Nas últimas cinco semanas, tivemos aumento de aproximadamente 20% para 25% na positividade para Influenza A, enquanto para SARS-CoV-2 houve queda de 30% para 12% de testes positivos.
As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 856.224 diagnósticos moleculares feitos entre 19/3/23 e 23/3/24 por Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp.l Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.
Desde o início da parceria com os laboratórios, em dezembro de 2021, o ITpS já analisou 4.321.701 milhões de resultados de testes diagnósticos. Dos testes realizados na semana epidemiológica (SE) terminada em 23/3/24 (SE 12), 12% deram resultados positivos para ao menos um vírus respiratório (cor vermelha).
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1. Cenário epidemiológico dos vírus respiratórios de importância em saúde pública (VRISP)
O ano de 2024 iniciou com o aumento de testes positivos para vírus respiratórios. Esse crescimento foi progressivo para Influenza A, cuja positividade passou de 12%, em janeiro, para 25%, em março.
Já o SARS-CoV-2 teve aumento da positividade nos primeiros meses do ano. O pico se deu em fevereiro (35%), seguido por queda até 12% em março (SE 12), a menor desde agosto de 2023.
Outro vírus que mostra progressivo aumento no número de testes positivos é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Entre fevereiro (SE 06) e março (SE 12) deste ano, a positividade para VSR passou de 3% para 18%, um reflexo direto da alta circulação do vírus.
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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os dois próximos gráficos consideram só resultados de painéis virais, exames que detectam simultaneamente o seguinte conjunto de vírus nas amostras: SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
Entre SE 09 e 12 – as últimas 4 semanas –, dos testes positivos realizados em painéis para vírus respiratórios, houve predominância de Influenza A (49%), seguida de SARS-CoV-2 (covid-19, 30%), VSR (20%) e Influenza B (1%).
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Considerando as últimas quatro semanas (SE 09 a 12), 60% dos testes positivos para Influenza A atingiram a faixa etária de 0 a 19 anos. O vírus SARS-CoV-2 segue circulando, tendo maior frequência nas idades a partir de 40 anos. Já o VSR predomina entre 0 a 4 anos, com frequência de aproximadamente 64%.
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2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios
Além dos vírus citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
Entre 19 e 23/3 (SE 12), dentre os patógenos respiratórios identificados por testes de painel, as maiores positividade são: Rinovírus (26%), Bactérias como Bordetella, Mycoplasma ou Chlamydophila (10%), Vírus Parainfluenza (7%) e Metapneumovírus (3%).
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Esses testes, menos frequentes, são avaliados isoladamente para comparação. Nos testes positivos para os vírus respiratórios de importância em saúde pública há atualmente o predomínio do Influenza A e do VSR. É esperado variação sazonal na frequência desses patógenos.
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Como muitos desses patógenos afetam crianças, esses painéis amplos são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Nesse grupo, na última semana, além do Influenza A, já citado, observamos principalmente Rinovírus, Vírus Parainfluenza e coronavírus sazonais.
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3. Positividade de testes por estados e faixas etárias
A positividade dos testes de covid-19 vem apresentando queda em todas as regiões do país, tanto nas unidades federativas acompanhadas, quanto nas faixas etárias.
Os estados com maiores percentuais de positividade são: Paraná (24%), Minas Gerais e Rio Grande do Sul (ambos com 21%). Valores das semanas anteriores podem flutuar em decorrência da entrada de novos dados.
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Os estados com os maiores percentuais de positividade para o Influenza A são: São Paulo (25%), Santa Catarina (24%) e Rio de Janeiro (24%), respectivamente. Em contrapartida, o Distrito Federal (13%) teve a menor positividade entre os monitorados. Os demais estados não apresentaram dados suficientes para o monitoramento até o momento.
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Embora as positividades para SARS-CoV-2 (covid-19) estejam estabilizadas, há registro constante de casos positivos. Na última semana, as faixas etárias de 40 a 79 anos apresentaram os percentuais mais altos, entre 15% a 19%.
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Influenza A apresenta sinais de aumento de casos. Devemos seguir atentos às infecções respiratórias. A faixa etária de 5 a 9 anos é a mais acometida, com 43% de positividade na SE 12. Caso apresente sintomas, lembre-se de usar máscara em ambientes públicos.
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SARS-CoV-2, Influenza A e VSR seguem circulando e podem infectar os suscetíveis. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, nos dá segurança para vacinar e diminuir as chances de casos graves e hospitalizações por doenças imunopreveníveis.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp. Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que gentilmente nos forneceram dados de diagnósticos moleculares (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o atual cenário epidemiológico.