A positividade para dengue apresentou queda abrupta de 16 pontos percentuais nas duas últimas Semanas Epidemiológicas (SE). Entre a SE 22 (de 26 de maio a 1º de junho) e a SE 24 (de 9 a 15 de junho), o percentual de testes positivos para o vírus caiu de 34% para 18%. As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de cerca de 1,5 milhão de exames diagnósticos feitos entre janeiro de 2022 e junho de 2024 pelos laboratórios DB Molecular, Fleury, Hilab, HLAGyn, Hospital Israelita Albert Einstein e Sabin, sendo 422 mil deles nos últimos 12 meses.
De acordo com os dados dos laboratórios parceiros, a maior positividade para dengue nos últimos dois anos ocorreu na SE 20 de 2024 (de 12 a 18 de maio), quando alcançou 38%, e em seguida se deu a queda. A diminuição do número de casos de dengue já era esperada para essa época do ano em razão da queda da temperatura e da redução das chuvas em algumas regiões do Brasil, fatores que impactam a proliferação do vetor, o mosquito do gênero Aedes. Apesar da queda, o percentual ainda é superior ao observado na SE 24 de 2022 (9%) e semelhante ao visto no mesmo período em 2023 (17%).
Os dados analisados pelo ITpS vêm de todas as regiões do Brasil, mas se concentram principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste. Entre os estados com dados suficientes para análises individuais, Goiás, com 27%, é o que apresenta a positividade mais elevada. Em seguida estão São Paulo (21%), Minas Gerais (19%) e Paraná (15%).
Em relação às faixas etárias, os percentuais mais baixos são observados entre os mais novos e os mais velhos. De 0 a 4 anos, a positividade está em 8%, de 5 a 9 anos, 12% e a partir dos 80 anos, 12%. De 10 a 39 anos, os percentuais variam entre 15% e 20% e de 40 a 79 anos, entre 22% e 26%.
O monitoramento de arboviroses realizado com dados de laboratórios parceiros reflete uma amostragem não uniforme das unidades federativas e sem ajuste populacional. O ITpS destaca a importância da análise de dados em tempo oportuno para fornecer informações que possam ajudar o poder público e as entidades de saúde pública a acompanhar a dinâmica da epidemia e, assim, subsidiar decisões de saúde pública de acordo com o cenário observado.
Em paralelo ao relatório de monitoramento de arboviroses, o ITpS passa a atualizar, semanalmente, uma página com o histórico epidemiológico (clique aqui para acessar).
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes: