Com dados de 436.323 testes realizados por Dasa, DB Molecular e HLAGyn, análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) entre 1/2 e 17/9/22 mostram que a positividade de Influenza A subiu para valores acima de 20%, patamar visto somente no surto de janeiro.
A positividade é um indicador que revela a dinâmica de infecções. Os testes moleculares utilizados (RT-PCR e Flowchip) detectam Influenza A/B, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e SARS-CoV-2. A positividade absoluta para múltiplos patógenos (vermelho) é similar ao período de março e abril.
Entretanto, ao analisarmos a dinâmica dos testes para os quatro patógenos respiratórios na última semana (11 a 17/9), entre os casos positivos, 57,48% foram infecções por SARS-CoV-2 (covid-19) e 38,8% revelaram Influenza A.
Considerando a frequência de positividade em 2022, destacamos um aumento significativo de casos de Influenza A em setembro.
A positividade para Influenza A subiu de 4,3% para 23,3% num período de um mês (desde 20/08). Percentuais acima de 20% foram detectados somente no início de 2022 quando tivemos surto de gripe (Influenza A). As demais positividades são 3,6% para SARS-CoV-2, 2,2% para VSR e ~0% para Influenza B.
VSR segue causando infecções respiratórias especialmente em crianças na faixa etária de 0 a 4 anos. Atenção redobrada com VSR e Influenza A em menores de 10 anos. Os sintomas característicos dessas infecções respiratórias são febre, tosse, coriza e desconforto respiratório.
Quando visualizamos os dados de forma absoluta não fica evidente o aumento de Influenza A ou a presença constante do Vírus Sincicial Respiratório nas idades iniciais. Mas, ao usarmos os dados com visualização relativa, fica clara a distribuição desses patógenos respiratórios.
Os mais atingidos pela Influenza A no início de 2022 foram menores de idade e idosos. Crianças e adolescentes são praticamente sentinelas para Influenza. Os percentuais observados por faixas etárias são 52,5% para 10 a 19 anos, 40,8% para 5 a 9 anos e 10,6% para 0 a 4 anos.
No mês de setembro, a positividade dos testes para covid-19 para todas as faixas etárias permaneceu abaixo de 8%, sendo na última semana analisada (até 17/9) com percentuais abaixo de 5%.
Quanto à positividade para covid-19 nos estados monitorados, nas regiões Centro-Oeste e Sudeste, o único que sinaliza aumento é o Rio de Janeiro, onde a taxa subiu de 4% para 8% na última semana.
Dados de testagem molecular do relatório 20 da Ômicron, produzido pelo ITpS,, apontaram domínio das subvariantes BA.4 e BA.5, atingindo platô de frequência com percentuais acima 97% em todo mês de agosto.
O ITpS agradece aos laboratórios privados DB Molecular, HLAGyn e Dasa, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem (RT-PCR e Flow Chip) para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual das epidemias de patógenos respiratórios.