Os resultados positivos de testes para SARS-CoV-2 caíram de 40,5% para 29,6% em duas semanas – uma diferença de 10,9 pontos percentuais – e a expectativa é de queda contínua neste mês. É o que indica análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em 179.955 testes feitos pelos laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 1º de março e 16 de julho, a maior parte no Sudeste.
Em relação às subvariantes da Ômicron, a BA.4 e a BA.5 são identificadas atualmente em 96,9% das amostras positivas, ante 93,2% no período anterior. Nas amostras coletadas pelos laboratórios parceiros não há sinais de disseminação da BA.2.75, uma das subvariante da Ômicron que têm provocado aumento de casos na Índia. Caso uma subvariante se dissemine rapidamente no Brasil, a linha cinza do gráfico abaixo crescerá e a verde, cairá.
A positividade para covid-19 continua em queda em todas as faixas etárias, sinal do declínio gradual da atual onda. Confira a seguir a variação percentual em duas semanas: de 0 a 4 anos, de 18% para 13%; de 5 a 9 anos, de 23% para 14%; de 10 a 19 anos, de 30% para 17%; de 20 a 29 anos, 39% para 25%; de 30 para 39 anos, de 43% para 30%; de 40 para 49 anos, de 43% para 32%; de 50 a 59 anos, de 41% para 35%; de 50 para 59 anos, de 48% para 35%; de 60 a 69 anos, de 45% para 38%; de 70 a 79 anos, de 45% para 37%; e a partir de 80 anos, de 51% para 42%.
No entanto, é importante lembrar que os surtos não ocorrem de forma sincronizada no país. Por isso, alguns estados podem estar enfrentando hoje o auge da transmissão.
Em duas semanas, o número de municípios com detecção das subvariantes BA.4 e BA.5 passou de 214 para 266, uma alta de 24,3%. Eles estão localizados em 21 estados brasileiros e no Distrito Federal. Entre os avaliados, os que apresentaram maior queda no período foram: Rio de Janeiro (41% para 25%), São Paulo (42% para 31%) e Distrito Federal (29% para 21%). Houve estabilidade do percentual em Goiás (34%) e Mato Grosso (40%).
O ITpS recomenda que toda a população tome todas as doses de vacina contra covid-19 a que tem direito (duas, três ou quatro doses, dependendo da faixa etária e de eventuais doenças associadas). O ciclo vacinal completo é essencial para a proteção individual e coletiva.
O Instituto Todos pela Saúde está monitorando a chegada e a disseminação da Ômicron no Brasil desde dezembro — este é o 17º relatório —, em parceria com os laboratórios privados. O objetivo é fornecer para o poder público, a imprensa e a sociedade informações com agilidade para ajudar na tomada de decisões de saúde. Paralelamente, o ITpS também realiza o monitoramento da circulação de vírus respiratórios no país. Os dois relatórios são divulgados em semanas alternadas.
Na seção Pesquisas do site do Instituto Todos pela Saúde, o itps.org.br, estão todos os relatórios já divulgados.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias. O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).