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Comunicação
Positividade para covid-19 é superior a 30% em todas as faixas etárias a partir de 40 anos há oito semanas
Notícias do ITpS

Positividade para covid-19 é superior a 30% em todas as faixas etárias a partir de 40 anos há oito semanas

11.01.2023

Há oito semanas, a positividade para covid-19 nas faixas etárias acima de 40 anos é superior a 30%. As taxas continuam elevadas, mas há sinais de queda. O perfil da atual onda segue similar à segunda de 2022, atingindo principalmente adultos e idosos. A análise é do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com base em 1,66 milhão de testes realizados pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, HLAGyn e Sabin de 11 dezembro de 2021 até 31 de dezembro de 2022.


De um modo geral, a positividade é mais elevada conforme a idade aumenta: a menor taxa, de 10%, é observada em crianças de 0 a 4 anos e a maior, de 37%, em idosos de 70 a 79 anos. Confira abaixo todos os percentuais.



O ITpS também analisou a incidência de covid-19 por estados, macrorregiões de saúde e municípios, utilizando dados do Ministério da Saúde. Em função de atrasos comuns no relato dos dados por parte de estados e municípios, os números apresentados podem estar subdimensionados. 


As taxas de casos de covid-19 seguem altas, em especial no Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Na semana encerrada em 24 de dezembro, 59,3% (70/118) das macrorregiões de saúde do Brasil tiveram alta incidência (>100 casos por 100 mil habitantes). Já na última semana do ano, o índice caiu para 42,3% (50/118).


Nas últimas quatro semanas, macrorregiões de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Roraima apresentaram aumentos nas taxas de casos. Nesses estados, as incidências na última semana do ano atingiram níveis acima de 200 casos por 100 mil habitantes (e acima de 400 em algumas macrorregiões).



O ITpS também avaliou quais linhagens do SARS-CoV-2 circulam nas diferentes regiões brasileiras, utilizando dados depositados no banco internacional Gisaid por instituições como Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Dasa, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens), Instituto Butantan e Adolfo Lutz. Amostras coletadas de 23 de outubro a 31 de dezembro de 2022 indicam que linhagens BA.5 foram amplamente substituídas pelas BQ.1 na maioria das regiões do país. Outras linhagens, como BE.9, BE.5 e XBB, também circulam, mas em frequência menor.



A vigilância genômica envolve um processo longo e multidisciplinar, e atrasos entre a coleta das amostras e a submissão dos genomas são comuns. Para apresentar um cenário mais atualizado sobre a frequência das variantes, o ITpS desenvolve modelos de predição de situação atual (nowcasting). Utilizando como base os dados brutos submetidos ao Gisaid (linha superior da imagem abaixo), o Instituto estima a frequência mais provável das variantes (linha inferior). 



Os dados mostram que a BQ.1 continua sendo a principal variante em circulação, seguida da BE.9, ambas derivadas da BA.5. Até meados de novembro, a recombinante XBB (que deriva da BA.2) era minoritária no Brasil, mas ela vem crescendo lentamente em frequência desde o fim de outubro. Uma sublinhagem da XBB, a XBB.1.5, cresce rapidamente hoje nos Estados Unidos. A XBB.1.5 já foi detectada em Indaiatuba (SP), pelo laboratório Dasa, e as consequências da variante no Brasil ainda são incertas.


Ao redor do mundo


Na última semana de 2022 (24 a 31 de dezembro), taxas elevadas de casos de covid-19 também foram observadas em pelo menos 21 outros países (em vermelho no mapa abaixo), que registraram incidências semanais acima de 100 casos por 100 mil habitantes. Observando as dez últimas semanas, no topo do ranking estão Hong Kong (HKG), Coreia do Sul (KOR), Taiwan (TWN), Nova Zelândia (NZL) e Japão (JPN).



Nas últimas semanas, diversas linhagens virais (variantes) da Ômicron têm causado altas de casos pelo mundo. Veja abaixo as frequências das principais linhagens em circulação nas últimas dez semanas nos 20 países com maiores taxas de incidência de covid-19.



Nas Américas, além do Brasil, Chile (CHL), Peru (PER) e Estados Unidos (USA) enfrentam altas taxas de casos, impulsionadas principalmente pelas sublinhagens BQ.1. Nos EUA, a linhagem XBB.1.5 está em alta e seus impactos à saúde pública ainda são incertos. 


O ITpS considera importante acompanhar o cenário epidemiológico no mundo porque ele pode antecipar padrões relevantes no Brasil.


O Instituto Todos pela Saúde está monitorando a circulação do SARS-CoV-2, de suas variantes e de patógenos respiratórios. Este é um relatório ampliado sobre a situação epidemiológica da covid-19 do Brasil e do mundo. O objetivo é fornecer para o poder público, a imprensa e a sociedade informações com agilidade, para ajudar na tomada de decisões de saúde. Todos os relatórios estão disponíveis na seção Pesquisas do site do ITpS: itps.org.br.


A atuação do ITpS


O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.


O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP),  a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.


O ITpS atua em três frentes: 



  • Fortalecimento de redes de vigilância epidemiológica - Articular redes para a obtenção de informações científicas relevantes à saúde pública e cobrir lacunas relacionadas à baixa capacidade de sequenciamento genômico.

  • Análise de dados - Promover análise e integração de bancos de dados para influenciar políticas públicas baseadas em evidências científicas.

  • Formação e informação - Desenvolver profissionais que atuem com vigilância epidemiológica, genômica e análise de dados ligados a doenças infecciosas. Tornar públicos os dados científicos.


À frente do ITpS


Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Incor (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).

Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
São Paulo - SP – 01310-942