O diretor de operações do Instituto Todos pela Saúde, Vanderson Sampaio, participou na manhã desta terça-feira, 17, da mesa Controle de Arboviroses, no 38º Congresso do Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), em Belo Horizonte. O painel - mediado por Fabio de Mello, secretário de Saúde de Foz do Iguaçu e presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR) - discutiu a organização e o fortalecimento das ações de controle de arboviroses nos municípios, considerando intersetorialidade, integração de políticas e tecnologias disponíveis no Sistema Únicos de Saúde (SUS).
Vanderson apresentou três projetos desenvolvidos no ITpS, idealizados para funcionar em camadas e ajudar o Brasil a fortalecer a vigilância epidemiológica: o Sistema Automatizado de Vigilância Epidemiológica Digital (Saved), a Rede de Análise de Dados Integrados para Monitoramento de Doenças Infecciosas (Radin) e a Genômica para Vigilância Oportuna de Patógenos (Gevop).
A primeira camada é o Saved - ferramenta desenvolvida em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS). Trata-se de um sistema automatizado de vigilância precoce baseado em dados que traz informações para além das já existentes.
"Funciona como um reforço à vigilância epidemiológica tradicional e funciona sem interferir na rotina operacional do sistema de saúde, sem que os médicos ou outros profissionais precisem preencher novos papéis. O sistema utiliza inteligência artificial para corrigir erros, compreender regionalismos", contou Vanderson a uma plateia atenta.
O diretor de operações do ITpS também mostrou como o Saved monitora o nível de ocupação de Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto-Atendimento (Upas) e farmácias. Num primeiro momento, o ITpS coletou os dados de ocupação para entender o que é um padrão normal para, agora, perceber anomalias na saúde do município, com antecipação de quatro a oito semanas à identificada na rede.
A segunda camada é a Radin, uma rede de laboratórios parceiros que fornece dados de exames de patógenos respiratórios e arbovírus para análises. O ITpS integra e analisa os dados e divulga relatórios de monitoramento de vírus e bactérias em tempo oportuno. "Recebemos os dados às segundas e às quintas o relatório já está publicado. Esse é o nosso compromisso."
Última camada é o Genômica para Vigilância Oportuna de Patógenos (Gevop), cujo objetivo é se aprofundar em características genômicas dos vírus para compreender o cenário observado nos dois projetos anteriores. O Gevop terá fluxos de trabalho mensais para sequenciamento de patógenos em surtos ativos, em um intervalo inicial de 45 dias.
"O que nos guia é construir projetos para uma vigilância epidemiológica oportuna e que sejam úteis para quem está na ponta do sistema", afirmou.
Também participaram do painel Controle de Arboviroses Wildo Navegantes de Araújo, consultor técnico da Coordenação de Emergências em Saúde Pública da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS); Fabiano Geraldo Pimenta Júnior, secretário substituto de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (SVSA/MS); e Rodrigo Guerino Stabeli, coordenador-geral da Força Nacional do SUS (Saes/MS).
O ITpS está no 38º Congresso do Conasems, no estande B119.
