Após período de queda na positividade, Vírus Sincicial Respiratório (VSR) e Influenza A mantêm-se como os mais frequentes em circulação entre os quatro vírus respiratórios de maior importância em saúde pública. Exames para ambos têm hoje positividade de aproximadamente 15%.
As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 922.927 diagnósticos moleculares feitos entre 10/6/23 e 8/6/24 por Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.
Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 4.690.811 milhões de resultados de exames diagnósticos de laboratórios parceiros. Na última semana epidemiológica (SE 23, encerrada em 8/6/24), apenas 8% dos exames foram positivos para algum vírus respiratório (linha amarela).
-------00_Resp_line_bar_posrate_posneg_week_country-------
1. Cenário epidemiológico dos vírus respiratórios de importância em saúde pública (VRISP)
O ano de 2024 iniciou com positividade de 19,6% para SARS-CoV-2 (SE 1), alcançando em fevereiro (SE 6) o maior patamar, 35,3%. A positividade para esse vírus teve queda desde então, chegando a 1,7% na SE 21 (encerrada em 25/5)
Após a acentuada queda, observamos um pequeno aumento na positividade na última semana (SE 23, encerrada em 8/6), indo de 1,7% para 3%. Como mostram nossos dados históricos, aumentos de positividade após uma forte queda tendem a sinalizar antecipadamente o início de novos surtos pelo país.
-------02_Resp_line_posrate_panel4_week_country-------
Os exames para o vírus Influenza A tiveram um crescimento progressivo da positividade de janeiro (SE 1) a abril (SE 13), passando de 10% para 27%. Desde esse elevado patamar, a positividade segue em queda, chegando a 14,8% na SE 23.
A positividade para VSR apresentou comportamento semelhante nos meses iniciais de 2024. O ápice da positividade ocorreu no início de abril (SE 14), 18%, e foi seguido por queda. Na última semana (SE 23), a positividade dos exames para VSR atingiu 15,8%, após pequeno aumento.
Exames para Influenza B mostram que o vírus segue em circulação, com positividades abaixo de 1,5% até a última semana (SE 23), o que reflete a baixa frequência em 2024.
Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os dois próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames que detectam simultaneamente o seguinte conjunto de vírus nas amostras: SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
Na última semana (SE 23), entre os exames positivos em painéis que detectam os quatro principais vírus respiratórios, houve predominância do VSR (53%), seguido por Influenza A (38%), SARS-CoV-2 (covid-19, 6%) e Influenza B (3%).
-------03_Resp_bar_pos_panel4_week_country-------
-------EDA%_03_Resp_bar_pos_panel4_week_country-------
Na semana terminada em 8/6/24 (SE 23), 80% dos testes positivos apontavam Influenza A nas faixas etárias entre 20 a 39 anos. O vírus SARS-CoV-2 segue circulando, tendo maior frequência nas idades a partir de 40 anos, com frequência acima de 25%. O VSR predomina entre 0 a 4 anos, tendo frequência de aproximadamente 56% na última semana epidemiológica.
-------04_Resp_pyr_pos_agegroups_panel4_week_country-------![]()
-------EDA%_04_Resp_pyr_pos_agegroups_panel4_week_country-------
2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios
Além dos vírus citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.
Entre 2 e 8/6 (SE 23), dentre os patógenos respiratórios identificados por testes de painel, as maiores positividades registradas são: Rinovírus (35%), Bactérias como Bordetella, Mycoplasma ou Chlamydophila (11%), Vírus Parainfluenza (5%) e Metapneumovírus (4%).
-------05_Resp_line_posrate_panel_week_country-------
Esses testes, menos frequentes, são avaliados isoladamente para comparação aos demais. Entre os resultados positivos nestes amplos painéis virais, fica evidenciado o aumento no número de casos de rinovírus de fevereiro a junho.
-------06_Resp_bar_pos_panel_week_country-------
-------EDA%_06_Resp_bar_pos_panel_week_country-------
Como muitos desses patógenos afetam crianças, esses painéis amplos são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Nesse grupo, na última semana, além do Influenza A, já citado, observamos principalmente Rinovírus, Vírus Parainfluenza e coronavírus sazonais.
-------07_Resp_pyr_pos_agegroups_panel_week_country-------
-------EDA%_07_Resp_pyr_pos_agegroups_panel_week_country-------
3. Positividade de testes por estados e faixas etárias
A positividade dos exames para SARS-CoV-2 segue em patamares baixos (<5%) na maioria das faixas etárias. Embora a positividade esteja estabilizada, temos observado aumentos graduais na proporção de exames positivos. Na última semana, as faixas etárias 60-69 e 80+ apresentaram percentuais de positividade acima de 5%.
-------08_SC2_heat_posrate_agegroups_week_country-------
Após grandes números de casos de Influenza A entre fevereiro e abril, observamos nas últimas semanas uma diminuição na positividade em todas as faixas etárias, embora ainda em patamares elevados (>15%) entre jovens e adultos. Caso apresente sintomas, lembre-se de usar máscara em ambientes públicos.
-------09_FLUA_heat_posrate_agegroups_week_country-------
SARS-CoV-2, Influenza A e VSR seguem circulando e podem infectar os suscetíveis. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, nos dá segurança para vacinar e diminuir as chances de casos graves e hospitalizações por doenças imunopreveníveis.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hosp. Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que gentilmente nos forneceram dados de diagnósticos moleculares (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o atual cenário epidemiológico.