Após três meses de crescimento, a taxa de positividade para covid-19 apresenta queda pela primeira vez. O percentual de testes positivos passou de 33% para 28% entre as semanas encerradas em 7 e 21 de outubro. As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em dados de diagnósticos moleculares feitos pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), Hilab, HLAGyn e Sabin.
Em 13 semanas, a positividade saiu de pouco mais de 6% (semana encerrada em 8 de julho) e atingiu o pico de 33% (14 de outubro). Não há dados de abrangência nacional de alta hospitalar por covid-19, mas o aumento foi observado em alguns locais. Em São Paulo, 76% dos hospitais privados registraram em outubro crescimento de hospitalizações em enfermarias e UTIs por infecção de SARS-CoV-2, segundo informações do Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (SindHosp).
É importante pontuar que há um intervalo de tempo entre o aumento de casos de covid-19 e a alta de internações. Assim como, na direção contrária, é esperado que em algumas semanas o número de hospitalizações também comece a diminuir.
Nas unidades federativas analisadas, as taxas de positividade continuam acima de 30% no Paraná (33%), em São Paulo (31%) e em Santa Catarina (31%). Dados de semanas anteriores podem ter leve flutuação em decorrência da entrada de novos dados.
Em relação às faixas etárias, a positividade para covid-19 está baixa entre os mais novos – entre 7% e 8% de 0 a 9 anos – e sobe conforme a idade avança. Taxas acima de 30% são observadas a partir dos 40 anos, com pico entre 50-59 anos (37%).
Desde o início da parceria com os laboratórios, em novembro de 2021, o ITpS já analisou aproximadamente 4 milhões de resultados de testes diagnósticos. No último ano, de 22 de outubro de 2022 a 21 de outubro deste ano, foram analisados 1.128.685 testes.
O ITpS também analisou as taxas de positividade para outros vírus no período de 15 a 21 de outubro, e todas seguem em baixa. Para Vírus Sincicial Respiratório (VSR) é de 7,7%, para Influenza A, de 0,4%, e para Influenza B, de 0,2%. No entanto, na última semana, mesmo na faixa de 0 a 4 anos – que costuma ter o VSR como principal vírus em circulação –, 63% dos resultados positivos indicaram SARS-CoV-2.
Os laboratórios realizam ainda exames de painel que detectam outro conjunto de vírus, de espectro amplo (Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus) e bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila. Nesse painel, no mesmo período, a positividade para Rinovírus chegou a 8,8%. O vírus, após atingir pico em 26 de agosto de 41%, enfrenta sucessivas quedas.
O ITpS monitora a circulação de vírus respiratórios desde fevereiro de 2022 – este é o 26º relatório. Nos últimos meses, o ITpS aperfeiçoou os monitoramentos, incluindo novos parceiros, o que aumentou a cobertura geográfica e o volume amostral de testes analisados, e transformando os gráficos estáticos em interativos, de modo a incrementar a acessibilidade das informações produzidas.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes: