Positividade para covid-19 permanece ao redor de 20% nas últimas cinco semanas epidemiológicas (SE). As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 945.080 diagnósticos moleculares feitos entre 17/12/22 e 16/12/23 por Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp.l Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.
Desde o início da parceria com os laboratórios, em dezembro de 2021, o ITpS já analisou 4.047.621 milhões de resultados de testes diagnósticos. Dos testes realizados entre 10 a 16/12/23 (SE 50), 15% deram resultados positivos para ao menos um vírus respiratório (cor vermelha).
1. Cenário epidemiológico dos vírus respiratórios de importância em saúde pública (VRISP)
Nas últimas cinco semanas (desde 12/11/23, SE 46), as taxas de positividade para Influenza A subiram de 1,3% para 4,5%. No mesmo período, o percentual de testes positivos para Vírus Sincicial Respiratório (VSR) ficou entre 9% e 11% e para SARS-CoV-2, entre 17% e 19%.
Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os dois próximos gráficos consideram só resultados de painéis virais, exames que detectam simultaneamente o seguinte conjunto de vírus nas amostras: SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR
Entre 10 e 16/12 (SE 50, última coluna do gráfico), dos testes positivos para esses vírus respiratórios, 40% revelaram infecções por SARS-CoV-2 (covid-19), 38%, por VSR, 22%, por Influenza A e 3%, por Influenza B.
Na última semana (SE 50), o SARS-CoV-2 segue circulando em diferentes faixas etárias, com maior frequência nas idades a partir de 20 anos. VSR predomina entre 0 a 4 anos, com frequência de aproximadamente 80% nas últimas quatro semanas (desde 19/11, SE 47) nessa faixa etária.
2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios
Além dos vírus citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
Entre 10 e 16/12 (SE 50), entre os patógenos respiratórios identificados por testes de painel, as maiores taxas de positividade são: Rinovírus (26%), Coronavírus sazonais (13%), Vírus Parainfluenza (10%), Bactérias como Bordetella, Mycoplasma ou Chlamydophila (7%).
Esses testes, menos frequentes, são avaliados isoladamente para comparação. Nos testes positivos para múltiplos patógenos respiratórios há atualmente o predomínio de Rinovírus e Coronavírus sazonais. É esperado variação sazonal na frequência desses patógenos.
Como muitos desses patógenos afetam crianças, esses painéis amplos são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Nesse grupo, na última semana, além do VSR, já citado, observamos principalmente Rinovírus, Vírus Parainfluenza e coronavírus sazonais.
3. Taxas de positividade de testes por estados e faixas etárias
A positividade dos testes de covid-19 por estados e faixas etárias na última semana vem apresentando relativa estabilidade. A Região Nordeste ainda requer maior vigilância quando comparada aos estados monitorados no Sudeste, Centro-Oeste e no Sul.
Pernambuco e Bahia continuam sendo os estados com as maiores taxas: 41% e 38%, respectivamente (dados de outros estados da região não estão disponíveis). Em seguida estão Paraná (26%) e Rio Grande do Sul, com tendência de aumento em dezembro.
Valores das semanas anteriores podem flutuar em decorrência da entrada de novos dados. As seguintes unidades federativas têm positividade abaixo de 20%: Santa Catarina (19%), Minas Gerais (18%), Distrito Federal (15%), São Paulo (13%) e Mato Grosso (12%).
Embora as taxas de positividade de covid-19 estejam estabilizadas, há registro constante de casos positivos. Na última semana, as faixas etárias de 40 a 79 anos seguem com positividade acima de 22%. Grupos etários de 50-59 anos têm as taxas mais altas no período (28%).
Em informe divulgado no dia 18/12, o Ministério da Saúde destaca a baixa cobertura da vacina bivalente contra covid-19, apesar dos esforços para ampliar a vacinação. Até 20/12, apenas 15,8% da população havia recebido o imunizante. Se você não tomou todos os reforços, procure um posto de saúde.
O Influenza A começa a apresentar sinais de aumento de casos e devemos seguir vigilantes para infecções respiratórias, especialmente nas celebrações de final de ano. Lembre-se de usar máscara em aglomerações e principalmente se estiver sintomático.
SARS-CoV-2, Influenza A e VSR seguem circulando e podem infectar os suscetíveis. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, nos dá segurança para vacinar e diminuir as chances de casos graves e hospitalizações.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp. Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que gentilmente nos forneceram dados de diagnósticos moleculares (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o atual cenário epidemiológico.
