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Monitoramento da Ômicron - relatório 12

DATA DE PUBLICAÇÃO: 12.05.2022

Com dados de 90.886 testes de covid-19 feitos por DB Molecular e Dasa desde 1/2/22, análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram que a prevalência da variante Ômicron BA.2 (perfil SGTP) subiu de 84,3% (em 23/4) para 89,8% (em 7/5).



Genomas da sublinhagem BA.1 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.


Genomas da sublinhagem BA.2 da Ômicron, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva à sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar a prevalência da BA.2 (SGTP), bem como da BA.1, BA.4 e BA.5 (SGTF).


O perfil SGTF também é observado nas sublinhagens BA.4 e BA.5 da Ômicron, responsáveis pelo aumento no número de casos de covid-19 em muitos países. Para monitorar mudanças na prevalência das sublinhagens da Ômicron, testes RT-PCR Thermo Fisher seguirão sendo úteis.


Usando esse tipo de RT-PCR especial, vimos nas últimas semanas aumento da proporção de amostras positivas com gene S detectado (perfil SGTP, em cinza), característico da sublinhagem BA.2 da Ômicron. Igualmente observamos aumento da positividade de testes (detalhes a seguir).



Entre 23/4 e 7/5, observou-se aumento da prevalência da Ômicron BA.2 de 84,3% para 89,8%. Com isso, a sublinhagem BA.2 da Ômicron (gene S detectado, linha cinza) é hoje a maior causadora de covid-19 no Brasil. A sublinhagem BA.1 em breve não será mais detectável.



Desde fevereiro de 2022 observamos casos da Ômicron BA.2 em pelo menos 16 estados e no DF (tons de verde) e 169 municípios (pontos pretos nos mapas). Com a disseminação da BA.2, nas últimas duas semanas a positividade de testes subiu de 11,7% para 18% em nível nacional.



Com dados de testes moleculares, avaliamos a positividade para covid-19 em alguns estados e por faixa etária. Os dados abaixo (semanais) mostram o cenário desde o início de fevereiro de 2022. A positividade de testes segue aumentando nos estados e grupos avaliados.



Em especial no Sudeste, de onde provém grande parte dos dados (>90%), a positividade apresentou aumento mais evidente. Em São Paulo, foi de 11% a 19% entre 23/4 e 7/5.  Outros estados do sudeste também alcançaram patamares elevados no mesmo período.



Por faixa etária, aumentos na taxa de positividade de testes de covid-19 têm sido observados em todos os grupos. Com exceção de crianças de 0-9 anos, que registram hoje ~8% de positividade, na última semana a taxa ultrapassou o patamar de 15% em todas as outras faixas etárias.



Nossas análises apontam que hoje no Brasil a covid-19 é causada principalmente pela Ômicron BA.2. É importante pontuar, porém, que outros vírus estão em circulação. O VSR, por exemplo, causa hoje grande número de infecções respiratórias em crianças.


A BA.2 avança, e o número de casos de covid-19 têm aumentado. Esperamos que a BA.2 não cause grandes impactos como a BA.1, porém, devemos seguir avaliando o cenário. Hoje, ter o esquema vacinal completo é essencial para todos, em especial idosos, imunocomprometidos, entre outros.


É importante seguir monitorando a disseminação do vírus e observar atentamente quais serão seus impactos. Em caso de sinais de forte reversão do cenário epidemiológico, incluindo aumento de hospitalizações, uma resposta rápida será essencial.


O ITpS agradece aos laboratórios privados de diagnóstico DB Molecular, Dasa e HLAGyn, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual.

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Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
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