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Monitoramento da Ômicron - relatório 22

DATA DE PUBLICAÇÃO: 03.11.2022

A positividade de testes para covid-19 aumentou de 3% para 17% entre 8 e 29/10, um forte indício de nova onda de casos. A análise é do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com base em 595.534 testes feitos pelos laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 5/12/21 e 29/10/22.

O mapa de calor abaixo mostra baixa positividade nas últimas sete ou oito semanas, dependendo da faixa etária observada. Porém, nas duas últimas semanas, todas as faixas acima de 19 anos estão com positividade acima de 19%, início provável da terceira onda de 2022.

Entre a semana de 22 a 29/10 ocorreu aumento alarmante da positividade em alguns estados: no MT, de 3% para 18% (6x); em SP, de 10% para 19% (quase 2x); e no RJ, de 15% para 26%. A baixa procura por testes deixa alguns estados sem dados para a tomada de decisões.

Testes RT-PCR Thermo Fisher utilizados pelos laboratórios parceiros identificam 93,5% de casos prováveis de BA.4 e BA.5. Na última semana, casos prováveis de outras variantes, incluindo a BA.2, representaram 6,5% dos resultados.

As frequências de amostras com o perfil SGTF (prováveis BA.4 e BA.5, linha verde) nas últimas semanas foram:

  • 97,9% até 1/10
  • 90,4% até 8/10
  • 96,5% até 15/10
  • 96,3% até 22/10
  • 93,6% até 29/10

Variantes com esse perfil dominam o cenário das infecções desde o início de junho.

Na semana encerrada em 29/10, observamos uma tendência de queda na frequência de amostras com perfil SGTF (linha verde), que permaneceu acima de 93% por praticamente quatro meses, exceto nas semanas 17/9 e 8/10.

A Ômicron BA.2, que predominou no Brasil até o início de junho, foi a última e principal variante com perfil SGTP a circular no país neste ano. Sublinhagens dessa variante, como BA.2.12.1 e BA.2.75, ainda circulam pelo mundo, causando surtos localizados.

A evolução do coronavírus se mantém enquanto há casos positivos. Novas linhagens se estabelecem e recebem novos nomes quando infectam muitas pessoas. As variantes BA.2, BA.4, BA.5 continuam gerando sublinhagens, e algumas tornam-se de preocupação, como a BQ.1.

As variantes citadas acima são exemplos de Ômicron. Durante as infecções, o coronavírus SARS-CoV-2 se multiplica em nosso corpo, e erros de cópia dos genomas levam a mutações genéticas, que podem dar origem a novas linhagens do vírus (variantes).

Os genomas de BA.4 e BA.5 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.

Genomas da subvariante BA.2 da Ômicron, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva à sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar a frequência da BA.2 (SGTP), bem como da BA.4 e BA.5 (SGTF).

Monitorando a proporção de casos com perfil SGTF podemos acompanhar a dinâmica das subvariantes BA.4 e BA.5, responsáveis pelo maior número de casos de covid-19 no Brasil nos últimos meses, e detectar o aparecimento de eventuais novas sublinhagens.

Na última semana, casos prováveis de BA.4 e BA.5 foram identificados em 301 municípios (pontos pretos no mapa) de 21 estados. Os dados provêm principalmente do Sudeste, por isso vemos mais casos na região.

Todos que têm direito a doses adicionais da vacina contra covid-19 ou que ainda não tomaram nenhuma dose devem procurar os postos de vacinação: o reforço é essencial para enfrentarmos o cenário epidemiológico atual e mitigar os eventuais impactos à saúde.

O ITpS agradece aos laboratórios privados de diagnóstico DB Molecular, Dasa e HLAGyn, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual.

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