Pela primeira vez desde o fim de abril, a positividade para covid-19 ficou abaixo de 18% em todas as faixas etárias. De uma forma geral, o percentual está mais elevado conforme avança a idade. Nos grupos de 0 a 4, 5 a 9 e 10 a 19 anos, a positividade é de 6%; nos de 30 a 39 e 40 a 49 anos, de 12%; e nos de 60 a 69 e 70 a 79 anos, de 16% e 17%, respectivamente. Os dados resultam de análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em 398.435 testes feitos pelos laboratórios particulares Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 1º de fevereiro e 6 de agosto de 2022.
Em um mês, de 9 de julho a 6 de agosto, a positividade para covid-19 caiu mais de 20 pontos percentuais, passando de 34,5% para 13,7%. A queda é resultado da ampla disseminação das subvariantes da Ômicron BA.4 e BA.5 no Brasil. Relatório divulgado pelo ITpS na semana passada indicou que elas já são encontradas em 98,8% das amostras positivas para SARS-CoV-2.
Em relação às unidades federativas, o Distrito Federal tem, entre as localidades com dados disponíveis, a menor taxa de positividade: 3%. Depois está São Paulo, com 13%, seguido por Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, todos com 14%.
Os testes realizados pelos laboratórios parceiros também identificam a presença de outros vírus respiratórios, como Influenza A e B e Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que causa resfriados comuns na maioria das pessoas, mas pode desencadear casos graves principalmente em crianças de 0 a 4 anos, por isso exige atenção. A positividade para Influenza B continua próxima a zero, Influenza A apresentou o menor percentual no trimestre (1,6%) e VSR, a menor taxa desde março (3,4%).
O ITpS está monitorando a circulação dos vírus respiratórios utilizando dados dos laboratórios parceiros — este é o 12º relatório. O objetivo é fornecer para o poder público, a imprensa e a sociedade informações com agilidade, para ajudar na tomada de decisões de saúde. Paralelamente, o ITpS também realiza o acompanhamento das subvariantes da Ômicron em circulação no país. Os dois relatórios são divulgados em semanas alternadas e estão disponíveis do site do ITpS: itps.org.br.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).