Carlos Madeiro / colunista
O SUS (Sistema Único de Saúde) realizou, em abril, o menor número de testes para covid-19 em dois anos. Segundo dados do GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial), do Ministério da Saúde, foram realizados apenas 179 mil exames de covid-19 no mês passado —o que aponta uma queda de quase 90% em relação a janeiro, quando o país viveu uma nova onda da doença, causada pela variante Ômicron.
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Ao mesmo tempo que o número de testes conhecidos de covid-19 cai, a taxa de resultados positivos sobe há pelo menos três semanas —tanto no sistema público como no privado. Este índice é apontado como um dos principais marcadores iniciais para entender a circulação do novo coronavírus. Quando o percentual de positividade sobe, sugere-se que há mais circulação viral. É um indício do recrudescimento da pandemia, segundo Anderson Brito, virologista e pesquisador científico do ITpS (Instituto Todos pela Saúde). "É um sinal de alerta porque a gente já viu esse padrão anteceder as ondas [de contaminação]", diz Brito, citando a onda de janeiro, quando o índice de positividade chegou a alcançar 60%.
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Além dos dados do GAL, o ITpS, onde Brito trabalha, realiza também um levantamento de positividade de testes feitos em três redes de laboratório do país. As amostras são nacionais, mas 95% delas se concentram no Sudeste e no Centro-Oeste. O índice subiu: