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Monitoramento da Ômicron - relatório 18

DATA DE PUBLICAÇÃO: 05.08.2022

Com dados de 279.216 testes feitos por Dasa, DB Molecular e HLAGyn desde 1/3/22, análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram aumento na frequência de casos prováveis das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron de 96,9% para 98,8% em duas semanas.

Genomas das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.

Genomas da subvariante BA.2 da Ômicron, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva à sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar a frequência da BA.2 (SGTP), bem como da BA.4 e BA.5 (SGTF).

Monitorando a proporção de casos com perfil SGTF podemos acompanhar o avanço das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron, responsáveis pelo atual aumento do número de casos de covid-19 em muitos países. Nos próximos meses, o RT-PCR especial seguirá sendo útil para diferenciar as subvariantes.

Usando esse tipo de RT-PCR, vemos que os casos prováveis das subvariantes BA.4 e BA.5 (em verde) seguem aumentando e atingem 98,8% de frequência. Outras variantes, incluindo a BA.2, representaram apenas 1,2% dos casos na última semana.

Nos últimos dois meses, observamos o notório predomínio das subvariantes BA.4 e BA.5, responsáveis pela atual onda de casos de covid-19 no mundo. No Brasil, elas já são responsáveis por praticamente a totalidade dos casos testados (linha verde).

Nas últimas duas semanas, 264 municípios localizados em 20 estados e no DF tiveram casos de BA.4 ou BA.5 (pontos pretos no mapa). Nossos dados vêm principalmente do Sudeste, por isso vemos mais casos nos estados da região.

Dentro da população amostral disponível, observamos que em breve a Ômicron BA.2 não será mais detectável. As subvariantes BA.4 e BA.5 seguirão sendo responsáveis pela quase totalidade dos casos de covid-19 no Brasil ao longo das próximas semanas. 

Avaliamos a positividade para covid-19 em alguns estados e por faixa etária. Os dados a seguir (semanais) mostram o cenário desde dezembro de 2021. No balanço consolidado do mês de julho, o percentual de testes positivos caiu de 37,8% para 18%, configurando mais de 50% de redução.

A partir de meados de maio, o avanço das subvariantes BA.4 e BA.5 elevou a positividade rapidamente, alcançando patamares superiores a 40%. Entre o fim de junho e início de julho, observamos uma inversão na tendência, com queda na positividade em vários estados.

A positividade para covid-19 segue caindo em todas as faixas etárias avaliadas, sinal do declínio gradual da atual onda. Percentuais de positividade abaixo de 30% em todas as faixas etárias não eram vistos desde o início de maio, antes da chegada das variantes BA.4 e BA.5.

Ao longo de agosto, a transmissão de BA.4 e BA.5 seguirá em declínio. Uma mudança no cenário atual poderá ocorrer mediante ação de novas variantes (de interesse ou preocupação), porém, hoje, nenhuma variante mostra vantagem competitiva frente a alta transmissibilidade de BA.4/BA.5. 

Assim como os outros vírus respiratórios, o coronavírus SARS-CoV-2 não desapareceu. Esse vírus segue circulando e causando casos de covid-19. No entanto, felizmente, temos vacinas. Manter o esquema vacinal completo contra a covid-19 e outras doenças é essencial.

Todos que têm direito a doses adicionais dos imunizantes disponíveis ou que ainda não tomaram nenhuma dose devem procurar os postos de vacinação o quanto antes: o reforço vacinal é essencial para enfrentarmos o cenário epidemiológico atual e mitigar os eventuais impactos à saúde.

O ITpS agradece aos laboratórios privados de diagnóstico DB Molecular, Dasa e HLAGyn, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual.

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