Na mídia
O Povo: A nova onda da covid-19 na China e os impactos no resto do mundo
03.01.2023
Ana Rute Ramires
País mais populoso do mundo, a China enfrenta uma onda sem precedentes de novos casos de covid-19. O governo chinês suspendeu repentinamente as duras restrições sanitárias, que perduraram pelos quase três anos desde o início da pandemia, e tem uma população mais suscetível ao vírus. As repercussões da situação no país, contudo, podem reverberar nos demais, como o Brasil.
Alguns especialistas estimam que cerca de 60% dos 1,4 bilhão de habitantes da China – aproximadamente 10% da população global – pode ser infectada com o coronavírus nos próximos meses. Muitos hospitais estão lotados, e as farmácias sofrem com escassez de medicamentos. Crematórios também relatam recebimento de alto número de corpos.
Anderson Fernandes de Brito, virologista e pesquisador do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), explica que a China adotou "uma estratégia implacável" de covid zero, "isolando os casos positivos com um sistema rígido de controle". As medidas eram vistas por muitos com "excessiva", sendo recentemente revista e abolida.
"Com isso, até recentemente, o baixo número de casos e mortes podia ser creditado àquela estratégia. Já nas últimas semanas, quando o isolamento rígido dos infectados foi abandonado, a situação da China é incerta, tanto quando a casos/óbitos, quanto às variantes circulantes", relaciona.