A positividade de testes para dengue atingiu o patamar mais elevado dos últimos dois anos. Após ter caído para 15,5% na Semana Epidemiológica 8 (SE8), de 18 a 24 de fevereiro, o percentual de resultados positivos para dengue voltou a subir e marcou 34,5% na SE19, de 5 a 11 de maio. Em termos de comparação, no mesmo período de 2023 a positividade estava em 26% e em 2022, 20,5%. As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de cerca de 500 mil exames diagnósticos feitos entre maio de 2022 e maio de 2024 pelos laboratórios Fleury, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein e Sabin.
Trata-se da segunda subida da positividade para dengue em 2024. A primeira teve pico na primeira semana do ano, a SE1, de 31 de dezembro de 2023 a 6 de janeiro de 2024, e os percentuais mantiveram-se elevados ao longo do mês. A dinâmica é diferente da observada nos anos anteriores. Em 2023, o pico da positividade no primeiro semestre, de 23%, se deu na SE 15 (9 e 15 de abril) e em 2022, o maior percentual, de 32%, foi alcançado na SE 16 (17 a 23 de abril).
Em relação aos estados, o Paraná, com 41%, é o que teve o maior percentual de positividade na semana encerrada em 11 de maio. Em seguida está Goiás, com 38% – o patamar, apesar de alto, é inferior aos 53% registrados na SE2, de 7 a 13 de janeiro. Em seguida aparecem São Paulo (38%), Minas Gerais (30%), Rio Grande do Sul (29%), Distrito Federal (21%) e Mato Grosso (5%). Os demais estados não têm dados suficientes para análise individualizada, mas compõem o panorama geral.
Em relação às faixas etárias, apenas as inferiores a 10 anos estão com percentuais abaixo de 30%: de 0 a 4 anos, 11% e de 5 a 9 anos, 24%. A positividade mais elevada, 47%, é observada entre pessoas de 60 a 69 anos.
Segundo o virologista Anderson Brito, pesquisador do ITpS e coordenador dos relatórios de monitoramento, “diante dos patamares recordes de positividade reportados, superiores a 35% em alguns estados brasileiros e em diferentes faixas etárias, os surtos de dengue que observamos hoje no país ainda serão motivo de atenção ao longo do mês de junho”.
O monitoramento de arboviroses realizado com dados de laboratórios parceiros reflete uma amostragem não uniforme das unidades federativas e sem ajuste populacional. O ITpS destaca a importância da análise de dados em tempo oportuno para fornecer informações que possam ajudar o poder público e as entidades de saúde pública a acompanhar a dinâmica da epidemia e, assim, subsidiar decisões de saúde pública de acordo com o cenário observado.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
Instituto Todos pela Saúde (ITpS)
Comunicação
Bia Reis
Contato: bia.reis@itps.org.br