X
Para aumentar ou diminuir a fonte, utilize os atalhos Ctrl+ (aumentar) e Ctrl- (diminuir) no seu teclado.
FECHAR
cores originais
mais contraste
A+
pesquisa

Monitoramento de patógenos respiratórios - relatório 34

DATA DE PUBLICAÇÃO: 23.08.2024

Atenção: os resultados positivos para SARS-CoV-2 (covid-19) subiram 10 pontos percentuais em quatro semanas e chegaram a 23%. A positividade para Influenza B, apesar de mais modesta, também apresenta tendência de alta (6%).

As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 963.219 diagnósticos moleculares feitos entre 19/8/23 e 17/8/24 pelos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.

Desde dezembro de 2021, o ITpS já analisou 4.869.054 milhões de resultados de exames de laboratórios parceiros que detectam patógenos respiratórios. Na última semana epidemiológica (SE 33, encerrada em 17/8), 12% dos exames foram positivos para algum patógeno respiratório (veja linha amarela).

---08_Resp_line_bar_posrate_posneg_all_week_country---

1. Cenário epidemiológico dos vírus respiratórios de importância em saúde pública (VRISP)

Em 2024, a positividade para SARS-CoV-2 esteve em patamar elevado, com 35,3%, em fevereiro (SE 6). Depois, houve declínio contínuo, chegando a 1,7% em maio (SE 21), o percentual mais baixo da série histórica desde 2022.

Após essa queda acentuada, passamos a observar um aumento gradual da positividade, que alcançou 6,9% na SE 27 (encerrada em 7/6/2024). O percentual continuou subindo e, na última semana (SE 33), marcou 23%.

---01_VRISP_line_posrate_direct_week_country---

Já a positividade para o vírus Influenza A teve um crescimento progressivo de dezembro (SE 48, encerrada em 2/12/23) a abril (SE 13, encerrada em 13/4/24), passando de 2% para 27%. Desde então, o percentual está em queda, chegando a 6% na SE 33.

O Influenza B está circulando ao longo de 2024, ainda que com baixa positividade (<1%). No entanto, desde maio (SE 21), o percentual aumentou de 0,5% para 6% (SE 33), o maior dos últimos 12 meses. Estamos acompanhando com atenção essa tendência.

A positividade para VSR apresentou comportamento semelhante à do Influenza A nos meses iniciais de 2024. O ápice, 18%, ocorreu no início de abril (SE 14) e foi seguido por queda. Na última semana (SE 33), o percentual de exames positivos para VSR atingiu 3%.

Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os quatro próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames capazes de detectar simultaneamente os vírus SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.

A circulação do Influenza A e do VSR ocorreu concomitantemente. No gráfico a seguir, podemos perceber o aumento gradual das positividades até o final de abril, seguido de declínio abrupto até a última semana (SE 33).

---02_Resp_bar_pos_panel4_week_country---

Na última semana analisada (SE 33), entre os exames positivos em painéis que detectam os quatro principais vírus respiratórios, houve predominância do SARS-CoV-2 (54%) seguido por Influenza B (20%), Influenza A (18%) e VSR (9%).

---EDA%_02_Resp_bar_pos_panel4_week_country---

Embora haja tendência de declínio nos casos, o vírus Influenza A segue circulando em todas as faixas etárias. O VSR continua sendo observado em especial na faixa etária de 0 a 4 anos. Em relação ao SARS-CoV-2, a elevação de exames positivos ocorre em todas as faixas etárias.

---04_Resp_pyr_pos_agegroups_panel4_week_country---

Na última semana analisada (SE 33), considerando a faixa etária de 10 a 19 anos, o Influenza  B foi o vírus mais frequente (50%). Nas faixas de 0 a 4 anos e de 60 a 69 anos, o VSR foi detectado em 19% e 24% das infecções, respectivamente. Na faixa etária acima de 80 anos, o SARS-CoV-2 mostrou-se o mais frequente (79%).

---EDA%_04_Resp_pyr_pos_agegroups_panel4_week_country---

2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios

Além dos quatro patógenos citados, alguns testes detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila.

Entre 11 e 17/8, dentre os patógenos respiratórios identificados nesse tipo de exame mais amplo, as maiores positividades foram registradas para os vírus Rinovírus (37%), Metapneumovírus (8%) e coronavírus sazonais (6%) e para as bactérias dos gêneros Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila (as três com 7%).

---06_Resp_line_posrate_direct_week_country---

Menos frequentes, esses exames também detectam os quatro principais vírus citados na seção 1, também apresentados aqui em caráter comparativo de frequência. Entre os resultados positivos, fica claro o aumento no número de infecções por Rinovírus, VSR, Influenza A/B e SARS-CoV-2, bem como infecções bacterianas.

---07_Resp_bar_pos_panel20+_week_country---

O Rinovírus esteve presente em pelo menos 38% dos exames realizados na semana encerrada em 17/8. Com frequências menores encontram-se Influenza B (12%), SARS-CoV-2 (9%), Metapneumovírus (7%) e bactérias (7%).

---EDA%_07_Resp_bar_pos_panel20+_week_country---

Como muitos desses patógenos impactam a saúde de crianças, esses exames de painel amplo são de duas a três vezes mais usados na faixa etária de 0 a 4 anos. Por essa razão, observamos aí uma concentração maior de exames positivos.

---09_Resp_pyr_pos_agegroups_all_week_country---

Na última semana analisada (SE 33), além de Influenza A e VSR, exames de painel mais amplos nos dão um panorama mais preciso do que circula entre crianças de 0 a 4 anos. Nessa faixa etária, observamos predominância de infecções por Rinovírus (51%), Adenovírus (14%), Metapneumovírus (13%) e VSR (4%).

---EDA%_09_Resp_pyr_pos_agegroups_all_week_country---

3. Positividade de testes por faixas etárias

Como citado na seção 1, a positividade dos exames para SARS-CoV-2 vem aumentando de forma gradual (veja abaixo a transição do azul escuro indo para tons mais claros, chegando ao vermelho). Na última semana epidemiológica (SE 33), resultados de exames de indivíduos acima de 40 anos tiveram positividade acima de 26%.

---04_SC2_heat_posrate_agegroups_week_country---

Já para Influenza A, após aumento no número de casos entre fevereiro e abril deste ano, observamos nas últimas semanas uma diminuição da positividade em todas as faixas etárias. O maior percentual no momento está entre crianças de 5 a 9 anos (12%). 

---05_FLUA_heat_posrate_all_agegroups_week_country---

4. Distribuição geográfica dos exames positivos para SARS-CoV-2 e Influenza B

Apresentamos abaixo um recorte geográfico da positividade para SARS-CoV-2 em algumas unidades federativas. Distrito Federal e Rio de Janeiro foram os estados com os maiores percentuais na SE 33, 34% e 22%, respectivamente.

---03_SC2_heat_posrate_week_state---

Abaixo vemos de forma cumulativa como as infecções por SARS-CoV-2  têm se disseminado em estados e municípios desde o fim de maio (SE 21), período no qual registramos os primeiros aumentos na positividade. Laboratórios parceiros do ITpS já identificaram casos de covid-19 em praticamente todos os estados do Brasil.

---Mapa 01---
Distribuição geográfica dos exames positivos para SARS-CoV-2 desde maio/2024

No mesmo cenário de crescimento encontra-se o vírus Influenza B. O mapa abaixo mostra a evolução do número cumulativo de exames positivos e destaca um aumento de 6 para 65 municípios afetados entre maio e agosto de 2024. 

---Mapa 02---
Distribuição geográfica dos exames positivos para FluB desde maio/2024

Os dados apresentados acima não cobrem todas as regiões de maneira equitativa, ou seja, não são geograficamente representativos. Apesar dessa limitação, as análises espaciais evidenciam como esses vírus vêm gerando infecções em diferentes estados brasileiros. Para capturar o cenário de todo o país de modo mais preciso, o ITpS está aberto para a inclusão de novos parceiros.

5. Mensagens finais

SARS-CoV-2 e Influenza B seguem aumentando em prevalência e afetam a saúde dos mais suscetíveis. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, disponibiliza vacinas que reduzem as chances de casos graves e hospitalizações causadas por estes vírus. Vacine-se.

O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que, semanalmente, nos forneceram dados de exames diagnósticos (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o atual cenário epidemiológico.

VOLTAR
Instituto Todos pela Saúde (ITpS) Av. Paulista, 1.938 – 16º andar
São Paulo - SP – 01310-942