A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, suspendeu a autorização do anticorpo monoclonal para a covid-19 fabricado pela AstraZeneca Evusheld. Segundo o órgão, os dados mostram que o medicamento não neutraliza as subvariantes do coronavírus que respondem por mais de 90% das amostras no país norte-americano – a BQ.1, BQ.1.1, XBB e XBB.1.5, que sozinha representa metade dos casos.
Nos EUA, o Evusheld, combinação dos anticorpos tixagevimabe e cilgavimabe, tinha o aval para uso como profilaxia pré-exposição, ou seja, preventivo. Eram duas injeções a cada seis meses para reduzir o risco de infecção pelo novo coronavírus em pessoas mais suscetíveis que respondem de forma mais fraca às vacinas, como os imunossuprimidos, ou que por algum motivo médico não podem receber os imunizantes.
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, em fevereiro do ano passado, a mesma indicação do medicamento como método profilático para a covid-19. Em dezembro, ampliou a autorização para que os anticorpos sejam utilizados também como tratamento da doença em indivíduos a partir de 12 anos que tenham risco aumentado para formas graves e não necessitem oxigenação suplementar.
No entanto, testes em laboratório indicaram que a combinação de anticorpos não consegue neutralizar as sublinhagens mais recentes da Ômicron, incluindo a BQ, que hoje é prevalente no Brasil segundo o último relatório do Instituto Todos pela Saúde (ITPs). De acordo com a AstraZeneca, a infeficácia se estende ainda para as subvariantes BF.7, BF.11, BA.5.2.6, BA.4.6 e BA.2.75.2, além das XBB. O avanço dessas versões do vírus nos EUA levou a agência norte-americana a reavaliar a autorização do medicamento, e decidir pela suspensão do aval.
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