Cenário epidemiológico | SARS-CoV-2 | Influenza A | Influenza B | VSR | Outros patógenos | Mensagens finais
A circulação dos vírus Influenza A e B (FluA e FluB) aumentou na última semana epidemiológica (SE 11, encerrada em 15/3/2025), com positividade de 9% e 2%, respectivamente. Em contraste, após quatro semanas de alta, o SARS-CoV-2 registrou queda de 14 pontos percentuais, tendência também observada com o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
As análises são do ITpS, com dados de exames laboratoriais feitos até o dia 15/3/25 pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target.
Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 5.360.003 milhões de resultados de exames de laboratórios parceiros que detectam diferentes patógenos respiratórios. Na última semana epidemiológica, 7% dos exames tiveram resultado positivo para algum patógeno respiratório (veja linha amarela abaixo).
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As séries temporais abaixo informam os percentuais de exames positivos (positividade) para os vírus de maior relevância em saúde pública. Neste gráfico, as linhas ascendentes ao longo de semanas indicam o início dos surtos pelo país e as descendentes, o arrefecimento.
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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os quatro próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames capazes de detectar simultaneamente os vírus SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
Abaixo estão os números absolutos de exames positivos por vírus, por semana epidemiológica. É possível interagir com o gráfico passando o cursor sobre os elementos para obter informações adicionais ou clicando sobre os retângulos coloridos na legenda para incluir ou remover dados de vírus específicos.
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O aumento da circulação do Influenza A e do VSR ocorreu concomitantemente no primeiro semestre. Em seguida, foi observado, entre agosto e novembro, um padrão semelhante de cocirculação, porém com SARS-CoV-2 e Influenza B. Ao longo dos últimos quatro meses houve uma redução no número de exames positivos.
A seguir, é possível observar os mesmos dados apresentados acima, mas com destaque para os percentuais de exames positivos relativos a cada vírus. Nessa visualização está a frequência de cada um dos vírus circulantes.
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Na última semana analisada (SE 11), entre os exames positivos em painéis que detectam os quatro principais vírus respiratórios, houve predominância de VSR (39%), seguido por Influenza A (30%), SARS-CoV-2 (26%) e Influenza B (5%).
Em relação às faixas etárias, as infecções pelo SARS-CoV-2 nas últimas oito semanas afetaram pessoas de todas as idades, com mais detecções de 0 a 4 anos e 80+. Nas últimas duas semanas, VSR predominou nas crianças menores de 4 anos. Por fim, o Influenza B, que circula em baixa frequência, continua sendo detectado em algumas das faixas etárias.
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Na última semana analisada (SE 11), o VSR foi detectado em 64% das infecções em crianças de 0 a 4 anos. Considerando a faixa etária de 40 a 49 anos, o Influenza A foi mais frequente (56%). Por fim, nas faixas etárias de 60 a 69 anos, 57% das infecções foram causadas por SARS-CoV-2.
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Ainda não há um padrão sazonal de ocorrência de surtos de covid-19 no Brasil, porém, nota-se que a positividade em 2023 e 2024 oscilou em períodos semelhantes do ano. Assim como em 2024, o mês de fevereiro de 2025 teve alta positividade para o SARS-CoV-2 na SE 07 com 24% e seguindo o mesmo padrão a partir daí o os percentuais caíram chegando a 9% na última semana (SE 11).
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Para os gráficos abaixo foram utilizadas duas fontes de dados: exames de laboratórios parceiros e dados de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). Nota importante: embora os dados públicos de Srag tenham sido coletados em 19/3/2025, naquela data o OpenDataSUS só reportava casos diagnosticados até o mês de janeiro de 2025.
O gráfico a seguir mostra uma série temporal do número bruto de casos de Srag causados por SARS-CoV-2, comparada com a positividade para o vírus. O percentual de positividade calculado com dados de laboratórios parceiros tem se mostrado um indicador estratégico e oportuno por revelar com antecipação o início de surtos virais.
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Com base em mais de três anos de análises, é possível afirmar que a positividade indica com mais rapidez aumentos nas infecções, que, após algumas semanas, resultam em aumentos de casos graves (Srag) pelo país. A positividade para o SARS-CoV-2 está caindo há várias semanas, e o número de casos graves ainda não está consolidado. É importante acompanhar com atenção o cenário nas próximas semanas.
O gráfico a seguir aponta que a faixa etária acima de 30 anos foi a mais acometida pelo SARS-CoV-2 entre SE 49 (encerrada em 12/7/24) a SE 10 (encerrada em 8/3/25), mantendo patamares acima de 25% de positividade. Nas últimas duas semanas nota-se a redução da circulação do vírus em todas as idades, representadas pela transição dos tons quentes (laranjas) para os frios (azuis).
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De maneira cumulativa, desde o início dos surtos mais recentes, em novembro passado, é possível observar no mapa abaixo casos de covid-19 em todo território nacional. Com base em dados dos laboratórios parceiros, nota-se que as unidades federativas (UFs) de São Paulo (6.670 casos), Minas Gerais (3.306 casos) e Distrito Federal (2.695 casos) possuem as maiores quantidades de exames positivos desde novembro de 2024.
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Abaixo há um recorte da positividade para SARS-CoV-2 em algumas UFs e semanas epidemiológicas recentes. O Distrito Federal (16% de resultados positivos), Goiás (12%) e Minas Gerais (8%) registraram os maiores percentuais na última semana epidemiológica (SE 11).
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Até 2019, as infecções pelo Influenza A e outros vírus respiratórios no Brasil se concentravam principalmente no inverno, entre junho e setembro, como mostram os dados históricos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, com o isolamento imposto pela pandemia de covid-19, esse padrão se modificou nos últimos anos.
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A positividade para o vírus Influenza A teve um crescimento progressivo até abril de 2024 (SE 13, encerrada em 30/3/2024), quando atingiu o ápice do ano, de 27% de exames positivos. Em seguida, o percentual caiu até 4%, em setembro (SE 36, encerrada em 7/9/2024). Na última semana (SE 11) voltou a subir, atingindo 9% de positividade.
Entre 2022 e 2024 foram registrados ao menos quatro períodos de surtos de Influenza A, sendo que o maior desses episódios ocorreu em agosto de 2022 (SE 38, encerrada em 24/9/2022), com 42% de positividade. Apesar do aumento do percentual nas últimas semanas, o número de casos graves (Srag, barras azuis abaixo) por Influenza A ainda não acompanha essa tendência: é importante continuar a monitorar essa dinâmica ao longo dos próximos meses.
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Após o período de baixa circulação do vírus Influenza A entre os meses de outubro (SE 41, encerrada em 12/10/2024) e novembro (SE 48, encerrada em 30/11/2024), houve, a partir de meados de dezembro, aumentos da positividade em praticamente todas as faixas etárias, acometendo principalmente a população de 40 a 49 anos na última semana.
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Para Influenza A, os exames positivos em laboratórios parceiros vêm sendo observados principalmente nas Regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Os estados com maior número de casos acumulados desde o fim de novembro passado são: São Paulo (2.743 casos), Santa Catarina (90 casos) e Distrito Federal (87).
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O Influenza B tem circulado de forma contínua nos últimos anos, ainda que com baixa positividade em alguns períodos (<1%). No entanto, em 2024, entre maio (SE 21, encerrada em 25/5/2024) e setembro (SE 39, encerrada em 28/9/2024), o percentual de exames positivos aumentou de 0,5% para 21% – o maior dos últimos três anos. Na última semana (SE 11), o percentual dobrou, saindo de 0,9% para 2%.
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Nos últimos anos, o vírus do tipo B, assim como o Influenza A, causou surtos em períodos incomuns, como no verão de 2023 e na primavera de 2024. Esses desvios de sazonalidade resultam em uma maior imprevisibilidade dos surtos, fato que torna o cenário epidemiológico mais desafiador para o planejamento das campanhas de vacinação.
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Partindo da SE 27 (encerrada em 6/7/2024), é possível observar como foi repentino o aumento da positividade e, por consequência, dos casos graves de Influenza B. Nos últimos surtos de 2024, a positividade foi mais alta nas faixas etárias de 5 a 19 anos, com auge entre a SE 36 (encerrada em 7/9/2024) e a SE 41 (encerrada em 12/10/2024). Nesse período, a positividade alcançou 44% na faixa etária de 10 a 19 anos. De outubro até a última semana analisada neste ano (SE 11), a positividade caiu a patamares abaixo de 4% em todas as faixas etárias.
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Entre os vírus respiratórios analisados pelo ITpS, o VSR foi o único que apresentou uma dinâmica mais sazonal, embora destoe do padrão recorrente, que até 2019 se dava no inverno. O ápice da positividade em 2024 (18%) ocorreu no início de abril (SE 14, encerrada em 6/4/2024).
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O gráfico a seguir mostra a positividade para o VSR em comparação aos casos graves (Srag) causados pelo mesmo vírus. As curvas de ambas as variáveis seguiram tendências muito similares, sendo que a positividade cresceu de forma antecipada em relação a aumentos visíveis de casos de Srag. As análises do ITpS indicam que os casos caíram, no entanto, os dados públicos ainda não estão publicamente disponíveis para confirmar essa tendência.
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Segundo dados de laboratórios parceiros, desde novembro de 2024, quando a positividade para o vírus começou a aumentar, o VSR apresentou maior número de casos cumulativos na Região Sudeste, sendo o estado São Paulo o epicentro (515 casos cumulativos). Em seguida estão Goiás (130 casos) e o Distrito federal (29 casos) como as unidades da federação com maior número de casos acumulados desde o início dos atuais surtos.
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Além dos quatro patógenos citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
Na SE 11, dentre os patógenos respiratórios identificados nesse tipo de exame mais amplo, as maiores positividades foram registradas para os patógenos: Rinovírus (26%), Parainfluenza (9%), bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila (com 7%), coronavírus sazonais (3%), além de Metapneumovírus (1%).
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Menos frequentes, esses exames também detectam os quatro principais vírus citados na seção 1, também apresentados aqui em caráter comparativo de frequência. Na última semana epidemiológica, houve diminuição no número de infecções por Adenovírus, Influenza B e Parainfluenza.
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O Rinovírus esteve presente em pelo menos 43% dos exames realizados na última semana epidemiológica. Em ordem de frequência, na última semana as outras infecções foram causadas por Parainfluenza (15%), bactérias (11%), SARS-CoV-2 (9%) e Influenza A (8%).
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Como muitos desses patógenos impactam a saúde de crianças, esses exames de painel amplo são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Por essa razão, observa-se aí uma concentração maior de exames positivos.
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Na última semana analisada, nesses exames de painel mais amplos, que dão um panorama mais preciso do que circula entre crianças de 0 a 4 anos, houve predominância de infecções por Rinovírus (53%), Parainfluenza (16%), VSR (11%) e SARS-CoV-2 (11%).
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Atenção aos sintomas respiratórios. SARS-CoV-2, Influenza A e VSR afetam a saúde dos mais vulneráveis e neste momento estão entre os vírus respiratórios de maior prevalência. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, disponibiliza vacinas que reduzem as chances de casos graves e hospitalizações por covid-19 e gripe. Vacine-se!
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target, que, semanalmente, nos forneceram dados de exames diagnósticos (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para a compreensão do atual cenário epidemiológico.