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Monitoramento da Ômicron - relatório 23

DATA DE PUBLICAÇÃO: 02.03.2023

Análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram aumento nas taxas de positividade de covid e domínio das subvariantes Ômicron XBB. Foram analisados dados de 583.276 testes feitos por Dasa, DB Molecular, HLAGyn e Sabin de 1/5/22 a 25/2/23.



Genomas das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.


Genomas da subvariante BA.2 da Ômicron como a XBB, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva à sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar a frequência da XBB (SGTP), bem como da BA.4/5 e BQ.1 (SGTF).


A Ômicron BA.2, que predominou no Brasil até o início de junho de 2022, foi a última variante com perfil SGTP a circular no Brasil. A XBB é uma variante recombinante que teve origem na junção de duas sublinhagens da BA.2, mais especificamente a BA.2.10 e a BA.2.75.



Monitorando a proporção de casos com perfil SGTP podemos acompanhar o avanço das Ômicron XBB e sublinhagens, responsáveis pelo atual aumento do número de casos de covid-19 em muitos países. Os testes RT-PCR Thermo Fisher seguem sendo úteis para diferenciar as variantes.


Usando esse tipo de RT-PCR, visualizamos inversão entre os perfis SGTF e SGTP. A frequência dos casos prováveis das subvariantes BA.4/5 e BQ.1 (em verde) diminuiu para 5,3%. Já as sublinhagens BA.2 (em cinza), de onde deriva a XBB, tem frequência de 94,7%.



Entre janeiro e fevereiro de 2023 tivemos uma mudança do predomínio das variantes circulantes de covid, provavelmente acelerada por eventos de alta aglomeração. A soma desses fatores (novas variantes e aumento de casos positivos) marca o início desta nova onda de covid-19 no Brasil.



A XBB levou cerca de dois meses para se tornar dominante. Em 28/1/23, os perfis SGTF e SGTP tinham aproximadamente 50% de frequência cada, e após quatro semanas, 95% dos casos já eram SGTP. Esse mesmo intervalo foi verificado no meio do ano de 2022 para SGTF.


Em um período de três meses (a partir de 4/12/22), 113 dos municípios investigados apresentaram casos prováveis de Ômicron XBB (pontos pretos no segundo mapa), em 15 estados.



Na população amostral disponível, a Ômicron XBB é a principal responsável pela nova onda de casos de covid-19 e provavelmente essa variante seguirá responsável pela quase totalidade dos casos de covid-19 no Brasil nas próximas semanas.


Neste início de 2023 tivemos a menor positividade (14%) na última semana de janeiro, encerrada em 28/1. A taxa passou a subir, e em 25/2 era de 26%: aumento de 12 pontos percentuais. Isso marca o início da primeira onda de covid-19 neste ano.


Em relação aos estados, SP atingiu positividade de 31% - a taxa é superior a 16% desde outubro de 2022 e em todo mês de fevereiro de 2023 ficou acima de 20%. RJ atingiu 30% na última semana. É importante lembrar que surtos de covid-19 não ocorrem de forma sincronizada no país.



A nova onda também revela uma mudança de padrão. Ao longo de 2022, entre períodos de alta, houve pelo menos de 6 a 7 semanas com baixa positividade (<10%). Desta vez, mal observamos uma queda na positividade da onda de BQ.1 e já vemos novo aumento, agora causado pela XBB.



Estamos em período de alta transmissão viral. Isso serve de alerta aos mais vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e não vacinados. O Ministério da Saúde lançou o Movimento Nacional pela Vacinação. Ter o esquema vacinal completo contra a covid-19 e outras doenças é essencial.


Todos que têm direito a doses adicionais dos imunizantes disponíveis, ou que ainda não atualizaram seus esquemas vacinais, devem procurar os postos de vacinação o quanto antes: o reforço vacinal é essencial para enfrentarmos variantes circulantes e reduzir os impactos à saúde.


O ITpS agradece aos laboratórios parceiros de diagnóstico Dasa, DB Molecular, HLAGyn e Sabin, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual.

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