X
Para aumentar ou diminuir a fonte, utilize os atalhos Ctrl+ (aumentar) e Ctrl- (diminuir) no seu teclado.
FECHAR
cores originais
mais contraste
A+
pesquisa

Monitoramento da Ômicron - relatório 11

DATA DE PUBLICAÇÃO: 28.04.2022

Com dados de 70.267 testes de covid-19 feitos por DB Molecular e Dasa desde 1/2/22, análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram que a prevalência da variante Ômicron BA.2 (perfil SGTP) subiu de 69,3% (em 9/4) para 84.3% (em 23/4).

Genomas da sublinhagem BA.1 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.

Genomas da sublinhagem BA.2 da Ômicron, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva a sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar as prevalências da BA.2 (SGTP), bem como da BA.1, BA.4 e BA.5 (SGTF).

O perfil SGTF também é observado nas sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron, responsáveis pelo recente crescimento no número de casos na África do Sul. Para monitorar mudanças na prevalência das sublinhagens da Ômicron, testes RT-PCR Thermo Fisher seguirão sendo úteis.

Usando esse tipo de RT-PCR especial, vimos nas últimas semanas aumento da proporção de amostras positivas com gene S detectado (perfil SGTP, em cinza), característico da sublinhagem BA.2 da Ômicron. Igualmente observamos aumento da positividade de testes (detalhes a seguir).

Entre 17/4 e 23/4, observou-se aumento da prevalência da Ômicron BA.2 de 69,3% para 84.3% (linha cinza). Com isso, a sublinhagem BA.1 da Ômicron (gene S não detectado, linha verde) segue perdendo espaço para a BA.2, como já observado em outros países.

Neste presente relatório, observamos que ao menos 13 estados e 122 municípios vêm apresentando casos prováveis da Ômicron BA.2 desde 1/2/2022. Com a disseminação da BA.2, nas últimas duas semanas a positividade de testes subiu de 6,2% para 11,7% em nível nacional.

Com dados de testes moleculares, avaliamos a positividade para covid-19 em alguns estados e por faixa etária. Os dados abaixo (semanais) mostram o cenário desde o início de fevereiro de 2022. A positividade de testes vem aumentando em estados e grupos avaliados.

Em especial no Sudeste, de onde provém grande parte dos dados (>90%), a positividade apresentou aumento mais evidente. Em São Paulo, foi de 7% a 11% entre 10 e 23/4, e aumento similar foi observado em Minas Gerais (de 6 a 14%) no mesmo período.

Nas últimas semanas, por faixa etária, aumentos similares na positividade têm sido observados, em especial entre jovens de 10-19 anos (de 10,4 a 12,1%) e adultos acima de 30 anos. Entre crianças de 0-9 anos, a positividade chegou a 4,4% na última semana.

Os impactos da BA.2 no Reino Unido e na África do Sul foram distintos: o primeiro observou aumento do número de casos e hospitalizações enquanto o segundo, não. Aspectos demográficos e de imunidade populacional podem explicar esses padrões.

Nossas análises apontam que a covid-19 no Brasil é hoje causada principalmente pela Ômicron BA.2. É importante pontuar, porém, que outros vírus estão em circulação. O VSR, por exemplo, causa hoje grande parte das infecções respiratórias em crianças (clique aqui para ler).

Com a disseminação da BA.2, o número de casos de covid-19 deverá aumentar, mas esperamos que a sublinhagem não cause os mesmos impactos da BA.1, comportando-se de forma similar à substituição da Gama pela Delta. Porém, devemos seguir avaliando o cenário das próximas semanas.

É importante seguir monitorando a disseminação do vírus e observar atentamente quais serão seus impactos. Em caso de sinais de reversão do cenário, incluindo aumento de hospitalizações, uma resposta rápida será essencial, com possível revisão das flexibilizações adotadas recentemente.

VOLTAR
Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
São Paulo - SP – 01310-942