A positividade de testes para covid-19 caiu de 67,6% para 51,4% entre os dias 22 de janeiro e 12 de fevereiro, mostra levantamento do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) em parceria com os laboratórios privados Dasa, DB Molecular e CDL. Apesar da queda, a taxa de resultados positivos ainda está elevada: no início de dezembro era abaixo de 2%. Na última semana analisada (6 a 12 de fevereiro), dos 1.657 testes realizados, 853 deram positivo e 98,9% apontam para a variante Ômicron sublinhagem BA.1, ainda sem sinais de crescimento da BA.2.
O ITpS monitora a variante Ômicron desde a sua chegada ao Brasil. De 5 de dezembro de 2021 a 12 de fevereiro de 2022, os três laboratórios realizaram um total de 105.985 testes em 604 municípios de 26 unidades da Federação.
Em cinco semanas, contadas a partir de meados de dezembro, a Ômicron BA.1 avançou pelo país, se sobrepondo à variante Delta, que predominava no território brasileiro. A aparente baixa ou não detecção da Ômicron em alguns estados é reflexo do viés amostral do levantamento.
Os surtos da variante Ômicron não ocorrem em sincronia, ou seja, alguns estados e municípios podem hoje observar uma queda no número de casos enquanto outros enfrentam aumento. Medidas de prevenção devem ser tomadas com base no cenário epidemiológico atual de cada município.
A sublinhagem BA.2, que causou a mais recente alta de casos de covid-19 na Europa, já foi detectada no Brasil. Segundo dados da plataforma internacional Gisaid, o país sequenciou e depositou no banco os dados de oito casos, cujas amostras foram coletadas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Por enquanto, a BA.2 não se disseminou de forma ampla, e é preciso monitorar o número de novos casos nas próximas semanas para verificar o seu comportamento.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias. O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).