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Comunicação
Lupa: É falso que funcionários da Pfizer receberam lote especial da vacina da covid-19
Agência Lupa

Lupa: É falso que funcionários da Pfizer receberam lote especial da vacina da covid-19

15.08.2023

Evelyn Fagundes / Agência Lupa


Circula nas redes sociais um vídeo em que funcionários da Pfizer participam de uma audiência no Senado da Austrália. Segundo a legenda que acompanha o conteúdo, eles teriam afirmado que receberam da farmacêutica um lote especial da vacina contra a covid-19, diferente daquele distribuído ao público. É falso.
Por WhatsApp, leitores da Lupa sugeriram que esse conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação:


"Funcionários da Pfizer afirmam, em uma audiência no Senado na Austrália - que receberam um lote 'especial' da 'vacina' contra a covid-19. Diferente daquele que foi distribuído ao público. Qual seria a diferença do lote entre os funcionários da Pfizer e de todos os povos?"
Trecho da legenda que acompanha o vídeo que circula no WhatsApp


FALSO


A vacina oferecida pela Pfizer aos seus funcionários não é diferente do imunizante ofertado ao público na Austrália. Conforme afirmou a farmacêutica em nota encaminhada à Lupa, a Pfizer importou um lote exclusivo para seus colaboradores a fim de não diminuir a quantidade de doses da Austrália. Ao contrário do que afirma o post desinformativo, esse lote possuía os mesmos componentes do imunizante ofertado à população daquele país.


“Quando a vacina ComiRNAty tornou-se disponível na Austrália, decidimos disponibilizar a proteção para os funcionários da companhia na região, sem diminuir a quantidade de vacinas disponíveis naquele país”, afirmou a Pfizer. “Dessa forma, importamos doses adicionais que foram disponibilizadas para os funcionários da Pfizer. Ressaltamos que os colaboradores da Pfizer receberam as mesmas vacinas e ao mesmo tempo em que o público geral da população australiana.”


A publicação desinformativa traz um vídeo verdadeiro, mas usa uma legenda falsa para retirar o contexto original da gravação e distorcer o que foi dito. O trecho faz parte de uma transmissão feita no dia 3 de agosto deste ano durante uma audiência pública no Senado da Austrália.


Na ocasião, o senador Malcolm Roberts perguntou aos representantes da Pfizer – Krishan Thiru, diretor médico da Pfizer Austrália e Nova Zelândia; e Brian Hewitt, diretor de ciências regulatórias da Pfizer Austrália e Nova Zelândia – se o lote usado pela farmacêutica nos funcionários era exclusivo e se foi testado pelo TGA (Therapeutic Goods Administration, órgão sanitário da Austrália que é equivalente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, no Brasil).


“A Pfizer se comprometeu a importar um lote de vacinas específico para o programa de vacinação dos funcionários e fez isso para que nenhuma vacina fosse retirada dos estoques do governo”, afirmou Hewitt. Em nenhum momento o representante cita lote “especial” ou imunizantes com componentes diferentes em comparação com as vacinas ofertadas para a população.


Na sequência, após a resposta do representante da Pfizer, o senador perguntou se todos os funcionários da farmacêutica foram forçados a tomar a vacina contra a covid-19 e se aqueles que se recusaram foram demitidos. Krishan Thiru disse que a empresa permitiu isenções para pessoas que tivessem motivos médicos ou religiosos específicos para não receber vacinas, mas afirmou que “um pequeno número de colegas deixou a companhia”.


Ainda de acordo com a nota enviada para a Lupa, a Pfizer ressaltou que o imunizante ofertado aos seus funcionários e para a população australiana foi produzido na mesma fábrica. “A vacina ComiRNAty contra covid-19 da Pfizer-BioNTech destinada aos funcionários da empresa e à população australiana foram produzidas e fornecidas pela fábrica da Bélgica, na Europa”, pontuou.


A farmacêutica também disse que esses imunizantes foram estudados e autorizados pelo TGA. “Essas doses foram objeto de avaliação e autorização de fornecimento pelo Therapeutic Goods Administration (TGA) (...), de acordo com a avaliação independente de qualidade do TGA para cada lote de vacina fornecido ao país (Austrália)”, destacou.


Nota: Este conteúdo foi produzido pela Lupa com apoio do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Para ler o texto no site da Lupa, clique aqui.


Crédito foto: Rovena Rosa/Agência Brasil


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