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Monitoramento da Ômicron - relatório 16

DATA DE PUBLICAÇÃO: 07.07.2022

Com dados de 154.753 testes feitos por Dasa, DB Molecular e HLAGyn desde 1/3/22, análises do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) mostram aumento na frequência de casos prováveis das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron de 79,3% para 93,2% em duas semanas, reflexo da rápida disseminação viral.



Genomas das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron não têm os códons 69 e 70 do gene S. A falta desse fragmento faz com que testes RT-PCR Thermo Fisher falhem na detecção desse gene (SGTF, S gene target failure), porém outros são detectados (ORF1ab e N), garantindo o diagnóstico.


Genomas da subvariante BA.2 da Ômicron, por outro lado, apresentam os códons 69 e 70 do gene S intactos, o que leva à sua detecção (perfil SGTP, S gene target positive). Dessa forma, podemos avaliar a frequência da BA.2 (SGTP), bem como da BA.4 e BA.5 (SGTF).


Monitorando a proporção de casos com perfil SGTF podemos acompanhar o avanço das subvariantes BA.4 e BA.5 da Ômicron, responsáveis pelo atual aumento do número de casos de covid-19 em muitos países. Nos próximos meses, o RT-PCR especial seguirá sendo útil para diferenciar as subvariantes.


Usando esse tipo de RT-PCR, vemos que a frequência de casos prováveis das subvariantes BA.4 e BA.5 (em verde) segue aumentando. Por razões técnicas, temos neste relatório menos testes da última semana avaliados, por isso a aparente queda.



Nas últimas quatro semanas, observamos o avanço das subvariantes BA.4 e BA.5, que são responsáveis pela atual onda de casos de covid-19 no mundo. Hoje, BA.4 e BA.5 são responsáveis pela quase totalidade (93,2%) dos casos no Brasil (linha verde).



Nas últimas duas semanas, o número de municípios com casos prováveis de BA.4 e BA.5 aumentou de 172 para 214 (pontos pretos no mapa), em 19 estados e no DF, uma alta de 24,4%.


Nossos dados vêm principalmente do Sudeste, por isso vemos mais casos nos estados da região.



Com dados de testes moleculares, avaliamos a positividade para covid-19 em alguns estados e por faixa etária. Os dados a seguir (semanais) mostram o cenário desde dezembro de 2021.


Nas últimas duas semanas, a positividade de testes apresentou queda de 45,3% para 40,5% no Brasil.


A partir de meados de maio, o avanço das subvariantes BA.4 e BA.5 começou a elevar rapidamente a positividade, alcançando patamares superiores a 40%. No fim de junho houve a inversão da tendência, com o início da queda na positividade em alguns estados.



A positividade para covid-19 caiu em quase todas as faixas etárias na última semana. A exceção fica para o grupo acima de 80 anos, em que observamos leve aumento.



Dentro da população amostral disponível, vemos que a Ômicron BA.2 segue caindo em frequência e em breve não mais será detectada. As subvariantes BA.4 e BA.5 seguirão sendo responsáveis pela quase totalidade dos casos de covid-19 no Brasil ao longo das próximas semanas.


A África do Sul enfrentou uma onda de BA.4 e BA.5 recentemente, que teve menor proporção de casos graves e menor duração: cerca de 8 semanas. Como no Brasil, aquele país também viveu uma onda da BA.2, de menor impacto se comparada à de BA.1.


No momento, a transmissão de BA.4 e BA.5 segue alta, e a positividade de testes provavelmente seguirá com tendência de queda ao longo de julho. Os impactos das subvariantes BA.4 e BA.5 à saúde pública têm se mostrado inferiores aos da BA.1, predominante no início do ano.


Ainda vivemos num período de alta transmissão viral, o que serve de alerta aos mais vulneráveis, como idosos, imunossuprimidos e não vacinados. Períodos mais frios favorecem a transmissão de vírus respiratórios e ter o esquema vacinal completo contra a covid-19 e outras doenças é essencial.


Todos que têm direito a doses adicionais dos imunizantes disponíveis ou que ainda não tomaram nenhuma dose devem procurar os postos de vacinação o quanto antes: o reforço vacinal é essencial para enfrentarmos o cenário epidemiológico atual e mitigar os eventuais impactos à saúde.


O ITpS agradece aos laboratórios privados de diagnóstico DB Molecular, Dasa e HLAGyn, que gentilmente disponibilizaram dados de testagem para nos ajudar a ter uma visão mais apurada do cenário atual.

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