Este site usa cookies e dados pessoais de acordo com o nosso Termo de Uso e Aviso de Privacidade e, ao continuar navegando neste site, você declara estar ciente dessas condições.
OK
X
Para aumentar ou diminuir a fonte, utilize os atalhos Ctrl+ (aumentar) e Ctrl- (diminuir) no seu teclado.
FECHAR
cores originais
mais contraste
A+
Comunicação
ITpS e laboratórios parceiros fazem monitoramento em tempo oportuno de vírus e outros agentes causadores de doenças no Brasil
Notícias do ITpS

ITpS e laboratórios parceiros fazem monitoramento em tempo oportuno de vírus e outros agentes causadores de doenças no Brasil

01.08.2024

Monitorar infecções causadas por vírus e bactérias, em tempo oportuno, para informar com agilidade governos, entidades e a população, colaborando com a tomada de decisões de saúde pública. Esse é o objetivo dos monitoramentos realizados pelo Instituto Todos pela Saúde (ITpS) e por laboratórios parceiros desde dezembro de 2021, quando o Brasil sofreu uma indisponibilidade temporária de dados oficiais em meio à pandemia de covid-19. Até o primeiro semestre de 2024, o ITpS integrou e analisou mais de 5,4 milhões de resultados de exames e produziu 70 relatórios, sendo 32 sobre patógenos respiratórios, 10 sobre variantes do SARS-CoV-2 e outros 24 com foco na Ômicron, além de 4 sobre arboviroses. "Os monitoramentos se tornaram uma referência quando se fala em vigilância em tempo oportuno. É uma das nossas contribuições para a saúde pública brasileira na preparação para enfrentar emergências sanitárias por patógenos emergentes e reemergentes", diz Mariângela Simão, diretora-presidente do ITpS.


Os laboratórios parceiros compartilham com o ITpS resultados de exames sempre de forma anônima, ou seja, sem qualquer elemento que possa identificar o paciente, como nome ou CPF. São fornecidas informações como número de casos positivos e negativos, sexo e idade da pessoa, data do exame e município onde foi feito. O ITpS consolida e analisa os dados e, depois, produz um relatório com gráficos informativos, apontando de forma clara e didática as tendências e alertando para a ocorrência de eventuais surtos. Na sequência, o relatório é divulgado para o Ministério da Saúde, secretarias de Saúde e outros órgãos públicos, a Organização Panamericana da Saúde (Opas), profissionais da saúde e outros especialistas, a imprensa e a população em geral, utilizando diferentes canais de comunicação. 


"O aumento do percentual de positividade de exames para vírus e bactérias antecipa as tendências de surtos, fato que serve de alerta. Para isso, é fundamental que o monitoramento seja feito de maneira ágil, em tempo oportuno, caso contrário as informações chegam com atraso e viram história", afirma o virologista Anderson Fernandes de Brito, pesquisador científico do ITpS e coordenador dos monitoramentos. "Quando não há rapidez, os dados, embora úteis, são incapazes de suscitar ações. É como se o alarme soasse tarde, com atraso." 


Desde dezembro de 2021, os relatórios já foram citados mais de 9,5 mil vezes na imprensa brasileira, em portais, jornais e revistas, programas de TV e rádio. Também foram apresentados em dez eventos científicos nacionais e internacionais.


Início em meio a crise

A indisponibilidade temporária de dados do Ministério da Saúde sobre covid-19 em dezembro de 2021 motivou a realização do primeiro relatório sobre a variante Ômicron. Havia baixa testagem da população e não se sabia o potencial que novas variantes tinham de gerar um recorde de casos da doença, o que dificultava a tomada de decisões com impacto na saúde pública. "Estávamos no 'escuro', sem condições de entender se os números iriam aumentar. O Brasil não tinha dados em tempo real", conta Brito. 


Inicialmente, a parceria foi feita com os laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn para acompanhamento do coronavírus. Logo em seguida, em fevereiro de 2022, foram incluídos os vírus Influenza A e B e o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), causador da bronquiolite. Ao longo de 2023, novos parceiros se somaram ao esforço: Sabin, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE) e Hilab. O monitoramento também passou a incluir dados públicos do Ministério da Saúde, da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de entidades como Gisaid, plataforma internacional que compartilha sequenciamento genômico de patógenos, e Johns Hopkins University, nos Estados Unidos.


A inclusão de novos parceiros permitiu o aumento da abrangência geográfica dos relatórios, com a indicação de algumas tendências regionais, e a incorporação de novos patógenos. Atualmente, sete laboratórios parceiros compartilham resultados de exames para patógenos causadores de doenças respiratórias, arboviroses, gastroenterites, exantemas, infecções sexualmente transmissíveis e encefalites/meningites. Com grande capilaridade, eles estão em todos os estados brasileiros, abrangendo mais de 1.400 municípios. 


Os parceiros partilham os resultados de exames de diagnóstico como RT-PCR, Flow Chip, sorológicos, antígenos e outros exames e de sequenciamento genômico para mais de 20 microrganismos, incluindo dengue, rinovírus, enterovírus, metapneumovírus, parainfluenza, bocavírus, adenovírus e bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.

A entrada de novos parceiros trouxe, também, o desafio de integrar e analisar dados que chegam com padrões de formatação diferentes. "Desenvolvemos ferramentas computacionais que permitem agregar os dados, bem como visualizá-los de forma intuitiva e interativa. Ao escrever os relatórios, utilizamos uma linguagem fácil, sem jargões, pois nosso objetivo é levar informações relevantes a públicos diversos", diz Brito. Para os laboratórios, outra vantagem é que os resultados consolidados podem ajudar a antever aumentos na demanda por testes diagnósticos.  

Os monitoramentos de patógenos estão alinhados com dois Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU). O número 3, de Saúde e Bem-Estar, propõe "assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todas e todos, em todas as idades". Nesse ODS, as nações se comprometeram a trabalhar para "reforçar a capacidade de todos os países, particularmente os países em desenvolvimento, para o alerta precoce, a redução de riscos e o gerenciamento de riscos nacionais e globais de saúde" e acabar, até 2030, com "as epidemias de aids, tuberculose, malária e doenças tropicais negligenciadas, e combater a hepatite, doenças transmitidas pela água e outras doenças transmissíveis". Já o número 17, de Parcerias e Meios de Implementação, prevê "reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável". Nesse ODS, fala-se em "incentivar e promover parcerias públicas, público-privadas e com a sociedade civil eficazes, a partir da experiência das estratégias de mobilização de recursos dessas parcerias".


---------------

Todos os monitoramentos realizados pelo ITpS estão no site, na seção Pesquisas.

Para ver algumas das matérias publicadas pela imprensa com base nos relatórios, acesse Na mídia, em Comunicação.

Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
São Paulo - SP – 01310-942

Termo de Uso e Aviso de Privacidade