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Monitoramento de patógenos respiratórios - relatório 42

DATA DE PUBLICAÇÃO: 22.05.2025

Cenário epidemiológico | Influenza A | Influenza B | SARS-CoV-2 | VSR | Outros patógenos | Mensagens finais


A positividade do vírus Influenza A aumentou 13 pontos percentuais nas últimas cinco Semanas Epidemiológicas (SE 15, encerrada em 12/4, e SE 20, encerrada em 17/5), alcançando o segundo maior pico desde setembro de 2022. Em contrapartida, o percentual de resultados positivos do Vírus Sincicial Respiratório (VSR) apresentou queda de 10 pontos nas últimas três semanas (SE 17, encerrada em 26/4, e SE 20).


As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com dados de exames feitos até 17/5/2025 pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target. Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 5.508.600 de resultados de exames que detectam diferentes patógenos respiratórios. 


No mesmo período, 9% dos exames realizados tiveram resultado positivo para algum patógeno respiratório (linha amarela abaixo).


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1. Cenário epidemiológico dos Vírus Respiratórios de Importância em Saúde Pública (Vrisp)


As séries temporais abaixo informam os percentuais de exames positivos (positividade) para os vírus de maior relevância em saúde pública. No gráfico, as linhas ascendentes ao longo de semanas indicam surtos pelo país e as descendentes, o arrefecimento.


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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os quatro próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames capazes de detectar simultaneamente os vírus SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.


Abaixo estão os números absolutos de exames positivos por vírus, de acordo com a semana epidemiológica. É possível interagir com o gráfico passando o cursor sobre os elementos para obter informações adicionais ou clicando sobre os retângulos coloridos na legenda para incluir ou remover dados de vírus específicos.


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O aumento da circulação do Influenza A e do VSR ocorreu concomitantemente no primeiro semestre de 2024. Em seguida, foi observado, entre agosto e novembro, um padrão semelhante de cocirculação, porém com o SARS-CoV-2 e o Influenza B. Em 2025, a circulação do Influenza A e do VSR é a mais intensa até o momento (SE 20).


A seguir, é possível observar os mesmos dados apresentados acima, mas com destaque para os percentuais de exames positivos relativos a cada vírus. Nessa visualização está a frequência de cada um dos vírus circulantes.


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Na última semana analisada (SE 20), entre os exames positivos em painéis que detectam os quatro principais vírus respiratórios, houve predominância de VSR (55%), seguido por Influenza A (39%), SARS-CoV-2 (3%) e Influenza B (3%).


O vírus Influenza A afeta pessoas de todas as idades. Na última semana houve mais detecções do VSR nas faixas etárias de 0 a 4 anos. Por fim, SARS-CoV-2 e Influenza B, que circulam em baixa frequência, continuam sendo detectados em algumas das faixas etárias.


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O VSR ainda é o mais frequente nas crianças de 0 a 4 anos e foi detectado em 63% das infecções respiratórias na última semana analisada. Nas demais faixas etárias, a maior circulação é do Influenza A, que responde de 70% a 89% do total das infecções.


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1.1 Dinâmica do Influenza A (vírus da gripe, tipo A)


Até 2019, as infecções pelo Influenza A e outros vírus respiratórios no Brasil se concentravam principalmente no inverno, entre junho e setembro, como mostram os dados históricos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, com o isolamento imposto pela pandemia de covid-19, esse padrão se modificou nos últimos anos.


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A positividade para o vírus Influenza A vem crescendo de forma progressiva desde a SE 10 (encerrada em 8/3). Na última semana, o percentual atingiu 31% – o maior desde setembro de 2022.


Para os gráficos abaixo foram utilizadas duas fontes de dados: exames de laboratórios parceiros e dados de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). Nota importante: embora os dados públicos de Srag tenham sido coletados em 15/4, naquela data o OpenDataSUS só reportava casos diagnosticados até janeiro.


Entre 2022 e 2025 foram registrados ao menos cinco períodos de surtos de Influenza A, sendo o maior em setembro de 2022 (SE 38, encerrada em 24/9/2022), com 42% de positividade. E, recentemente, na última semana, a circulação do vírus atingiu o segundo maior surto, com 31% de resultados positivos. 


Os dados públicos sobre os casos graves (barras azuis abaixo) de Influenza A em 2025 não foram disponibilizados abertamente para uso e, por isso, não são apresentados abaixo. Assim que o acesso aos dados no OpenDataSUS for normalizado, os dados serão incorporados nos relatórios de monitoramento do ITpS.


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Após o período de baixa circulação do vírus Influenza A entre os meses de outubro (SE 41, encerrada em 12/10/2024) e novembro (SE 48, encerrada em 30/11/2024), houve, a partir de meados de dezembro, aumentos da positividade em praticamente todas as faixas etárias. Na última semana (SE 20), pessoas de 5 a 9 anos e de 10 a 19 anos foram as mais acometidas (41% e 40%, respectivamente).


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Para Influenza A, os exames positivos em laboratórios parceiros são observados principalmente nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. As unidades federativas com maior número de casos acumulados desde o fim de novembro passado, segundo as mesmas fontes de dados, são São Paulo (9.073 casos), Goiás (425 casos) e Distrito Federal (364).


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1.2 Dinâmica do Influenza B (vírus da gripe, tipo B)


O Influenza B tem circulado de forma contínua nos últimos anos, ainda que com baixa positividade em alguns períodos (<1%). No entanto, em 2024, entre maio (SE 21, encerrada em 25/5/2024) e setembro (SE 39, encerrada em 28/9/2024), o percentual de exames positivos aumentou de 0,5% para 21% – o maior dos últimos três anos. Na última semana (SE 20), o percentual foi menor que 1%.


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Nos últimos anos, o vírus do tipo B, assim como o Influenza A, causou surtos em períodos incomuns, como no verão de 2023 e na primavera de 2024. Esses desvios de sazonalidade resultam em uma maior imprevisibilidade dos surtos, fato que torna o cenário epidemiológico mais desafiador para o planejamento das campanhas de vacinação.


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Partindo da SE 27 (encerrada em 6/7/2024), é possível observar acima como foi repentino os aumentos da positividade e, por consequência, dos casos graves de Influenza B. Nos últimos surtos de 2024, a positividade foi mais alta nas faixas etárias de 5 a 19 anos, com auge entre a SE 36 (encerrada em 7/9/2024) e a SE 41 (encerrada em 12/10/2024). Nesse período, a positividade alcançou 44% na faixa etária de 10 a 19 anos. De outubro até a última semana analisada neste ano (SE 20), a positividade caiu a patamares abaixo de 1% em todas as faixas etárias.


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1.3 Dinâmica do SARS-CoV-2 (o vírus da covid-19) nos últimos anos


Ainda não há um padrão sazonal de ocorrência de surtos de covid-19 no Brasil, porém, nota-se que a positividade em 2023 e 2024 oscilou em períodos semelhantes do ano. Assim como em 2024, em 2025 a positividade para o SARS-CoV-2 foi alta em fevereiro (SE 7, encerrada em 15/2), com 24%. Em seguida, passou a cair, chegando a 1% na última semana (SE 20). 


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O gráfico a seguir mostra uma série temporal do número bruto de casos de Srag causados por SARS-CoV-2 comparada com a positividade para o vírus. O percentual de positividade calculado com dados de laboratórios parceiros tem se mostrado um indicador estratégico e oportuno por revelar com antecipação o início de surtos virais.


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Com base em mais de três anos de análises, é possível afirmar que a positividade indica com mais rapidez aumentos nas infecções, que, após algumas semanas, resultam em aumentos de casos graves pelo país. A positividade para o SARS-CoV-2 está caindo há várias semanas, no entanto, ainda não podemos comparar com o número de casos graves, visto que os dados públicos não estão disponíveis.


Nota-se, nas últimas semanas, a redução da circulação do vírus em todas as idades, representadas pela transição dos tons quentes (laranjas) para os frios (azuis).


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No gráfico a seguir há um recorte da positividade para SARS-CoV-2, em algumas Unidades Federativas e SE. O vírus ainda segue sendo detectado em diferentes estados monitorados, porém, a positividade está em patamar abaixo de 2%.


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1.4 Dinâmica do Vírus Sincicial Respiratório (VSR)


Entre os vírus respiratórios analisados pelo ITpS, o VSR foi o único que apresentou uma dinâmica mais sazonal, embora destoe do padrão recorrente, que até 2019 se dava no inverno. O VSR atingiu na SE 17, encerrada em 26/4, a maior positividade dos últimos três anos para o período: 22%.


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O gráfico a seguir mostra a positividade para o VSR em comparação aos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) causados pelo mesmo vírus. As curvas de ambas as variáveis seguiram tendências muito similares, sendo que a positividade cresceu de forma antecipada em relação a aumentos visíveis de casos de Srag. As análises do ITpS indicam que os casos caíram, mas os dados públicos ainda não estão publicamente disponíveis para confirmar essa tendência. 


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Segundo dados de laboratórios parceiros, desde novembro de 2024, quando a positividade para o vírus começou a aumentar, o VSR apresentou o maior número de casos cumulativos na Região Sudeste, sendo São Paulo o estado com mais casos (1.778 casos cumulativos). Em seguida, as unidades da federação com maior número de casos acumulados desde o início dos atuais surtos são Goiás (500 casos) e o Distrito Federal (226 casos).


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2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios


Além dos quatro patógenos citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.


Na SE 20, dentre os patógenos respiratórios identificados nesse tipo de exame mais amplo, as maiores positividades foram registradas para os patógenos: Rinovírus (23%), bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila (8%), Adenovírus (5%), coronavírus sazonais (6%) e Parainfluenza (4%).


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Menos frequentes, esses exames também detectam os quatro principais vírus citados na seção 1, também apresentados aqui em caráter comparativo de frequência. Na última semana epidemiológica, houve aumento no número de infecções por Influenza A e Rinovírus. 


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O Influenza A esteve presente em pelo menos 36% dos exames realizados na última SE. Em ordem de frequência, na última semana as outras infecções foram causadas por Rinovírus (26%), VSR (11%), Adenovírus (6%) e Coronavírus sazonais (5%).


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Como muitos desses patógenos impactam a saúde de crianças, esses exames de painel amplo são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Por essa razão, observa-se aí uma concentração maior de exames positivos.


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Na última semana analisada, nesses exames de painel mais amplos, que dão um panorama mais preciso do que circula entre crianças de 0 a 4 anos, houve predominância de infecções por Rinovírus (24%), Influenza A (21%) e VSR (12%).


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3. Mensagens finais


Atenção aos sintomas respiratórios. SARS-CoV-2, Influenza A e VSR afetam a saúde dos mais vulneráveis e neste momento estão entre os vírus respiratórios de maior prevalência. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, disponibiliza vacinas que reduzem as chances de casos graves e hospitalizações por covid-19 e gripe. Vacine-se!


O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target, que, semanalmente, nos forneceram dados de exames diagnósticos (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para a compreensão do atual cenário epidemiológico.




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