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Monitoramento da Ômicron - relatório 20

DATA DE PUBLICAÇÃO: 02.09.2022

Com dados de 351.602 testes feitos por Dasa, DB Molecular e HLAGyn desde 1/2/22, análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram queda de casos positivos para covid-19 de 10% para 6% em 2 semanas – redução similar havia sido observada no fim de março (11% para 4%).

A distribuição da positividade por faixas etárias no mapa de calor de 2022 evidencia duas ondas de covid-19 no país. A primeira concentrou casos no intervalo de 7 semanas e a segunda, com menor amplitude de positividade, por mais de 10 semanas.

Em relação às subvariantes da Ômicron, as análises do ITpS mostram platô na frequência de casos prováveis de BA.4 e BA.5. O percentual oscilou de 97,8% para 99,4% em duas semanas.

Testes RT-PCR Thermo Fisher utilizados pelos laboratórios parceiros identificam BA.4 e BA.5 em mais de 95% dos casos positivos desde julho. Na última semana, outras variantes, incluindo a BA.2, representaram apenas 0,6% dos resultados.

Genomas de BA.4 e BA.5 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.

Genomas da subvariante BA.2 da Ômicron, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva à sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar a frequência da BA.2 (SGTP), bem como da BA.4 e BA.5 (SGTF).

Monitorando a proporção de casos com perfil SGTF podemos acompanhar o avanço de BA.4 e BA.5, responsáveis pelo atual aumento do número de casos de covid-19 em muitos países. Nos próximos meses, o RT-PCR especial seguirá sendo útil para diferenciar as subvariantes.

Na última semana, o número de municípios mapeados com casos prováveis de BA.4 e BA.5  atingiu 294 (pontos pretos no mapa), em 22 estados. Nossos dados provêm principalmente do Sudeste, por isso vemos mais casos nos estados da região.

A positividade para covid-19 continua caindo em todas as faixas etárias e nos estados observados, o que reforça o declínio da atual onda. Porém, é importante lembrar que os surtos de covid-19 não ocorrem de forma sincronizada no país e há registros diários de casos.

A baixa na positividade dos testes observada em agosto deve ser registrada também em setembro. No momento, a transmissão de BA.4 e BA.5 continua ocorrendo, com impactos à saúde pública inferiores aos da BA.1, predominante no início do ano.

Seguimos num período de alta transmissão viral, o que deixa idosos, imunossuprimidos e não vacinados mais vulneráveis. Dias mais frios favorecem a transmissão de vírus respiratórios, e ter o esquema vacinal completo contra covid-19 e outras doenças é essencial.

Todos que têm direito a doses adicionais da vacina contra covid-19 ou que ainda não tomaram nenhuma dose devem procurar os postos de vacinação o quanto antes: o reforço é essencial para enfrentarmos o cenário epidemiológico atual e mitigar os eventuais impactos à saúde.

O ITpS agradece aos laboratórios privados de diagnóstico DB Molecular, Dasa e HLAGyn, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual.

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