A taxa de positividade de testes para covid-19 saltou de 14,3% para 22,3% de 19/8 a 9/9. As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 1.246.231 diagnósticos moleculares feitos entre 4/9/22 e 9/9/23 por Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.
Nas últimas semanas, informações geradas pelo Ministério da Saúde, Fiocruz, Abramed e ITpS vêm alertando sobre o cenário atual de subida de casos de covid-19. Esses múltiplos esforços, incluindo o de laboratórios parceiros e do ITpS, garantem uma vigilância epidemiológica mais robusta.
Desde o início da parceria com os laboratórios, em novembro de 2021, o ITpS já analisou 3.869.897 resultados de testes diagnósticos. Dos testes para vírus respiratórios realizados entre 3 e 9/9/23, 11,9% deram resultados positivos (em vermelho, última coluna).
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1. Cenário epidemiológico dos vírus SARS-CoV-2, Influenza A/B e VSR
As taxas de positividade seguem baixas para Influenza A (1,8%), Influenza B (0,4%) e VSR (4,2%). Para SARS-CoV-2, nos últimos 15 dias houve aumento de aproximadamente oito pontos percentuais, chegando a 22,3%. Nos últimos anos, essas altas têm antecipado a ocorrência de surtos no Brasil.
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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os dois próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames que detectam simultaneamente o seguinte conjunto de vírus nas amostras: SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
De 3 a 9/9 (última coluna do gráfico), entre os testes positivos para aqueles vírus respiratórios, 63% revelaram infecções por SARS-CoV-2 (covid-19), 9% por Influenza A, 4% por Influenza B e 24%, por Vírus Sincicial Respiratório.
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No universo amostral da última semana, a maioria dos testes positivos nas faixas entre 0 e 4 anos (56%) e entre 4 e 9 anos (50%) apontou VSR. Nas faixas etárias acima de 18 anos houve predomínio de SARS-CoV-2, representando de 72% a 100% dos casos positivos em adultos.
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2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios
Além dos vírus citados acima, alguns testes que analisamos detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
De 3 a 9/9, entre os patógenos respiratórios identificados por testes de painel de amplo espectro, 28% revelaram infecções por Rinovírus. Os demais patógenos apresentaram taxas abaixo de 5%, com exceção dos adenovírus, com aproximadamente 6%.
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Esses testes, menos frequentes, são avaliados de forma isolada para uma melhor comparação. A seguir, vemos o número de testes positivos para outros patógenos, com destaque à contínua alta detecção de rinovírus nos meses recentes, detectado entre 11% e 41% dos exames.
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Como muitos desses patógenos afetam crianças, painéis de testes mais amplos são de duas a três vezes mais usados para a faixa etária de 0 a 4 anos. Nesse público, na última semana, observamos alta prevalência de Rinovírus (em roxo, abaixo) e adenovírus (ciano).
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3. Taxas de positividade de testes por estados e faixas etárias
Continuamos rastreando a positividade dos testes de covid-19 por estados e faixas etárias. Na última semana, observou-se aumento na positividade em várias unidades federativas monitoradas.
No estado de Goiás (28%) e no Distrito Federal (34%), observa-se as maiores taxas de positividade. Em seguida estão Rio de Janeiro (24%), Minas Gerais (18%), São Paulo e Paraná (16%). O maior crescimento de positivos em setembro foi em SC, de 7% para 13%.
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O aumento na positividade de testes de covid-19 por faixa etária também é evidente. As faixas de 29 a 79 anos apresentam taxas acima de 26%. O grupo de 39 a 49 anos lidera com 29%, enquanto o de 49 a 59 anos está com 28%.
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Como vemos abaixo, infecções por vírus Influenza A (gripe) têm sido pouco frequentes nas últimas semanas. Caso tenha sintomas respiratórios, é provável que seja SARS-CoV-2. Então, previna-se: use máscara e evite contato com outras pessoas, em especial as mais vulneráveis.
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O crescimento da positividade para covid-19 indica que o SARS-CoV-2 ainda circula e infecta suscetíveis. Com o Programa Nacional de Imunizações (PNI) celebrando meio século, temos mais um motivo para nos vacinar e diminuir as chances de casos graves e hospitalizações.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que gentilmente disponibilizaram dados de diagnósticos moleculares (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o cenário epidemiológico dos patógenos.