O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) participou, de 8 a 10 de outubro, da Oficina de Desenvolvimento da Inteligência Epidêmica, organizada pelo Ministério da Saúde, em Brasília. O evento reuniu representantes do próprio Ministério, de secretarias estaduais e municipais da Saúde, da Fiocruz, além do ITpS, para debater formas de aprimorar a Vigilância Baseada em Eventos (VBE) — abordagem que busca identificar sinais precoces de ameaças à saúde pública, complementando os sistemas tradicionais de vigilância, como a notificação de casos confirmados em laboratórios.
O objetivo foi avançar na integração das iniciativas já existentes e propor novas estratégias de detecção e resposta a eventos em saúde pública, com base em evidências e tecnologias digitais. Para isso, os participantes se dividiram em grupos de trabalho e discutiram soluções, avaliaram fluxos e propuseram caminhos para fortalecer a rede de vigilância no país. Ao final, os grupos de trabalho avançaram na elaboração de um documento com sugestões de como integrar as iniciativas apresentadas em todo o país.
Para Guilherme Werneck, diretor do Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente, do Ministério da Saúde, a oficina representou um passo importante para consolidar uma nova forma de pensar a vigilância no Brasil. "A pandemia de covid-19 mostrou que a vigilância tradicional, baseada apenas em notificações, é insuficiente para responder de forma rápida às emergências. Esse tipo de encontro é fundamental para incorporar novas tecnologias ao sistema e garantir respostas mais ágeis e eficazes", afirmou.
O diretor-presidente do ITpS, Gerson Penna, destacou que o país vive um momento decisivo na transição para a vigilância digital. "Estamos diante de um cenário em que diferentes instituições vêm desenvolvendo soluções baseadas em ciência de dados, saúde digital e inteligência artificial. Colocar todas essas experiências na mesma sala permite construir ferramentas mais integradas e úteis aos gestores públicos, fortalecendo a capacidade de resposta diante de potenciais emergências sanitárias."
Já o diretor de Operações do Instituto, Vanderson Sampaio, ressaltou o papel da tecnologia na transformação da saúde pública. "Vivemos um momento de transição tecnológica muito claro, em que a inteligência artificial é uma aliada indispensável. O desafio é transformar os dados disponíveis em informações que apoiem decisões rápidas e efetivas. Essa oficina foi essencial para entender o estágio atual das ferramentas de cada instituição e como elas podem se complementar", destacou.
Do ITpS, além de Gerson e Vanderson, estiveram presentes o coordenador científico, Anderson Brito, o cientista de dados Erick Rodrigues de Sousa e os pesquisadores Bárbara Chaves, José Deney e Marcelo Bragatte. Também participaram das discussões diretores, técnicos e pesquisadores dos seguintes órgãos e instituições:
Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA)
Departamento de Ações Estratégicas de Epidemiologia e Vigilância em Saúde e Ambiente (Daevs), Departamento de Emergências em Saúde Pública (Demsp), Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) e Centro Nacional de Inteligência Epidemiológica e Vigilância Genômica
Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi)
Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS)
Secretaria de Atenção Primária à Saúde (Saps)
Secretaria de Atenção Especializada à Saúde (Saes)