O Rio de Janeiro é palco da Conferência dos Institutos Nacionais de Saúde Pública do Brics – grupo que reúne 11 países, entre eles o Brasil –, e o Instituto Todos pela Saúde (ITpS) está presente. Nesta segunda-feira, 15, o diretor-presidente do ITpS, Gerson Penna, foi relator do painel Vigilância em Saúde e Resposta a Emergências, que reuniu Mariângela Simão, secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde; Sara Hersey, diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS); Ivan Deev, diretor de Planejamento Estratégico do Ministério da Saúde da Rússia; e Ricardo Godoi, chair do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Vacina do Brics. O evento segue até quarta-feira, 17, em Copacabana.
Em sua fala, Gerson destacou que o Brics reúne cerca de 50% da população mundial e tem um peso estratégico inegável no cenário global. "Nesse contexto, as palavras do diretor-geral da OMS ganham ainda mais relevância: 'embora a covid-19 tenha nos tirado tanto, também nos deu a oportunidade de aprender as lições dolorosas que nos ensinou e usá-las para construir um mundo mais saudável, seguro e justo para as gerações futuras. Precisamos aproveitar essa oportunidade antes que o mundo mude para outras prioridades'. Assim, a dimensão do Brics reforça a responsabilidade do bloco em transformar essas lições em ações concretas para um futuro melhor", afirmou o diretor-presidente do ITpS.
Gerson também pontuou a crescente criação de institutos de saúde ao redor do mundo. Até os anos 2000 havia 54 centros do tipo, entre 2000 e 2020 foram criados 39 e, depois de 2020, mais 29. "Este painel corrobora o Acordo de Pandemias da OMS e as emendas do RSI que estabelecem o fortalecimento de estruturas de preparação e resposta, buscando corrigir as deficiências observadas no passado e reconhecendo sua responsabilidade pela sustentabilidade global", disse. A gerente de Comunicação, Bia Reis, e a pesquisadora científica Bárbara Chaves também participam do evento.
Mais cedo, na abertura da conferência, o presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira, destacou que a covid-19 ensinou a importância da resiliência dos sistemas de saúde e, também, da solidariedade.
Representando o Ministério da Saúde, Mariângela Simão ressaltou que o evento fortalece o que é prioritário: a cooperação entre os países. "Nosso esforço coletivo é para construir uma cooperação horizontal, que se contraponha aos ataques ao multilateralismo. Queremos uma frente que possa ajudar o mundo porque todos nós vivemos no mesmo planeta. Não existe mais um país que possa ser independente", afirmou a secretária.
Também participaram da abertura o representante da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) no Brasil, Cristian Morales Fuhrimann, e o secretário municipal da Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz.
Ao longo dos três dias, os institutos de saúde dos países do Brics são convidados a apresentar suas experiências e estratégias. Neste ano sob liderança do Brasil, a Conferência dos Institutos Nacionais de Saúde Pública do Brics visa promover o diálogo estratégico e mapear capacidades e formas de parceria entre os países, abordando temas fundamentais para a saúde pública global. Além de vigilância e preparação e resposta, os painéis de discussão envolvem o fortalecimento dos sistemas nacionais de saúde; a cooperação do Brics para enfrentar desigualdades em saúde; mudanças climáticas, saúde e equidade. No último dia, a conferência deve divulgar uma declaração de compromisso entre os países.