X
Para aumentar ou diminuir a fonte, utilize os atalhos Ctrl+ (aumentar) e Ctrl- (diminuir) no seu teclado.
FECHAR
cores originais
mais contraste
A+
Comunicação
Lupa: É falso que OMS propôs vacinação em massa para combater efeitos das mudanças climáticas
Agência Lupa

Lupa: É falso que OMS propôs vacinação em massa para combater efeitos das mudanças climáticas

14.09.2023

Evelyn Fagundes / Rio de Janeiro


Circula nas redes sociais um post afirmando que a Organização Mundial da Saúde (OMS) teria declarado que a vacinação em massa seria necessária para combater os efeitos das mudanças climáticas. É falso.


Por WhatsApp, leitores sugeriram que o conteúdo fosse analisado. Confira a seguir o trabalho de verificação da Lupa:


"OMS declara vacinação em massa necessária para combater os efeitos das mudanças climáticas."
Legenda que acompanha o post que circula nas redes sociais


FALSO


A OMS não declarou que a vacinação em massa é necessária para combater os efeitos das mudanças climáticas. O conteúdo desinformativo deturpou o sentido de algumas falas da epidemiologista e líder técnica da entidade Maria Van Kerkhove em uma coletiva realizada em 9 de agosto deste ano.


Na ocasião, ela disse que eventos causados pelas mudanças climáticas já podem ser percebidos – como o aparecimento, em nações localizadas em regiões mais frias, de doenças que historicamente se manifestam em países de climas tropicais. Ela não defendeu a necessidade de uma vacinação coletiva. Em nota encaminhada à Lupa, a OMS negou que tenha proposto imunizar em massa a população como forma de enfrentar as mudanças climáticas.


Na entrevista coletiva, uma repórter questionou Van Kerkhove sobre o surgimento de doenças transmitidas por mosquitos, como a dengue, em países europeus. A líder técnica da OMS relacionou essas ocorrências com as mudanças climáticas. Ela disse que o mesmo esforço aplicado para prevenir a Covid-19 poderia ser adotado para combater essa doença.


“Você mencionou doenças transmitidas por mosquitos, mas este é um risco para todos os patógenos emergentes com potencial epidêmico e pandêmico. Uma das razões pelas quais volto a falar sobre a covid é que os sistemas que foram estabelecidos e aprimorados, especialmente nos últimos três anos e meio, e aqueles em que estamos trabalhando para avançar há muitos anos são aplicáveis para doenças como dengue, cólera, ebola e os próximos patógenos respiratórios”, disse Maria Van Kerkhove.


“Os países realmente precisam utilizar diferentes maneiras e diferentes tipos de intervenções para prevenção – uma das quais é o controle de vetores, olhando para as populações de mosquitos que estão lá e como o controle de vetores pode ser aplicado. Mas muito disso também se trata de outras utilizações de ferramentas que existem em situações em que temos intervenções médicas, terapêuticas ou vacinais, dependendo do patógeno”, declarou a líder técnica da OMS.


Na sequência da reunião, o diretor-executivo para emergências em saúde da OMS, Michael Ryan, disse que as mudanças climáticas estão alterando as zonas em que os mosquitos transmissores do vírus da dengue podem sobreviver e se reproduzir. Ele entende, contudo, que a doença pode ser tratada com intervenções clínicas simples. “Isso envolve investir nas comunidades, lidar com favelas, lidar com pessoas não documentadas na sociedade, o que significa lidar com a pobreza. A dengue é um sintoma da nossa sociedade, é um sintoma da forma como fazemos as pessoas viverem, é um sintoma da pobreza e é um sintoma da falta de aplicação de intervenções simples que são facilmente acessíveis no lugar certo e na hora certa”, concluiu.


Nota: Este conteúdo foi produzido pela Lupa com apoio do Instituto Todos pela Saúde (ITpS). Para ler o texto no site da Lupa, clique aqui.


Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
São Paulo - SP – 01310-942