Após cair de 33% para 17% em 5 semanas, a positividade para covid-19 inverte a tendência de queda e oscila um ponto para cima. As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 1.042.754 diagnósticos moleculares feitos entre 26/11/22 e 25/11/23 por Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp.l Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.
Desde o início da parceria com os laboratórios, em dezembro de 2021, o ITpS já analisou mais de 4 milhões de resultados de testes diagnósticos. Dos testes realizados entre 19 a 25/11/23, 12% deram resultados positivos para ao menos um vírus respiratório (cor vermelha).
1. Cenário epidemiológico dos vírus SARS-CoV-2, Influenza A/B e VSR
As taxas de positividade seguem baixas para Influenza B (0,7%) e Influenza A (1,8%). No intervalo das últimas duas semanas, a positividade para VSR apresentou aumento de 9% para 12%, enquanto a de SARS-CoV-2 permaneceu entre 18% e 19%.
Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os dois próximos gráficos consideram só resultados de painéis virais, exames que detectam simultaneamente o seguinte conjunto de vírus nas amostras: SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
De 19 a 25/11 (última coluna do gráfico), entre os testes positivos para esses vírus respiratórios, 48% revelaram infecções por SARS-CoV-2 (covid-19), 41%, por Vírus Sincicial Respiratório, 8%, por Influenza A e 3%, por Influenza B.
No universo amostral da última semana, o SARS-CoV-2 foi detectado na maioria das faixas etárias, com maior frequência nas idades a partir de 30 a 39 anos. VSR predomina entre 0 a 4 anos, com frequência de 77%.
2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios
Além dos vírus citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
De 19 a 25/11, entre os patógenos respiratórios identificados por testes de painel, as maiores taxas de positividade são: Rinovírus (14%), Vírus Parainfluenza (15%), Adenovírus e Bactérias (Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila) totalizando 6% e os demais estão com 5% ou menos.
Esses testes, menos frequentes, são avaliados isoladamente para comparação. Vemos hoje que o número de testes positivos para múltiplos patógenos respiratórios têm predomínio de Rinovírus e Parainfluenza. É comum que a frequência desses patógenos varie sazonalmente.
Como muitos desses patógenos afetam crianças, esses painéis amplos são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Nesse grupo, na última semana, observamos principalmente Rinovírus, Vírus Parainfluenza, Adenovírus e coronavírus sazonais.
3. Taxas de positividade de testes por estados e faixas etárias
Continuamos rastreando a positividade dos testes de covid-19 por estados e faixas etárias. Na última semana, observamos queda da taxa de positividade nas regiões sudeste, centro-oeste, sul e aumento no nordeste.
Os estados com maiores taxas atualmente são Bahia e Pernambuco (com 44% e 30%), que contribuem para o aumento geral citado na seção 1 (acima). Santa Catarina 29%, Minas Gerais (28%), Rio Grande do Sul (26%) e Paraná (25%) têm positividade acima de 20%.
Dados de semanas anteriores podem ter leve flutuação em decorrência da entrada de novos dados. Unidades federativas com 20% ou abaixo são: Mato Grosso (20%), Distrito Federal (16%), São Paulo (14%) e Rio de Janeiro (9%).
Embora as taxas de positividade de covid-19 estejam caindo, há registro constante de casos positivos. Na última semana, as faixas etárias de 30 a 79 anos seguem com positividade acima de 20%. Grupos etários de 60-69 anos têm as taxas mais altas no período (27%).
Com a baixa frequência da gripe Influenza A, sintomas respiratórios são mais prováveis de serem causados por SARS-CoV-2 ou outros patógenos, como VSR. Lembre-se de usar máscara e, se estiver sintomático, evite contato com pessoas mais vulneráveis.
A positividade para covid-19 indica que o SARS-CoV-2 segue circulando e pode infectar os suscetíveis. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, nos dá segurança para vacinar e diminuir as chances de casos graves e hospitalizações.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp. Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que gentilmente nos forneceram dados de diagnósticos moleculares (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o atual cenário epidemiológico.