Os resultados positivos para SARS-CoV-2 caíram pela metade em julho, passando de 37,8% para 18% ao longo do mês. A queda era esperada após a ampla disseminação das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron. Os dados constam em análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com base em 279.216 testes feitos pelos laboratórios Dasa, DB Molecular e HLAGyn entre 1º de março e 30 de julho, a maior parte no Sudeste.
A disseminação das subvariantes BA.4 e BA.5 a partir de meados de maio, no Brasil, provocou o crescimento da taxa de positividade dos testes realizados pelos laboratórios parceiros. Em junho, a identificação das duas subvariantes nas amostras positivas para SARS-CoV-2 passou de 10,4% para 44%, ao mesmo tempo em que a positividade dos testes subia.
Em julho, com a ampliação da BA.4 e BA.5, a tendência de alta de testes positivos se inverteu e a curva passou a cair. Nas duas últimas semanas, o percentual passou de 29% para 18%.
Atualmente, BA.4 ou BA.5 são encontradas em 98,8% das amostras; BA.2 e outras variantes estão no restante (1,2%). Em breve, a BA.2 não será mais detectável.
A queda da positividade para SARS-CoV-2 em julho foi observada em todos os estados analisados: em São Paulo passou de 41% para 19%; no Rio de Janeiro, de 40% para 15%; em Minas Gerais, de 33% para 14%; no Mato Grosso, de 40% para 21%; e Goiás, de 33% para 16%.
Em relação à faixa etária também houve queda em todos os grupos em julho, com destaque para mais de 80 anos (de 47% para 23%) e 20 a 29 anos (de 34% para 14%). Veja todas as faixas etárias abaixo.
O Instituto Todos pela Saúde está monitorando a chegada e a disseminação da Ômicron no Brasil desde dezembro — este é o 18º relatório —, em parceria com os laboratórios privados. O objetivo é fornecer para o poder público, a imprensa e a sociedade informações com agilidade para ajudar na tomada de decisões de saúde. Paralelamente, o ITpS também realiza o monitoramento da circulação de vírus respiratórios no país. Os dois relatórios são divulgados em semanas alternadas.
Na seção Pesquisas do site estão todos os relatórios já divulgados.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que ajudem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
O ITpS iniciou os trabalhos com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. São parceiros institucionais a Academia Brasileira de Ciências (ABC), Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
O ITpS atua em três frentes:
- Fortalecimento de redes de vigilância epidemiológica - Articular redes para a obtenção de informações científicas relevantes à saúde pública e cobrir lacunas relacionadas à baixa capacidade de sequenciamento genômico.
- Análise de dados - Promover análise e integração de bancos de dados para influenciar políticas públicas baseadas em evidências científicas.
- Formação e informação - Desenvolver profissionais que atuem com vigilância epidemiológica, genômica e análise de dados ligados a doenças infecciosas. Tornar públicos os dados científicos.
À frente do ITpS
Renomados pesquisadores, professores e gestores integram o conselho administrativo, o comitê científico e a direção do ITpS, que tem o imunologista Jorge Kalil como diretor-presidente. Professor titular de Imunologia Clínica e Alergia da Faculdade de Medicina da USP, Kalil é diretor do serviço de Imunologia Clínica e Alergia do Hospital das Clínicas de São Paulo e do Laboratório de Imunologia do Instituto do Coração (Incor). É membro do Conselho de Gestão de Dados e Segurança, grupo criado pelo governo dos Estados Unidos para supervisionar os testes de vacinas anti-covid-19 no país. Foi presidente do Instituto do Coração (2006-2008) e diretor do Instituto Butantan (2011-2017).