Cenário epidemiológico | Influenza A | Influenza B | SARS-CoV-2 | VSR | Outros patógenos | Mensagens finais
Após atingir a maior positividade do último ano na Semana Epidemiológica (SE) 20, encerrada em 17/5, o vírus Influenza A reduziu 12 pontos percentuais até a última semana (SE 25, encerrada em 21/6) - mas, ainda assim, continua sendo o mais frequente entre os vírus respiratórios atualmente. Seu mesmo cenário encontra-se o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), que apresentou queda de 13 pontos até a última semana.
As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com dados de exames feitos até 17/5/2025 pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target. Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 5.598.402 resultados de exames que detectam diferentes patógenos respiratórios.
No mesmo período, 6% dos exames realizados tiveram resultado positivo para algum patógeno respiratório (linha amarela abaixo).
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As séries temporais abaixo informam os percentuais de exames positivos (positividade) para os vírus de maior relevância em saúde pública. No gráfico, as linhas ascendentes ao longo de semanas indicam surtos pelo país e as descendentes, o arrefecimento.
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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os quatro próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames capazes de detectar simultaneamente os vírus SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
Abaixo estão os números absolutos de exames positivos por vírus, de acordo com a semana epidemiológica. É possível interagir com o gráfico passando o cursor do mouse sobre os elementos para obter informações adicionais ou clicando sobre os retângulos coloridos na legenda para incluir ou remover dados de vírus específicos.
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Assim como em 2024, os vírus VSR e Influenza A apresentaram circulação concomitante em 2025, com aumento dos casos a partir de março e picos em abril e maio, respectivamente. Atualmente, ambos seguem como os vírus respiratórios de maior circulação, apesar do cenário de queda. Já o SARS-CoV-2 e o Influenza B iniciaram o ano com altas taxas de positividade, mas passaram a apresentar redução a partir de março, marcando o início do período de baixa circulação.
A seguir, é possível observar os mesmos dados apresentados acima, mas com destaque para os percentuais de exames positivos relativos a cada vírus. Nessa visualização está a frequência de cada um dos vírus circulantes.
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Na última semana analisada (SE 25), entre os exames positivos em painéis que detectam os quatro principais vírus respiratórios, houve predominância de Influenza A (62%), seguido por VSR (32%), SARS-CoV-2 (3%) e Influenza B (2%).
Em comparação com as semanas epidemiológicas anteriores, nota-se a redução da circulação de todos os vírus respiratórios, sendo o Influenza A e VSR os mais frequentes, principalmente na faixa etária de 0 a 4 anos.
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O VSR ainda é o mais frequente nas crianças de 0 a 4 anos e foi detectado em 51% das infecções respiratórias na última semana analisada. Nas demais faixas etárias, a maior circulação é do Influenza A, que responde de 44% a 82% do total das infecções.
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Até 2019, as infecções pelo Influenza A e outros vírus respiratórios no Brasil se concentravam principalmente no inverno, entre junho e setembro, como mostram os dados históricos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, com o isolamento imposto pela pandemia de covid-19, esse padrão se modificou nos últimos anos.
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A positividade para o vírus Influenza A cresceu de forma progressiva e atingiu sua segunda maior positividade dos últimos dois anos na SE 20 (17/5) quando atingiu 31%. No entanto, após período de queda, chegou a 19% de positividade na última semana (SE 25).
Para os gráficos abaixo foram utilizadas duas fontes de dados: exames de laboratórios parceiros e dados de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). Os dados públicos de Srag foram coletados em 24/06 no OpenDataSUS.
Entre 2022 e 2025 foram registrados ao menos cinco períodos de surtos de Influenza A. Em agosto de 2022 (SE 38, encerrada em 24/9/2022), foi observada o maior patamar de positividade dos últimos anos (42%). E, recentemente, em maio de 2025, a circulação do vírus atingiu o segundo maior patamar, com 31% de resultados positivos.
O gráfico a seguir mostra uma comparação entre os dados dos nossos parceiros, representados pela linha azul, com os dados públicos de casos graves (Srag) derivados de infecções por Influenza A entre 2022 e 2025, representados abaixo pelas barras. Observa-se que em ambos os cenários as tendências são similares, porém a positividade é o primeiro indicador a sofrer alteração se comparado com os dados brutos de Srag.
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Após o período de baixa circulação do vírus Influenza A entre os meses de outubro (SE 41, encerrada em 12/10/2024) e novembro (SE 48, encerrada em 30/11/2024), houve, a partir de meados de dezembro, aumentos da positividade em praticamente todas as faixas etárias. Na última semana (SE 25), pessoas de 5 a 9 anos e de 10 a 19 anos foram as mais acometidas (25% e 21%, respectivamente).
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Para a Influenza A, os exames positivos em laboratórios parceiros são observados principalmente nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste do país. As unidades federativas com maior número de casos acumulados desde o fim de novembro passado, segundo as mesmas fontes de dados, são São Paulo (13.420 casos), Goiás (753 casos) e Distrito Federal (654).
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O Influenza B tem circulado de forma contínua nos últimos anos, ainda que com baixa positividade em alguns períodos (<1%). No entanto, em 2024, entre maio (SE 21, encerrada em 25/5/2024) e setembro (SE 39, encerrada em 28/9/2024), o percentual de exames positivos aumentou de 0,5% para 21% – o maior dos últimos três anos. Na última semana (SE 25), o percentual foi menor que 1%.
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Nos últimos anos, o vírus do tipo B, assim como o Influenza A, causou surtos em períodos incomuns, como no verão de 2023 e na primavera de 2024. Esses desvios de sazonalidade resultam em uma maior imprevisibilidade dos surtos, fato que torna o cenário epidemiológico mais desafiador para o planejamento das campanhas de vacinação.
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Partindo da SE 27 (encerrada em 6/7/2024), é possível observar acima como foi repentino os aumentos da positividade e, por consequência, dos casos graves de Influenza B. Nos últimos surtos de 2024, a positividade foi mais alta nas faixas etárias de 5 a 19 anos, com auge entre a SE 36 (encerrada em 7/9/2024) e a SE 41 (encerrada em 12/10/2024). Nesse período, a positividade alcançou 44% na faixa etária de 10 a 19 anos. De outubro até a última semana analisada neste ano (SE 25), a positividade caiu a patamares abaixo de 1% em todas as faixas etárias.
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Ainda não há um padrão sazonal de ocorrência de surtos de covid-19 no Brasil, porém, nota-se que a positividade em 2023 e 2024 oscilou em períodos semelhantes do ano. Assim como em 2024, em 2025 a positividade para o SARS-CoV-2 foi alta em fevereiro (SE 7, encerrada em 15/2), com 24%. Em seguida, passou a cair, chegando a 1% na última semana (SE 25).
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O gráfico a seguir mostra uma série temporal do número bruto de casos de Srag causados por SARS-CoV-2 comparada com a positividade para o vírus. O percentual de positividade calculado com dados de laboratórios parceiros tem se mostrado um indicador estratégico e oportuno por revelar com antecipação o início de surtos virais.
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Com base em mais de três anos de análises, é possível afirmar que a positividade indica com mais rapidez aumentos nas infecções, que, após algumas semanas, resultam em aumentos de casos graves pelo país. A positividade para o SARS-CoV-2, pelos laboratórios parceiros, está caindo há várias semanas, acompanhando os dados públicos.
Nota-se, nas últimas semanas, a redução da circulação do vírus em todas as idades, representadas pela transição dos tons quentes (laranjas) para os frios (azuis).
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No gráfico a seguir há um recorte da positividade para SARS-CoV-2, em algumas Unidades Federativas e SE. O vírus ainda segue sendo detectado em diferentes estados monitorados, porém, a positividade está em patamar abaixo de 2%.
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Entre os vírus respiratórios analisados pelo ITpS, o VSR foi o único que apresentou uma dinâmica mais sazonal, embora destoe do padrão recorrente, que até 2019, se dava no inverno. O VSR atingiu na SE 17, encerrada em 26/4, a maior positividade dos últimos três anos para o período: 22%. Atualmente, encontra-se em cenário de redução com 9% de positividade.
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O gráfico a seguir mostra a positividade para o VSR em comparação aos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) causados pelo mesmo vírus. As curvas de ambas as variáveis seguiram tendências muito similares, sendo que a positividade cresceu de forma antecipada em relação a aumentos visíveis de casos de Srag. As análises do ITpS indicam que os casos caíram, assim como os dados públicos.
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Segundo dados de laboratórios parceiros, desde novembro de 2024, quando a positividade para o vírus começou a aumentar, o VSR apresentou o maior número de casos cumulativos na Região Sudeste, sendo São Paulo o estado com mais casos (2.354 casos cumulativos). Em seguida, as unidades da federação com maior número de casos acumulados desde o início dos atuais surtos são Goiás (610 casos) e Minas Gerais (299 casos).
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Além dos quatro patógenos citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
Na SE 25, dentre os patógenos respiratórios identificados nesse tipo de exame mais amplo, as maiores positividades foram registradas para os patógenos: Rinovírus (32%), Adenovírus (9%), coronavírus sazonais (5%), bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila (4%).
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Menos frequentes, esses exames também detectam os quatro principais vírus citados na seção 1, também apresentados aqui em caráter comparativo de frequência. Na última semana epidemiológica, houve redução no número de infecções por patógenos respiratórios.
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O Rinovírus esteve presente em pelo menos 43% dos exames realizados na última SE. Em ordem de frequência, neste mesmo período, as outras infecções foram causadas por Influenza A (17%), VSR (13%) e Adenovírus (12%).
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Como muitos desses patógenos impactam a saúde de crianças, esses exames de painel amplo são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Por essa razão, observa-se aí uma concentração maior de exames positivos.
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Na última semana analisada, nesses exames de painel mais amplos, que dão um panorama mais preciso do que circula entre crianças de 0 a 4 anos, houve predominância de infecções por Rinovírus (34%), Adenovírus (21%) e Influenza A (13%).
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Atenção aos sintomas respiratórios. Influenza A e VSR afetam a saúde dos mais vulneráveis e neste momento estão entre os vírus respiratórios de maior prevalência. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, disponibiliza vacinas que reduzem as chances de casos graves e hospitalizações por covid-19 e gripe. Vacine-se!
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target, que, semanalmente, nos forneceram dados de exames diagnósticos (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para a compreensão do atual cenário epidemiológico.