O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) realiza desde janeiro de 2024 o monitoramento de arboviroses com foco principal no vírus da Dengue. Para isso, integra e analisa resultados de testes diagnósticos moleculares feitos pelos laboratórios Target, Sabin, Hospital Israelita Albert Einstein, HLAGyn, Hilab, Fleury, DB Molecular. Desde o início da parceria já foram analisados mais de 1,5 milhões de resultados. Nesta página, as análises aparecem de forma histórica e consolidada, e as atualizações são feitas periodicamente, sempre que novos dados são recebidos e incluídos.
1. Cenário epidemiológico do vírus da Dengue
No gráfico a seguir estão as positividades percentuais para o vírus da Dengue nos anos de 2022, 2023 e 2024 por semanas epidemiológicas.
A primeira visualização foca na sazonalidade do vírus da Dengue, comparando os três últimos anos.
O gráfico abaixo mostra as positividades percentuais para o vírus da Dengue nos anos de 2022, 2023 e 2024 por semanas epidemiológicas, conforme padrão de data fim da semana epidemiológica do calendário do SINAM, destacando números de testes positivos e negativos.
2. Surtos de dengue em diferentes regiões e estados
Com os resultados dos testes, é possível rastrear a positividade dos testes de Dengue por estados e regiões brasileiras. Os gráficos a seguir mostram a origem e o volume de dados de diagnóstico.
Números absolutos de testes positivos para o vírus da Dengue por região brasileira nos dados integrados disponibilizado por nossos parceiros.
Ênfase nas positividades percentuais por unidades federativas brasileira, com conjunto amostral mínimo para compor uma linha temporal para visualização.
Infecções pelo vírus da dengue afetam todas as faixas etárias. Abaixo temos gráficos que apresentam resultados de testes positivos (antígeno e PCR) por faixas etárias de 0 a mais de 80 anos.
A seguir, a distribuição da positividade percentual dos testes de Dengue por diferentes faixas etárias ao longo das semanas epidemiológicas:
4. Outras arboviroses
Entre os dados que analisamos também encontramos resultados de testes que detectam outros arbovírus em circulação, como Zika, Chikungunya e Oropouche. Abaixo temos o número de testes positivos (PCR, antígeno e IgM) para esses vírus, por faixa etária, ao longo dos últimos meses.
O vírus da dengue sofre mutações enquanto infecta hospedeiros, gerando variantes com diferentes propriedades, com possibilidade de maior transmissibilidade ou evasão a vacinas. Dados de sequenciamento genético são cruciais para a preparação, vigilância e resposta a emergências em saúde. Um sistema universal de nomenclatura de linhagens virais é essencial para a comunicação e compreensão dos resultados de sequenciamento no país e no mundo.
Neste sentido está sendo utilizado o sistema de nomenclatura de linhagens do vírus da dengue, descrito neste manuscrito (em fase de revisão) e neste website. O sistema ‘dengue-lineages’ usa códigos alfanuméricos para nomear as variantes. Esse padrão neutro de nomenclatura é essencial, pois evita estigmas trazidos por nomes inadequados que informalmente são dados a variantes (“variante centauro”, “variante indiana”, etc).
Para nomear as variantes, informações sobre sorotipo, genótipo, linhagem e sub-linhagem viral são utilizadas. Por exemplo, segundo dados abertos a que tivemos acesso, os vírus da linhagem 1V_E (sorotipo DENV-1, genótipo cinco, linhagem E) foram os mais comuns entre 2022 e 2023 no Brasil.
O gráfico a seguir mostra a distribuição das linhagens do vírus da Dengue por mês, destacando as mais prevalentes ao longo do tempo:
O gráfico abaixo apresenta a diversidade genética do vírus da Dengue por mês, mostrando a variação nas linhagens ao longo do tempo:
Aumentar o conhecimento da diversidade genética do vírus da dengue que circula no Brasil é essencial. Informações genômicas são cada vez mais relevantes para preparar nosso país para enfrentar novas epidemias de dengue, em especial no contexto atual do uso pioneiro da vacina contra a doença.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros, DB Mol, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn, Sabin e Target, que gentilmente fornecem dados de diagnóstico para compreender o cenário epidemiológico da dengue, chikungunya e outras arboviroses.