionais de todo o país. Materiais impressos e uma equipe especializada ficaram à disposição para apresentar o catálogo completo de formações — disponíveis aqui.
A enfermeira sanitarista Lays Godoy, que participou do curso de Investigação de Surtos e Epidemias, contou que fez a formação em 2023, durante sua residência em enfermagem, e que o curso foi um diferencial enorme na sua atuação em vigilância em saúde. "O conteúdo me deu um norte e foi primordial para entender e enfrentar situações reais", disse.
Da mesma forma, Léa, do Cievs-RJ, destacou o impacto das capacitações em sua rotina de trabalho. "Os cursos do ITpS são amplamente divulgados na nossa rede e ajudam muito na formação inicial, especialmente no uso de ferramentas de análise de dados e dashboards. Eles fortalecem toda a rede de vigilância em saúde", destacou.
Realidade virtual transporta visitantes ao navio que trouxe a gripe espanhola ao Brasil
Outra atração muito comentada do estande foi a experiência de realidade virtual, que transportava os visitantes para dentro do navio Demerara, responsável por trazer a gripe espanhola ao Brasil em 1918. A imersão despertou reflexões sobre o enfrentamento das pandemias e o papel da ciência na prevenção de novas crises sanitárias.
Para a pesquisadora Ester Sabino, a iniciativa foi positiva para que os visitantes possam entender como as coisas se repetem. "Mais de 100 anos depois, as mesmas histórias. Por isso, nos faz refletir o quanto precisamos pensar em como nos preparar para as próximas pandemias," destacou.
Já o visitante Isaac destacou a importância de unir tecnologia e educação. "Lamento que recursos como esse não existissem no passado para educar as pessoas e ajudá-las a entender as situações de uma pandemia". A estudante Ana Laura, da Universidade Federal de Uberlândia, também se impressionou com a vivência: "foi incrível porque nos levou até aquela época e conseguimos ver como as problemáticas se repetem nas pandemias — questões econômicas, sociais e as decisões das pessoas. Tudo faz a gente pensar sobre o presente", apontou.










Presença do ITpS no MedTrop reforça compromisso com a saúde pública
Com um estande sempre movimentado, palestras de alto nível e um simpósio que fomentou discussões estratégicas, o ITpS mostrou, no MedTrop 2025, que ciência, ensino e inovação caminham juntas. A participação reforçou o compromisso do Instituto em promover conhecimento, fortalecer redes e contribuir para a saúde pública brasileira — dentro e fora dos espaços acadêmicos.
Fotos: ITpS