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Comunicação
Mesmo já arrefecida, pandemia de covid-19 afetou dinâmica dos principais vírus respiratórios em 2022 e 2023, mostram análises do ITpS
Notícias do ITpS

Mesmo já arrefecida, pandemia de covid-19 afetou dinâmica dos principais vírus respiratórios em 2022 e 2023, mostram análises do ITpS

22.01.2024

No período mais intenso da pandemia de covid-19, em 2020 e 2021, o isolamento e o uso de máscaras reduziram as infecções respiratórias causadas pelos vírus até então mais comuns: Influenza A e Influenza B, que causam gripe, e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em 2022 e 2023, a pandemia, mesmo já arrefecida, modificou a dinâmica dos vírus respiratórios no Brasil, acabando com a sazonalidade até então observada. Em relação ao SARS-CoV-2, nos últimos dois anos também não houve um padrão sazonal de ocorrência das epidemias, ou seja, a doença não se concentrou em períodos específicos. É o que mostram análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em resultados de dois anos de testes diagnósticos dos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.

"A quebra da sazonalidade dos vírus respiratórios após o período mais intenso da pandemia de covid-19 provavelmente se deu em função das medidas protetivas que adotamos naquele período", explica o pesquisador Anderson Brito, coordenador dos monitoramentos de patógenos respiratórios do ITpS.

O ITpS começou a reunir e analisar resultados de testes moleculares dos laboratórios parceiros em dezembro de 2021, quando a variante Ômicron chegou ao Brasil. Desde então, já foram consolidados e analisados 4.139.156 resultados, sendo aproximadamente 900 mil no ano passado. Com os dados dos laboratórios, o ITpS faz análises comparativas, observa padrões de positividade e sazonalidade e aponta tendências, sempre de forma oportuna.

Influenza A

Até 2019, os casos de Influenza A se concentravam no inverno (junho a setembro), segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Análises do ITpS mostram que 2022 começou com alta de casos – 27% de positividade na semana epidemiológica 1 (SE 1), a primeira do ano – e que houve um segundo pico, de 41%, em setembro (SE 39). Em 2023, a positividade ficou alta por 12 semanas, de 9 de abril a 1 de julho (SE 15 a SE 26), com pico de 18% em maio. No último ano, o vírus Influenza A afetou principalmente adultos e idosos.

Influenza B

Outro vírus da gripe, o Influenza B, registrou ao longo de 2022 taxas de positividade pouco expressivas, chegando, no máximo, a 0,6% em janeiro (SE 3) e 0,5% em dezembro (SE 51). Em 2023, o vírus atingiu uma alta incomum para o verão, marcando 12% em março (SE 9), com concentração em estados das Regiões Sul e Sudeste. O Influenza B atingiu principalmente jovens adultos no último ano.

VSR

Já o VSR teve um comportamento um pouco diferente. Em 2022 e 2023 houve três picos de positividade, nos mesmos meses, mas a dinâmica foi diferente da observada até 2019, de acordo com os dados históricos da Opas.

Em 2022, o ano começou com elevada positividade, marcando 20% em janeiro (SE 1); um segundo pico foi observado em abril (SE 17), de 18%, e um terceiro em dezembro (SE 52), de 19%. Em 2023, o ano também iniciou com positividade alta, de 17% (SE 1), com segundo pico em abril (SE 15), de 19%, e um terceiro em dezembro (SE 51), de 11%. O VSR infecta principalmente crianças de 0 a 4 anos.

SARS-CoV-2

A dinâmica do SARS-CoV-2 também não seguiu um padrão nos últimos dois anos. Em 2022 houve três picos de positividade: o primeiro começou no início de janeiro (SE 1) e atingiu o pico de 52% no fim daquele mês; o segundo iniciou-se em maio (SE 19) e bateu 46% na SE 25; e o terceiro começou no fim de outubro (SE 44), com pico de 39% em novembro. Já em 2023 ocorreram dois picos de positividade: um no início de fevereiro (SE 6), de 23%, e outro em meados de agosto (SE 33), de 33%.

Para conferir a íntegra do relatório anual, que trata também de outros patógenos respiratórios em circulação, clique aqui.

A atuação do ITpS

O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.

Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.

Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
São Paulo - SP – 01310-942