O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) participou, nos dias 21 e 22, das reuniões da Câmara Técnica de Epidemiologia do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em Brasília. Na ocasião, foi apresentado o projeto que está sendo desenvolvido em conjunto pelo Conass, pelo ITpS e pela Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) com o objetivo de fortalecer a capacidade de vigilância e a preparação e resposta a eventos com potencial epidêmico, como as síndromes respiratórias agudas.
O coordenador da Câmara Técnica de Epidemiologia, Nereu Henrique Mansano, mostrou a estrutura do projeto, que inclui a elaboração de planos de emergência com a participação de todas as áreas envolvidas no enfrentamento, o apoio à organização de rede sentinela regionalizada para a vigilância das síndromes gripais e o aprimoramento da vigilância laboratorial dos vírus respiratórios por meio dos Laboratórios Centrais de Saúde Pública (Lacens).
Pelo ITpS, participaram das reuniões em Brasília os pesquisadores científicos Vanderson Sampaio e Deney Araújo. Vanderson destacou a importância de os estados terem um plano de ação para enfrentar as emergências de saúde, além de promoverem a análise de dados para a produção de informações que possam subsidiar a tomada de decisão. "Na hora da emergência, a dimensão do problema pode ser paralisante, por isso é necessário um planejamento anterior", afirmou o pesquisador.
O coordenador de Vigilância, Preparação e Respostas a Emergências e Desastres da Opas, Alexander Rosewell, apresentou dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) que mostram que as chances de enfrentarmos uma nova pandemia, semelhante à de covid-19, são altas: de 22% a 28% nos próximos 10 anos e de 47% a 57% nos próximos 25 anos. Por isso, Alexander ressaltou que o projeto vai ao encontro do desejo das instituições de trabalharem em conjunto para fortalecer a vigilância para vírus respiratórios.
A atuação do ITpS
O Instituto Todos pela Saúde (ITpS) é uma entidade sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2021 com o objetivo de ajudar o Brasil a articular redes e desenvolver competências que auxiliem no preparo para o enfrentamento das futuras emergências sanitárias, como surtos, epidemias e pandemias.
Os trabalhos foram iniciados com um aporte de R$ 200 milhões feito com recursos da iniciativa Todos pela Saúde, criada em 2020 e que teve o Itaú Unibanco como principal doador. O ITpS tem como associada mantenedora a Fundação Itaú e como associados a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Academia Nacional de Medicina (ANM), a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e a Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês.
Foto: Da esquerda para a direita, Rodrigo Said (oficial nacional de Emergências em Saúde da Opas Brasil), Vanderson Sampaio (pesquisador científico do ITpS), Jurandir Frutuoso (secretário executivo do Conass), Nereu Mansano (assessor técnico do Conass), Alexander Rosewell (coordenador do Programa de Emergências Sanitárias da Opas) e Rodrigo Frutuoso (oficial nacional de Preparação e Resposta às Emergências e Desastres e Regulamento Sanitário Internacional da Opas). Crédito: Conass/Divulgação
