Análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) em amostras positivas para o SARS-CoV-2 mostram que as subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron foram identificadas, na semana passada, em 93,2% delas — há 14 dias, o percentual era de 79,3%. Desde 1º de março, o ITpS analisou 154.753 testes realizados pelos laboratórios privados Dasa, DB Molecular e HLAGyn, a maior parte no Sudeste.
Em duas semanas, o número de municípios com detecção das subvariantes passou de 172 para 214, uma alta de 24,4%. Eles estão localizados em 19 estados brasileiros e no Distrito Federal.
A positividade de testes para covid-19 subiu e depois caiu ao longo de junho. No início do mês, o percentual estava em torno de 37%, com tendência de alta causada pela chegada das subvariantes BA.4 e BA.5 no país. A taxa superou os 45% e passou a cair, invertendo a direção. Agora está em 40,5%.
A taxa de testes positivos vem caindo em quase todas as faixas etárias. Na última semana houve um leve aumento, de 49% para 51%, apenas no grupo dos idosos com mais de 80 anos.
Atualmente, a BA.4 e a BA.5 já são responsáveis pela quase totalidade dos casos. Ao longo de julho deve ocorrer a queda de positividade dos testes e, consequentemente, de casos. Os impactos de BA.4 e BA.5 à saúde pública tendem a ser inferiores à onda BA.1.
O ITpS recomenda que toda a população tome todas as doses de vacina contra covid-19 a que tem direito (duas, três ou quatro doses, dependendo da faixa etária e de eventuais doenças associadas). O ciclo vacinal completo é essencial para a proteção individual e coletiva.
O Instituto Todos pela Saúde está monitorando a chegada e a disseminação da Ômicron no Brasil desde dezembro — este é o 16º relatório —, em parceria com os laboratórios privados. O objetivo é fornecer para o poder público, a imprensa e a sociedade informações com agilidade para ajudar na tomada de decisões de saúde. Paralelamente, o ITpS também realiza o monitoramento da circulação de vírus respiratórios no país. Os dois relatórios são divulgados em semanas alternadas.
Na seção Pesquisas do site do Instituto Todos pela Saúde, o itps.org.br, estão todos os relatórios já divulgados.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias. O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador.
São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente.
Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).