Cenário epidemiológico | Influenza A | Influenza B | SARS-CoV-2 | VSR | Outros patógenos | Mensagens finais
A positividade para exames de vírus respiratórios continua em ascensão pela segunda semana consecutiva. O vírus influenza A foi o principal responsável, e tem hoje uma positividade de 23%. Já o SARS-CoV-2 (covid-19) apresentou queda e encerrou a Semana Epidemiológica (SE) 45, encerrada em 08/11, com 8% de positividade.
As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS), com dados de exames feitos até 8/11/2025 pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target. Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 5.921.243 resultados de exames que detectam diferentes patógenos respiratórios.
Na última SE, pouco mais de 10% dos exames realizados tiveram resultado positivo para algum patógeno respiratório (linha amarela). Como veremos abaixo, essa taxa se deve principalmente aos exames positivos para influenza A e SARS-CoV-2.
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As séries temporais abaixo informam os percentuais de exames positivos (positividade) para os vírus de maior relevância em saúde pública. No gráfico, as linhas ascendentes ao longo de semanas indicam surtos pelo país e as descendentes, o arrefecimento.
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Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os quatro próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames capazes de detectar simultaneamente os vírus SARS-CoV-2, influenza A, influenza B e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR).
Abaixo estão os números absolutos de exames positivos por vírus, de acordo com a semana epidemiológica. É possível interagir com o gráfico passando o cursor do mouse sobre os elementos para obter informações adicionais ou clicando sobre os retângulos coloridos na legenda para incluir ou remover dados de vírus específicos.
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Em 2025, o VSR e o influenza A circularam simultaneamente, com um aumento de casos a partir de março e picos em abril e maio, respectivamente. Entre as semanas epidemiológicas 31 e 36 (encerradas em 2/8 e 6/9, respectivamente), o SARS-CoV-2 foi o vírus respiratório predominante. A partir da SE 37 (encerrada em 13/9), o influenza A foi o patógeno com o maior número de testes positivos.
A seguir, é possível observar os mesmos dados apresentados acima, mas com destaque para os percentuais de exames positivos relativos a cada vírus. Nessa visualização está a frequência de cada um dos vírus circulantes.
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Na última semana analisada (SE 45, encerrada em 8/11), entre os exames positivos em painéis que detectam os quatro principais patógenos respiratórios, o influenza A foi o vírus mais frequente (70%). O SARS-CoV-2 foi o segundo mais detectado, com 23%. Destaca-se também o crescimento de influenza B (6%), enquanto o VSR apresentou uma taxa de 1%.
Em comparação com as semanas epidemiológicas anteriores, nota-se um aumento da circulação de vírus respiratórios, como o influenza A.
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Há pelo menos oito semanas, o VSR deixou de ser o vírus respiratório mais frequente em crianças de 0 a 4 anos. O vírus mais detectado nessa faixa etária na última semana foi influenza A (76%), seguido pelo SARS-CoV-2 (15%). Ainda em relação à SE 45, o influenza A e SARS-CoV-2 também são os vírus mais prevalentes nas demais faixas etárias.
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Até 2019, as infecções por influenza A e outros vírus respiratórios no Brasil se concentravam principalmente no inverno, entre junho e setembro, como mostram os dados históricos da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). No entanto, com o isolamento imposto pela pandemia de covid-19, esse padrão se modificou nos últimos anos.
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Em 2025, a positividade para o vírus influenza A cresceu de forma progressiva e atingiu o segundo maior percentual dos últimos dois anos na SE 20 (encerrada em 17/5), com 31% de positividade. Em seguida, o percentual de exames positivos para esse vírus diminuiu sucessivamente, no entanto, a partir da SE 32 (encerrada em 9/8), a positividade voltou a subir, encerrando a SE 45 com 23%.
O gráfico a seguir mostra uma comparação entre os dados dos nossos parceiros, representados pela linha azul escura, com os dados públicos de casos graves (Srag) derivados de infecções por influenza A entre 2022 e 2025, representados abaixo pelas barras coloridas. Observa-se que, em ambos os cenários, as tendências são similares, porém a positividade é o primeiro indicador a sofrer alteração se comparado com os dados brutos de Srag. Os dados públicos de Srag foram coletados em 8/11 no OpenDataSUS.
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Após um período de baixa circulação do vírus influenza A, houve um aumento na positividade entre os meses de abril (SE 15, encerrada em 12/4) e junho (SE 25, encerrada em 21/6) em praticamente todas as faixas etárias. Depois de um breve período de queda no percentual de exames positivos, um segundo aumento pode ser percebido de forma mais evidente a partir da SE 36 (6/9), atingindo principalmente a faixa etária de 5 a 19 anos, o que é visível pelos tons mais quentes no gráfico.
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Houve queda na circulação do influenza A desde o final de junho, justamente quando entramos nos meses mais frios do ano, fato que evidencia alterações na sazonalidade comumente observada até 2019 (pré-pandemia). Na SE 45, a faixa etária mais acometida pelo vírus foi de 5 a 19 anos, com cerca de 36% de positividade.
O mapa abaixo mostra os casos acumulados de influenza A em todo o território nacional, com dados a partir de agosto deste ano. Com base nos dados dos laboratórios parceiros, as Unidades Federativas (UFs) com o maior número de exames positivos acumulados desde o início da SE 33 (encerrada em 16/8), quando a positividade começou a aumentar, são: São Paulo (5.323 casos), Distrito Federal (448 casos) e Goiás (355 casos).
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O vírus influenza B tem circulado de forma contínua nos últimos anos, ainda que com baixa positividade em alguns períodos (<1%). No entanto, em 2024, entre maio (SE 21, encerrada em 25/5/2024) e setembro (SE 39, encerrada em 28/9/2024), o percentual de exames positivos aumentou de 0,5% para 21% – o maior dos últimos três anos. Em 2025, até o momento, o maior percentual foi de 4% na SE 2 (encerrada em 11/1). É possível notar que a partir da SE 36 (encerrada em 6/9) a positividade começou a subir e encerrou a SE 45 com o percentual de 2%.
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Nos últimos anos, o vírus do tipo B, assim como o A, causou surtos em períodos incomuns, como no verão de 2023 e na primavera de 2024. Esses desvios de sazonalidade resultam em uma maior imprevisibilidade dos surtos, fato que torna o cenário epidemiológico mais desafiador para o planejamento das campanhas de vacinação.
O gráfico a seguir mostra dados dos nossos parceiros, representados pela linha azul, com os dados públicos de casos graves (Srag) derivados de infecções por influenza B entre 2022 e 2025, representados abaixo pelas barras coloridas. Observa-se que, em ambos os cenários, as tendências são similares, porém a positividade é o primeiro indicador a sofrer alteração se comparado com os dados brutos de Srag.
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Partindo da SE 27 do ano passado (encerrada em 6/7/2024), pudemos observar como os aumentos da positividade levaram a aumentos de casos graves de influenza B. Nos últimos surtos de 2024, a positividade foi mais alta nas faixas etárias de 5 a 19 anos, alcançando 44% na faixa etária de 10 a 19 anos. Em 2025, os picos de positividade (acima de 5%) ocorreram nos meses de janeiro e fevereiro, repetindo-se recentemente nas SE 44 (encerrada em 1/11) e 45 (encerrada em 8/11). Nesta última semana, a faixa etária mais afetada foi a de 10 a 19 anos (5%).
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O mapa a seguir ilustra a distribuição de casos acumulados em todo o território nacional com base nos dados de laboratórios parceiros desde a SE 38 (encerrada em 20/9), período em que a positividade para influenza B começou a subir. As Unidades Federativas (UFs) com o maior número de exames positivos acumulados são: São Paulo (404 casos) e Pernambuco (18 casos).
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Embora ainda não haja padrão sazonal definido para surtos de covid-19 no Brasil, a positividade apresentou oscilações semelhantes nos últimos dois anos. Em 2025, o primeiro pico ocorreu em fevereiro (SE 7, encerrada em 15/2), com 24%, seguido de queda até junho (SE 24, encerrada em 14/6). A partir da SE 25 (encerrada em 21/06) houve um aumento crescente da positividade até atingir o segundo pico na SE 35 (encerrada 30/08) com 16%. Atualmente, na SE 45, a positividade é de 8%.
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Para os gráficos abaixo foram utilizadas duas fontes de dados: exames de laboratórios parceiros e dados de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). Os dados públicos de Srag foram coletados em 8/11 no OpenDataSUS.
É possível observar a seguir uma série temporal do número bruto de casos de Srag causados por SARS-CoV-2 comparada com a positividade para o vírus. O percentual de positividade calculado com dados de laboratórios parceiros tem se mostrado um indicador estratégico e oportuno por revelar com antecipação o início de surtos virais.
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Com base em mais de três anos de análises, é possível afirmar que a positividade indica com mais rapidez aumentos nas infecções, que, após algumas semanas, resultam em aumentos de casos graves pelo país.
Nota-se, nas últimas semanas, a redução da positividade e por consequência da circulação de SARS-CoV-2 em quase todas as faixas etárias, principalmente de 0 a 4 anos, representadas pela transição dos tons de azul claro para azul escuro.
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O mapa abaixo mostra os casos acumulados de covid-19 em todo o território nacional, com dados a partir de junho deste ano. Com base nos dados dos laboratórios parceiros, as Unidades Federativas (UFs) com o maior número de exames positivos acumulados desde a SE 24 (encerrada em 14/6), quando a positividade começou a aumentar, foram: São Paulo (3.322 casos), Distrito Federal (2.189 casos) e Minas Gerais (1.016 casos).
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No gráfico abaixo é possível observar que nas últimas semanas, de maneira geral, as UFs acompanham o cenário de queda da positividade para SARS-CoV-2. Porém alguns estados ainda apresentam taxas acima de 10%, na última semana (SE 45 encerrada em 8/11), como: Paraná (17%) e Minas Gerais e Distrito Federal (11% cada).
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Entre os vírus respiratórios analisados pelo ITpS, o VSR foi o único que apresentou uma dinâmica mais sazonal, embora destoe do padrão recorrente, que até 2019 se dava no inverno. Em 2025 o VSR atingiu na SE 17 (encerrada em 26/4) a maior positividade dos últimos três anos para o período: 22%. Nas últimas onze semanas, a positividade é de 1% ou <1%.
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O gráfico a seguir mostra a positividade para o VSR em comparação aos casos graves de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) causados pelo mesmo vírus. As curvas de ambas as variáveis seguiram tendências muito similares, sendo que a positividade cresceu de forma antecipada em relação a aumentos visíveis de casos de Srag. As análises do ITpS indicam que os casos caíram, assim como os graves, segundo os dados públicos.
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Além dos quatro patógenos citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – rinovírus, enterovírus, metapneumovírus, vírus parainfluenza, bocavírus, coronavírus sazonais e adenovírus –, além de bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
Na SE 45, dentre os patógenos respiratórios identificados nesse tipo de exame mais amplo, as maiores positividades foram registradas para: rinovírus (18%), metapneumovírus (13%), adenovírus (7%), vírus parainfluenza (6%), coronavírus sazonais (3%), bactérias e outros vírus <5%.
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Menos frequentes, esses exames também detectam os quatro principais vírus citados na seção 1, também apresentados aqui em caráter comparativo de frequência.
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O rinovírus esteve presente em pelo menos 25% dos exames realizados na última semana. Em ordem de frequência, neste mesmo período, as outras infecções foram causadas por influenza A (23%), metapneumovírus (21%), parainfluenza (10%), adenovírus (8%), SARS-CoV-2 (7%), além de bactérias e outros vírus (<5%).
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Como muitos desses patógenos impactam a saúde de crianças, esses exames de painel amplo são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Por essa razão, observa-se aí uma concentração maior de exames positivos.
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Na última semana analisada, nesses exames de painel mais amplos, que dão um panorama mais preciso do que circula entre crianças de 0 a 4 anos, houve predominância de infecções por rinovírus (23%), seguido de adenovírus e metapneumovírus (19%).
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Atenção aos sintomas respiratórios. A positividade para o vírus influenza A permanece alta, e a taxa para influenza B está em ascensão. Além disso, as infecções por Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e SARS-CoV-2 continuam a afetar a saúde, especialmente dos grupos mais vulneráveis, mesmo que em menor frequência. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, disponibiliza vacinas que reduzem as chances de casos graves e hospitalizações por covid-19 e gripe. Vacine-se!
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hermes Pardini, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein, Sabin e Target, que, semanalmente, nos forneceram dados de exames diagnósticos (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para a compreensão do atual cenário epidemiológico.