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Monitoramento de patógenos respiratórios - relatório 39

DATA DE PUBLICAÇÃO: 24.02.2025

Cenário epidemiológico | SARS-CoV-2 | Influenza A | Influenza B | VSR | Outros patógenos


A poucos dias do carnaval, o monitoramento de patógenos respiratórios do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) registra aumento de casos de doenças respiratórias. A positividade para o vírus SARS-CoV-2 (covid-19) apresenta crescimento contínuo nas últimas quatro semanas, de 17% para 24%, padrão similar ao observado para o Influenza A e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Casos de Influenza B seguem em caminho contrário: estão em queda desde outubro de 2024.


As análises são do ITpS, com dados de exames laboratoriais feitos até o dia 15/2/25 pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target.

 

Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 5.298.880 milhões de resultados de exames de laboratórios parceiros que detectam diferentes patógenos respiratórios. Na última Semana Epidemiológica (SE07, encerrada em 15/2), 14% dos exames tiveram resultado positivo para algum patógeno respiratório (veja linha amarela abaixo).


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1. Cenário epidemiológico dos Vírus Respiratórios de Importância em Saúde Pública (Vrisp)


As séries temporais abaixo informam os percentuais de exames positivos (positividade) para os vírus de maior relevância em saúde pública. Neste gráfico, as linhas ascendentes ao longo de semanas indicam o início dos surtos pelo país e as descendentes, o arrefecimento dos surtos.


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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os quatro próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames capazes de detectar simultaneamente os vírus SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.


Abaixo, vemos os números absolutos de exames positivos por vírus, por semana epidemiológica. Interaja com o gráfico passando o cursor sobre os elementos para obter informações adicionais ou clicando sobre os retângulos coloridos na legenda para incluir ou remover dados de vírus específicos.


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O aumento da circulação do Influenza A e do VSR ocorreu concomitantemente no primeiro semestre. Em seguida, foi observado, entre agosto e novembro, um padrão semelhante de cocirculação, porém com SARS-CoV-2 e Influenza B. Ao longo dos últimos quatro meses houve uma redução no número de exames positivos, mas a tendência recente é de aumento.


A seguir, é possível observar os mesmos dados apresentados acima, mas com destaque para os percentuais de exames positivos relativos a cada vírus. Nessa visualização está a frequência de cada um dos vírus circulantes.


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Na última semana analisada (SE07), entre os exames positivos em paineis que detectam os quatro principais vírus respiratórios, houve predominância de SARS-CoV-2 (47%), seguido pelo Influenza A (26%),VSR (23%) e influenza B (4%).


Em relação às faixas etárias, as infecções pelo SARS-CoV-2 nas últimas oito semanas afetaram pessoas de todas as idades, com mais detecções de 0 a 4 anos e 80+. Nas últimas duas semanas, o Influenza A predominou em crianças de 5 a 9 anos e o VSR, em crianças menores de 4 anos. Por fim, o Influenza B, que circula em baixa frequência, continua sendo detectado em todas as faixas etárias.


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Na última semana analisada (SE07), o VSR foi detectado em 50% das infecções em crianças de 0 a 4 anos. Considerando a faixa etária de 5 a 19 anos, o Influenza A foi mais frequente (76%). Por fim, nas faixas etárias acima de 60 anos, mais de 70% das infecções foram causadas por SARS-CoV-2.


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1.1 Dinâmica do SARS-CoV-2 (o vírus da covid-19) nos últimos anos


Ainda não há um padrão sazonal de ocorrência de surtos de covid-19 no Brasil, porém nota-se que a positividade em 2023 e 2024 oscilou em períodos semelhantes do ano. Assim como em 2024, o mês de fevereiro de 2025 começou com alta positividade para o SARS-CoV-2, atingindo o patamar de 24%.


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Para os gráficos abaixo foram utilizadas duas fontes de dados: exames de laboratórios parceiros e dados de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). Nota importante: embora os dados públicos de Srag tenham sido coletados na última sexta (21/2), naquela data o OpenDataSUS só reportava casos diagnosticados até a última semana de janeiro de 2024 (SE05).


O gráfico a seguir mostra uma série temporal do número bruto de casos de Srag causados por SARS-CoV-2, comparada com a positividade para o vírus. O percentual de positividade calculado com dados de laboratórios parceiros tem se mostrado um indicador estratégico e oportuno por revelar com antecipação o início de surtos virais.


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Com base em mais de três anos de análises, é possível afirmar que a positividade indica com mais rapidez aumentos nas infecções, que, após algumas semanas, resultam em aumentos de casos graves (Srag) pelo país. A positividade para o SARS-CoV-2 está aumentando há várias semanas, mas o número de casos graves ainda não apresenta o mesmo comportamento. É importante acompanhar com atenção o cenário nas próximas semanas.


Nas últimas semanas epidemiológicas, a população mais acometida pelo SARS-CoV-2 é a de indivíduos com mais de 30 anos, destacadas pelas cores em tons laranja no gráfico abaixo, que indicam patamares acima de 25%. Por outro lado, a população entre 5 a 9 anos apresenta positividades em níveis próximos ou inferiores a 10%.


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De maneira cumulativa, desde o início dos surtos mais recentes, em novembro passado, vemos no mapa abaixo que casos de covid-19 são observados em todo território nacional. Com base em dados dos laboratórios parceiros, observa-se que as unidades federativas (UFs) de São Paulo (4.616 casos), Minas Gerais (2.975 casos) e Distrito Federal (1.712 casos) possuem as maiores quantidades de exames positivos desde novembro de 2024.


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Abaixo há um recorte da positividade para SARS-CoV-2 em algumas UFs e semanas epidemiológicas recentes. O Distrito Federal (30% de resultados positivos), Paraná (27%) e São Paulo (24%) registraram os maiores percentuais na última semana epidemiológica (SE07). Minas Gerais, que teve positividade de 37% em surtos de novembro passado, apresenta agora níveis mais baixos (15%).


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1.2 Dinâmica do Influenza A (vírus da gripe, tipo A)


Até 2019, as infecções pelo influenza A e outros vírus respiratórios no Brasil se concentravam principalmente no inverno, entre junho e setembro, como mostram os dados históricos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, com o isolamento imposto pela pandemia de covid-19, esse padrão se modificou nos últimos três anos.


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A positividade para o vírus Influenza A teve um crescimento progressivo até abril de 2024 (SE13, encerrada em 30/3/2024), quando atingiu o ápice do ano, de 27% de exames positivos. Em seguida, o percentual caiu até 4%, em setembro (SE 36, encerrada em 07/9/2024). De dezembro para cá, voltou a subir, atingindo 10% na última semana (SE07), fato que indica que novos surtos estão em curso.


Entre 2022 e 2024 foram registrados ao menos quatro períodos de surtos de Influenza A, sendo que o maior desses episódios ocorreu em agosto de 2022 (SE38, encerrada em 24/9/2022), com 42% de positividade. Apesar do aumento do percentual nas últimas semanas, o número de casos graves (Srag, barras azuis abaixo) por Influenza A ainda não acompanha essa tendência: é importante acompanhar essa dinâmica ao longo dos próximos meses.


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Após o período de baixa circulação do vírus Influenza A entre os meses de outubro (SE41, encerrada em 12/10/2024) e novembro (SE48, encerrada em 30/11/2024) do ano passado, houve a partir de meados de dezembro aumentos da positividade em praticamente todas as faixas etárias, acometendo principalmente a população de 5 a 9 anos nas últimas semanas (vide tons de laranja abaixo).


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Para o Influenza A, os exames positivos em laboratórios parceiros vêm sendo observados principalmente nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Os estados com maior número de casos acumulados desde o fim de novembro passado são: São Paulo (1.896 casos), Santa Catarina (72 casos) e Goiás (33).


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1.3 Dinâmica do Influenza B (vírus da gripe, tipo B)


O Influenza B tem circulado de forma contínua nos últimos anos, ainda que com baixa positividade em alguns períodos (<1%). No entanto, em 2024, entre maio (SE21, encerrada em 25/5/2024) a setembro (SE39, encerrada em 28/9/2024), o percentual de exames positivos aumentou de 0,5% para 21% – o maior dos últimos três anos. Desde então, a positividade para o vírus voltou a cair, atingindo 2% na última semana (SE7).


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Nos últimos anos, o vírus do tipo B, assim como o Influenza A, causou surtos em períodos incomuns, como no verão de 2023 e na primavera de 2024. Esses desvios de sazonalidade tem levado a uma maior imprevisibilidade dos surtos, fato que torna o cenário epidemiológico mais desafiador para o planejamento das campanhas de vacinação.


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Partindo da SE27 (encerrada em 6/7/2024), é possível observar como foi o aumento repentino da positividade e, por consequência, dos casos graves de Influenza B. Nos últimos surtos de 2024, a positividade foi mais alta nas faixas etárias de 5 a 19 anos, com auge entre a SE36 (encerrada em 7/9/2024) e a SE41 (encerrada em 12/10/2024). Nesse período, registrou-se positividade de 44% na faixa etária de 10 a 19 anos. De outubro até a última semana analisada neste ano (SE07), a positividade caiu a patamares abaixo de 4% em todas as faixas etárias.


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1.4 Dinâmica do Vírus Sincicial Respiratório (VSR)


O VSR foi o único vírus respiratório analisado pelo ITpS que apresentou uma dinâmica mais sazonal, embora destoando do padrão recorrente, que até 2019 se dava no inverno. O ápice da positividade em 2024 (18%) ocorreu no início de abril (SE14, encerrada em 6/4/2024). Após queda acentuada até novembro passado, de dezembro até última semana epidemiológica analisada, a positividade subiu de 1% para 7%, indicando um um novo ciclo de surtos por VSR.


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O gráfico a seguir mostra a positividade para o VSR em comparação aos casos graves (Srag) causados pelo mesmo vírus. As curvas de ambas as variáveis seguiram tendências muito similares, sendo que a positividade cresceu de forma antecipada em relação a aumentos visíveis de casos de Srag, As análises do ITpS indicam que os casos estão aumentando, no entanto, os dados públicos ainda não apontam essa tendência (últimas colunas abaixo). As crianças menores são as mais vulneráveis a esse vírus.


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Desde novembro, o VSR também possui maior número de casos acumulados na Região Sudeste, sendo o estado São Paulo o epicentro, segundo dados de laboratórios parceiros, com 284 casos, seguido por Goiás (45 casos) e Minas Gerais (7 casos).


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2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios


Além dos quatro patógenos citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.


Na SE07, dentre os patógenos respiratórios identificados nesse tipo de exame mais amplo, as maiores positividades foram registradas para os vírus: Rinovírus (26%), Metapneumovírus (6%), bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila (com 4%), Parainfluenza (3%), além de coronavírus sazonais (1%).


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Menos frequentes, esses exames também detectam os quatro principais vírus citados na seção 1, também apresentados aqui em caráter comparativo de frequência. Na última semana epidemiológica, houve diminuição no número de infecções por Adenovírus, Influenza B e Parainfluenza.


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O Rinovírus esteve presente em pelo menos 34% dos exames realizados. Em ordem de frequência, na última semana as outras infecções foram causadas por: SARS-CoV-2 (20%); VSR (9%), Metapneumovírus (8%) e infecções por bactérias (7%).


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Como muitos desses patógenos impactam a saúde de crianças, esses exames de painel amplo são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Por essa razão, observa-se aí uma concentração maior de exames positivos.


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Na última semana analisada, nesses exames de painel mais amplos, que dão um panorama mais preciso do que circula entre crianças de 0 a 4 anos, houve predominância de infecções por Rinovírus (29%), VSR (21%), Parainfluenza (13%) e Coronavírus sazonais (13%).


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3. Mensagens finais


Atenção aos sintomas respiratórios. SARS-CoV-2, Influenza A e VSR afetam a saúde dos mais vulneráveis e neste momento estão entre os vírus respiratórios de maior prevalência. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, disponibiliza vacinas que reduzem as chances de casos graves e hospitalizações por covid-19 e gripe. Vacine-se!


O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target, que, semanalmente, nos forneceram dados de exames diagnósticos (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para a compreensão do atual cenário epidemiológico.


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