Após 3 meses em crescimento, a taxa de positividade para covid-19 apresenta queda pela primeira vez: de 33% para 28% (semana encerrada em 21/10). As análises são do Instituto Todos pela Saúde (ITpS) com dados de 1.128.685 diagnósticos moleculares feitos entre 22/10/22 e 21/10/23 por Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin.
Desde o início da parceria com os laboratórios, em dezembro de 2021, o ITpS já analisou cerca de 4 milhões de resultados de testes diagnósticos. Dos testes realizados entre 15 e 21/10/23, 13% deram resultados positivos para ao menos um vírus respiratório (em vermelho, última coluna).
1. Cenário epidemiológico dos vírus SARS-CoV-2, Influenza A/B e VSR
As taxas de positividade seguem baixas para Influenza A (0,4%), Influenza B (0,2%) e para VSR está em 7,7%. Para SARS-CoV-2, nos últimos 15 dias houve queda de aproximadamente cinco pontos percentuais, chegando a 27,8%.
Para fins de comparação entre os principais patógenos respiratórios circulantes, os dois próximos gráficos consideram somente resultados de painéis virais, exames que detectam simultaneamente o seguinte conjunto de vírus nas amostras: SARS-CoV-2, Influenza A, Influenza B e VSR.
De 15 a 21/10 (última coluna do gráfico), entre os testes positivos para esses vírus respiratórios, 84,6% revelaram infecções por SARS-CoV-2 (covid-19), 13,7%, por Vírus Sincicial Respiratório e 1,7%, por Influenza A. Não houve registro de Influenza B.
No universo amostral da última semana, o SARS-CoV-2 foi detectado na maioria dos testes positivos em todas as faixas etárias, com frequência variando de 63% a 100% dependendo do grupo. Mesmo de 0 a 4 anos, faixa etária em que normalmente o VSR é comum, 63% dos resultados positivos foram covid. Entre 5 a 9 anos, a frequência de SARS-CoV-2 ficou em 78% e para as demais, acima de 83%.
2. Cenário epidemiológico de outros patógenos respiratórios
Além dos vírus citados acima, alguns testes que analisamos detectam simultaneamente um outro conjunto de vírus nas amostras – Rinovírus, Enterovírus, Metapneumovírus, Vírus Parainfluenza, Bocavírus, Coronavírus sazonais e Adenovírus –, além de bactérias como Bordetella, Mycoplasma e Chlamydophila..
De 15 a 21/10, entre os patógenos respiratórios identificados por testes de painel de amplo espectro, Rinovírus apresentou queda na taxa de positividade, chegando a 8%. A taxa para o Vírus Parainfluenza é de 6%, para o Metapneumovírus, 4% e para os demais, abaixo de 2%.
Esses testes, menos frequentes, são avaliados de forma isolada para uma melhor comparação. A seguir, vemos o número de testes positivos para outros patógenos, com destaque a frequente detecção de Rinovírus nos últimos 12 meses, nesta semana com o menor percentual em um ano.
Como muitos desses patógenos afetam crianças, esses painéis amplos são de duas a três vezes mais usados de 0 a 4 anos. Nesse grupo, na última semana, observamos Rinovírus, Vírus Parainfluenza, Metapneumovírus, Adenovírus e coronavírus sazonais entre os positivados.
3. Taxas de positividade de testes por estados e faixas etárias
Continuamos rastreando a positividade dos testes de covid-19 por estados e faixas etárias. Na última semana, observamos queda da taxa de positividade na maioria das unidades federativas monitoradas.
O Paraná registrou a maior taxa (33%). Outros estados com registro de aumento foram Santa Catarina (31%) e Rio de Janeiro (28%). As demais unidades federativas com taxas que requerem atenção são: São Paulo (31%) e Goiás (17%).
Dados de semanas anteriores podem ter leve flutuação em decorrência da entrada de novos dados. A última vez que tivemos esse número de estados com taxas acima de 20% foi na última onda de 2022.
Altas taxas de positividade de testes de covid-19 por faixa etária ainda persistem. Na última semana, todas as faixas etárias acima de 40 anos de idade estão com positividade acima de 30%. Os grupos de 50 a 69 anos seguem com as maiores taxas, acima de 37%.
Como vemos abaixo, infecções por vírus Influenza A (gripe) têm sido pouco frequentes nas últimas semanas. Caso tenha sintomas respiratórios, a maior probabilidade é que seja SARS-CoV-2. Então, previna-se: use máscara e, se estiver sintomático, evite contato com pessoas mais vulneráveis.
A positividade para covid-19 indica que o SARS-CoV-2 segue circulando e infecta os suscetíveis. O Programa Nacional de Imunizações (PNI), com mais de meio século de sucesso, nos dá segurança para vacinar e diminuir as chances de casos graves e hospitalizações.
O ITpS agradece aos laboratórios parceiros Dasa, DB Molecular, Fleury, Hospital Israelita Albert Einstein, Hilab, HLAGyn e Sabin, que gentilmente nos forneceram dados de diagnósticos moleculares (RT-PCR, Flow Chip e antígeno) para compreendermos o atual cenário epidemiológico.
